Na diretoria, de novo! Cara eu já estava cansado dessa palhaçada, até parece que iria adiantar alguma coisa! Não tenho culpa se o panaca do Tim resolveu falar merda, eu tive que intervir, então fiz o que qualquer ser humano racional faria, enfiei um soco na cara de e quebrei seu nariz. Totalmente comum não acha??? Bem não foi isso que a diretora pensou.
_Não esquece de colocar o macaco na mochila – ele disse rindo, olhei pra ele sem entender – Vai que seu pai fura um pneu e você tem que trocar.
Começou a rir feito um idiota e eu me segurei, juro que segurei.
_Mas cara, falando sério, como você faz quando ele atola? Precisa chamar o guincho?
Bum, esse foi o barulho que meu punho fez ao bater no nariz do Tim, arrancando uma rajada de sangue instantânea do nariz dele, sujando sua camisa. Todos me olharam chocados e eu apenas dei de ombros, enfiei minhas mãos nos bolsos do casaco e me encaminhei direto pra sala da diretora.
_Quebrei o nariz do Tim – eu disse entrando e já me sentando.
A diretora Crawford pareceu confusa no início, mas ao olhar por cima dos óculos em direção a janela, vou a enfermeira passar correndo e entendeu a cena. Ela suspirou, e tirou os óculos, os colocando em cima da mesa.
_Sam, quantas vezes vou ter que dizer?
_Ele disse que eu precisava chamar um guincho pra tirar meu pai da lama – eu disse dando de ombros.
_Olha, falando como sua amiga – ela disse – Eu sei que ele é um babaca.
Não segurei o riso sarcástico que insistiu em escapar dos meus lábios.
_Mas também sei que você é melhor que ele. Você já está quase se formando Sam, sabe muito bem separar o que deve ou não fazer. Eu sei que a situação do seu pau é complicada, mas você mas do que ninguém sabe que não é do jeito que seus colegas pensam.
Tirei os olhos dela e encarei o chão. Ser o melhor jogador do time me dava algum respeito do resto da escola, mas alguns meninos do time eram muito idiotas.
_Dessa vez vou chamar a mãe dele aqui – encarei ela surpresa – Sim, já está na hora dele arcar com as consequências também. Mas, também vou chamar seus pais aqui, e infelizmente vou ter que te dar uma consequência.
_Tudo bem.
Eu podia ver o coque da mamãe de longe, enquanto ela argumentava, segurando a raiva que sentia e a vontade de voar no pescoço da mãe de Tim. Não era atoa que ele era um babaca preconceituoso, a mãe não era diferente. Eu já tinha 17 anos, e já estava mais que acostumado com a situação do meu pai, mas não era mentira que as vezes isso me incomodava. Eu era o melhor corredor do time de atletismo, e tudo que sabia sobre futebol, foi papai que me ensinou, mas mesmo assim, não poder fazer algumas coisas com ele, era triste. Jamie era quem era o filho perfeito. Quase se formando em medicina, ele era o queridinho da família, totalmente empenhado em achar a cura pra lesão de papai, lhe dava muito bem com toda a situação, se eu sentia inveja? Não. Jamie era um irmão maravilhoso, e uma pessoa incrível, mas eu jamais seria ele. Prefiro engolir um prego a ficar quieto quando escuto algo que não gosto. "Mini Will" como mamãe me chamava.
A porta se abre e mamãe sai em disparada. O rosto vermelho em contraste com seu batom e a blusa rosa, a saia rodada branca com bolinhas pretas encorpavam seu visual ala Louisa Traynor. Ela tinha os cabelos presos em um coque, e alguns fios brancos se descavam entre os castanhos, ela era uma mulher bonita, bonita e furiosa. Assim como Jamie, ela era um vulcão, mas que nunca entrava em erupção. A mãe de Tim saiu da sala ao lado do filho, que segurava um saco de gelo no nariz, e por último, papai e a diretora deixaram a sala me encarando. Fiquei surpreso ao vê-lo aqui, com seu melhor terno cinza e a pose de CEO que caia tão nele. Não imaginei que ele deixaria o trabalho para vir me dar uma bronca.
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Vivendo com você, Livro dois
Hayran KurguWill e Louisa estão finalmente casados e felizes. Atravessando as dificuldades da vida, as surpresas e um sequestro que quase acabou com o futuro do casal, agora esses dois estão mais apaixonados e felizes do que nunca. Agora com 3 filhos, Lily, Jam...