Prólogo

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Boa leitura💜

[☁️]

Correndo por entre as árvores, a consorte Jeon observava cada mínimo detalhe daquela floresta, a mulher se esforçava para parar de pensar em situações terríveis que pudessem envolver o seu marido. Há horas o companheiro havia saído para admirar a natureza e colher alguns frutos, mas já estava anoitecendo e nada do homem voltar.

O Jeon sempre amou colher frutos, sabia que ele poderia facilmente se distrair entre os pomares, mas ela sentia que algo estava errado, ela sentia, o peito doía demais para nada estar acontecendo. Tentou se comunicar com o esposo através da ligação mas não tinha retorno. Isso a deixou apavorada.

A alguns metros de distância, entre as árvores a consorte viu a cesta que o marido levou junto de si mais cedo. Isso a atordoou.

Porque está aqui, jogada, e não com ele?

Onde está o meu marido?

Ela foi até o cesto, se abaixando para olhar dentro dele e ali só possuíam frutas frescas e bonitas. Olhando o lugar mais uma vez, seu peito doeu tanto que sua primeira lagrima desceu. Havia outro cheiro no ar. Naquele momento ela sabia que algo tinha acontecido com o Jeon.

Outro alfa.

Sua mente agora estava uma baderna, outro alfa esteve ali, outro ainda mais forte que seu marido, ela sabia disso apenas pelo cheiro do outro lobo ser sufocante, tanto que dissipou o do seu amado quase por completo. Caminhando mais um pouco, deixando a cesta para trás, ela se concentrou em sua audição.

Ele poderia estar por perto. Se ela ouvisse pelo menos sua respiração...

Mas não.

Os barulhos vinham dos pássaros, do balançar das folhas e da correnteza do rio.

O rio.

A loba urrou.

E ela correu. E assim que o viu gritou, um grito vindo de suas entranhas, do mais fundo buraco de sua alma, uma dor descomunal abraçou seu corpo, o peito ardia em total descrença ao ver o corpo de seu marido, o homem que tanto amou, boiando no leito do rio.

Lagrimas de puro terror molhavam sua bochecha ao imaginar como seria sua vida sem seu imprinting.

- NÃO! NÃO! - A dor em seu peito era tanto que ela se deixou cair, deixou seu longo vestido azul se misturar a água barrosa do rio. As mãos da consorte Jeon tremiam, seus olhos queimavam pelas lagrimas, os pulmões pediam por ar mas ela não conseguia, seus sentidos estavam tão sensíveis que o instinto da mulher implorava por dominância, nublando sua mente e enfraquecendo seu resquício de sensatez.

A perca era dolorosa demais para suportar.

E a rainha gritou pelo seu rei.

- AAAAAAAAH - A mulher batia os braços com tanta força nas águas que pareciam se tornar pedra, enfiando seus dedos na areia no fundo do rio, a apertando e sentindo a terra escapar entre os dedos, indo embora, assim como seu marido.

Seu reflexo distorcido pelas águas era de puro terror.

A imperatriz não conseguia parar de gritar, ficando tonta, mas nem o cansaço e a tristeza superariam o ódio em seu peito.

- Porque? Me de um motivo... - Ela implorou olhando os céus. - Não tinham o direito de tira-lo de mim! Não tinham!

Ela se ergueu, subindo e sentindo o peso de seu vestido triplicar, mas fingiu que não notou as pernas fraquejarem e o ar nos pulmões cessarem.

 A Verdade Nunca Dita - jjk+Pjm | ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora