— Queria que o Alby tivesse visto isso. — Newt diz após Thomas se sentar ao seu lado em uma das rochas.
— E o Winston. — Caçarola lembra do amigo.
— E o Chuck. — Thomas diz segurando o boneco.
— Ele ficaria orgulhoso, Tommy. — Newt o conforta.
— Sim. — Thomas responde pensativo.
— Aris... — Caçarola chama o loiro.
— Oi, pessoal. — Aris acena para a turma.
— Gostei daquele garoto. — Caçarola diz sorrindo.
— Mas não confio nele. — Responde Minho com sua careta de sempre.
— Cadê a Teresa? — Thomas se dá conta da ausência da amiga.
— Está lá em cima. — Newt responde e Thomas se levanta e vai atrás de Teresa.
Subindo um pouco mais as rochas, em um ponto distante com uma vista para todo o acampamento, estava Teresa.
— Ei, você está bem? —Thomas pergunta ao se aproximar — O que faz aqui em cima?
— Só pensando. — Teresa responde ainda olhando o horizonte.
— Vou deixar você sozinha. — diz Thomas.
— Você lembra da sua mãe? — Teresa se vira para Thomas e ele a encara.
— Acho que sim. — ele responde e volta sua atenção para a garota.
— Eu lembro da minha. Ela era uma mulher linda. Todos a amavam. — Teresa fez uma pausa. — Antes do CRUEL, ela era tudo que eu tinha. Quando ela adoeceu... Eu não sabia o que fazer. Eu a mantive presa. Escondida. Eu pensei que ela ia melhorar. — Ela falava com os olhos marejados. — Todas as noites, ela fazia barulhos terríveis, gritava. E então, uma noite... Ela parou.
Finalmente estava tudo quieto. Fui até o quarto dela. Tinha sangue em toda parte. Mas ela estava sentada, calma. Ela disse que estava se sentindo melhor. As visões haviam sumido, que ela tinha dado um jeito. — Teresa olhou fundo nos olhos dele. — Ela arrancou os olhos, Thomas. Há milhões de pessoas sofrendo lá fora. Milhões de histórias como a minha. Não podemos dar as costas a eles. Eu não darei. — Teresa concluiu.
— O que está dizendo? — Thomas estava confuso.
— Estou dizendo que quero que entenda. — Teresa disse baixo enquanto acariciava o próprio pulso.
— Entender o quê? — Thomas começou a ficar preocupado.
— Porque eu fiz isso. — Teresa disse se virando para o horizonte novamente.
— O quê? Teresa! — Thomas estava perdido, até ver o Berg do CRUEL. Ele havia entendido, Teresa havia traído eles.— Por favor, Thomas. Não lute contra eles. — Teresa pediu.
— O que você fez? O que você fez? — Thomas negou com a cabeça e desceu correndo para avisar seus amigos.
A correria se instalou pelas montanhas, eles estavam sendo atacados e bombardeados de todos os lados.
Foi uma luta um tanto quanto injusta, o CRUEL tinha vantagens e assim renderam todos os que conseguiram juntar. Os jovens estavam em filas de joelhos enquanto era feita as contagens.
— B4. — um dos soldados escaneava os jovens um a um enquanto o outro anotava na lista os que recuperaram.
— Quantos conseguimos? — Janson perguntou analisando a volta.
— Praticamente todos eles. — um dos soldados respondeu.
— Praticamente? — Janson pareceu não entender.
— Perderam alguns. — O soldado explicou em poucas palavras.
— Onde está o Thomas? — Janson deu falta do jovem.
— Bem aqui! — Thomas apareceu finalmente cansado de se esconder.
— Parado! — um dos soldados gritou enquanto apontavam armas para ele.
— Thomas. — Janson deu um soco no garoto. — Ponha-o na fila. Está bem. Podem trazê-la.
Uma escolta de soldados estava rodeando Ava Paige, a mulher caminhava com tranquilidade.
— São todos eles? — perguntou a loira.
— A maioria. — Janson confirmou.
— Será o suficiente. Comece a transportá-los.— Ava ordenou e Janson tratou de agilizar os homens com o carregamento de jovens.
Os meninos pareciam incrédulos ao verem Teresa se juntando ao lado de Ava.
— Teresa? O que está acontecendo? — Newt perguntou.
— Ela está com eles. — Thomas confirmou.
— Desde quando? — Minho questionou a olhando com raiva.
— Teresa sempre esteve envolvida pelo bem maior. Assim que recobrou a memória... Foi uma questão de tempo. — Ava justificou a situação.
— Sinto muito. Não tive escolha. Esse é o único jeito. Precisamos achar a cura. — Teresa disse, os meninos não a reconheciam mais, depois de tudo que passaram juntos, ela não podia fazer isso.
— Ela tem razão. Isso são apenas meios para um fim. Você costumava entender isso, Thomas. — Ava olhou para o garoto ainda com esperanças. — Não importa o que pensa de mim, não sou um monstro, sou uma médica. Jurei encontrar a cura. Custe o que custar. Só preciso de mais tempo. — a loira foi interrompida por uma voz mais atrás deles.
— Mais sangue. — Mary falou em alto e bom tom, mesmo que estivesse rendida ali, jamais abaixaria a cabeça para Ava.
— Olá, Mary. Esperava te encontrar novamente. Sinto muito por ser sob tais circunstâncias. — Ava tentou ser cordial com a ex-colega de serviço.
— Sinto muito por muitas coisas, também. Mas não por isso. Ao menos minha consciência está limpa. — Mary disse seriamente.
— A minha também. — Ava finalizou e um disparo foi ouvido. Janson havia atirado em Mary.
Enquanto Vince era segurado pelos soldados, ele gritava o nome de sua amada que estava caída ao chão. Sem vida. Enquanto os jovens eram embarcados, Thomas teve uma ideia e sacou da bomba caseira que recebeu de Jorge.
— Para trás! Fiquem longe! — Thomas gritou após erguer as mãos e mostrar o que ele tinha ali.
— Espere. — Ava tentou tranquilizar o caos que estava se formando.
— Fiquem longe! — Thomas alertou novamente.
Ava tentou tranquilizar os soldados que pareciam prontos para atacar Thomas.
— Deixem-nos ir! — Thomas pediu para Ava diretamente.
— Sabe que não posso fazer isso! — Ava negou com a cabeça.
— Thomas, por favor, pare! Fiz um acordo, prometeram que ficaremos a salvo. Todos nós. — Teresa parecia apreensiva mas desconversar ela jamais iria naquele momento.
— Devo confiar em você agora? — Thomas tinha amargura na voz.
Thomas estava pronto para detonar a bomba, enquanto Ava estava tentando manter os meninos próximos dela novamente para embarcá-los. Ela precisava disso. Eles recomeçaram toda uma batalha, Thomas havia aceitado que naquele momento havia perdido. Ela havia levado o que ele tinha de mais precioso, sua família. Minho e Hayley foram embarcados para dentro do Berg que levantou voo para longe. Deixando o que sobrou do braço direito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Powerful Blood
Adventure"Tudo o que eles lembravam era de seus nomes, já ela lembrava de seu irmão." Eles trilhariam um grande caminho em direção à saída do labirinto, e depois eles lutariam sabe-se lá pelo quê. E ela não desistiria até se lembrar de tudo, nem que para iss...