Trezentos e quinze dias antes.

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    O dia da festa da cidade. Acho que foi um dos dias mais marcantes de todos que estavam presentes. Bem.. Pelo menos foi o dia mais marcante para mim.

     Era uma festa a fantasia com o tema: anos 70. Eu claramente tinha odiado a ideia, mas o que eu iria fazer?

    Eu tinha acabado de chegar e não havia visto nenhum rosto familiar. Até então era só mais uma festa sem graça da cidade.

    Mas então eu vi Pedro chegando e percebi seu olhar passando por todo o lugar. Pensei que ele iria vir conversar comigo, mas ele saiu da festa sem mais nem menos. Sem ao menos se importar em ficar um minuto lá.

      Eu normalmente amava festas comemorativas da cidade, mas não havia como aquela festa ficar pior. Meus pais resolveram não ir, Betty e Britt viajaram, e James se enfiou em algum lugar e não tinha chegado ainda.

      E foi quando eu vi ele. Vestido como o próprio Danny Zuko e rindo como se nada mais importasse na vida se não aquele momento.

      Quando seus olhos se encontraram com os meus ele correu em minha direção.

      – Eu cheguei e já está tocando minha música favorita?

      – Onde você estava? Eu tô esperando faz, no mínimo, meia hora. - eu disse e ele apenas me ignorou me puxando para a pista de dança.

       Sua mão estava em minha cintura e seus as minhas em seu ombro. Claro, isso não era nada demais para ele, mas para mim... Bem, para mim era incrível, sentir ele tão perto fazia meu coração pulsar rapidamente e me fazia sorrir como um idiota.

       – Qual a razão da sua imensa felicidade? - eu ri percebendo que o meu amigo estava super animado.

       – Adivinha! - ele sorriu largamente.

       – Não me diga que você voltou com aquela ideia idiota de abrir uma balada que só toca Taylor Swift?

        – Ei! Essa é uma ótima ideia! Mas não, não foi isso. Gabriella Fucking Josten me beijou.

        – A irmã do Gus? Nem fudendo! - lembra daquelas batidas fortes q eu sentia? Bem, elas automaticamente pararam. - Como isso? - fingi estar interessado, mas, honestamente, eu não queria ouvir mais nada sobre essa história.

        Ele continuou a "incrível" história de como aconteceu e que ele era tão sortudo e eu apenas fingia interesse.

        Saber que o James já tinha beijado Gabriella fez meu coração doer. Saber que ele mais alguém poderia amar ele e para essa pessoa ser recíproco era de matar. Saber que eu não poderia fazer nada sobre. Porque, quem impediria um amor de florescer? Apenas o destino seria um filha da puta desses. E isso não quebrava meu coração, isso quebrava muito mais do que o meu coração, fazia meu peito doer e me fazia querer chorar até se esgotarem minhas lágrimas, ou gritar até meus pulmões explodirem.

         Quando ele terminou de contar cada mínimo detalhe eu falei:

        – Então vamos comemorar! A gente pega as bebidas que você guarda e comemoramos pela cidade, o que acha?

         James riu.

        – Achei que nunca ouviria você falar isso! Vamos logo.

        Nós saímos correndo da festa, com jaquetas de couro e cabelos cheios de gel. Corremos pelo campo, andamos de bicicleta pela cidade e James bebeu até cair.

       Ele nem ao menos sabia mais em qual parte da cidade estava.

       Foi na frente do lago mais afastado do centro (se é que podemos chama-lo assim já que a cidade é minúscula) que James sorriu para mim e falou:

       – Você é o meu melhor amigo.

       Eu sorri de volta e o abracei. Ser apenas o melhor amigo era o suficiente. Querer já era o suficiente. E então, tudo se tornou pior quando ele me beijou.

       Fui pego de surpresa e o afastei rapidamente. Ele estava bêbado e não fazia a mínima ideia do que estava fazendo, claro.

        Quando nos afastamos ele riu para mim e entrou em um coma alcoólico.

       Essas coisas só aconteciam comigo, não era possível. Levei ele para uma lavagem estomacal no hospital e quando foi meia noite eu voltei para casa confuso, decepcionado e estranhamente irritado.

      E naquele dia eu percebi eu estava completamente e perdidamente apaixonado por James. Eu só queria chorar até a dor passar, chorar até eu esquecer ele, até eu esquecer como é o toque dele e como é a risada dele.

      Então eu chorei.

      Eu sentei na minha cama e chorei.

      Chorei até não haver mais lágrimas no meu corpo.

      Como se chorar fosse fazer todo esse sentimento ir embora.

      Na época, eu não tinha ninguém para desabafar então apenas tinha de chorar, lamentar para mim mesmo. E isso me destruía de todas as formas possíveis...

      Eu adormeci pensando no beijo dele, nos lábios de Gabriella nos dele, com nós dancando, com ele falando sobre a Gabriella.

      Bem, eu claramente dormi triste naquele dia.




    
   

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