19- Hoony

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Lalisa.

Acordei de algum sonho sem sentido e com uma imensa vontade de vomitar, aquilo pra mim já estava ficando meramente normal, ou bizarramente preocupante e estranho, as minhas costas doía de uma forma que nunca havia doído antes e a minha única reação foi correr para o banheiro localizado no quarto aonde eu estava. Não sei ao certo o que havia jogado na privada, não havia comido nada depois daquela sopa, e nem pretendia.

-Você não está bem, Lili... -A voz sonolenta de Minnie me assustou um pouco, ela estava parada na porta coçando os olhos, mas logo se ajoelhou ao meu lado. -O que sente?

-Enjoo... Dor nas costas, e mais enjoos...

Ela me olhou por alguns instantes, mas logo negou freneticamente com a cabeça, me ajudando a se levantar e escovar meus dentes. Sana dormia profundamente na cama ao lado da porta, e eu pude observar com mais clareza o quarto aonde estávamos, nada de especial.

-Está com fome?

-Não... Eu só quero dormir mais um pouco... -Murmurei me jogando na cama e puxando o edredom pra cima. -Me acorde quando Chaeyoung chegar... -Sussurrei mais pra mim mesma. -Se ela chegar no caso...

-Eu sei que sente falta dela, Lis... Mas se ela falou que vai vir, ela irá vir.

-Você não pode ter tanta certeza assim... A essa altura já devem ter percebido que fugimos, e se culparem a Chae? Por nós termos fugido? E se...

-Eu já entendi, não precisa continuar.

Fiquei ali debaixo daquela coberta o dia inteiro, saindo apenas algumas vezes pois a ânsia de vômito chegava com força mas no fim eu não conseguia colocar nada para fora, por não ter comido nada praticamente. Então senti a cama afundar, e um cheiro muito bom invadir minhas narinas.

-Sai Min... Eu não estou com fome...

-Como não está com fome? Passou o dia inteiro no quarto, e não está com fome? -Era a voz do Hoony, me assustei de leve saindo debaixo da coberta apenas para encara-lo. -Desculpe por entrar sem bater, mas mamãe não quer que você passe fome, coma um pouco.

-Não sinto fome, obrigada.

-Eu sei que é difícil pra você -Sussurrou deixando a bandeja de lado, ele encarava as mãos e mordia os lábios, ele parecia querer me contar algo, até que um suspiro seu preencheu o silêncio do quarto. -Eu sei como é se separar de uma pessoa especial. Já passei pela mesma coisa que você, diga, não a parte de ser internada, mas a parte de ter que deixar alguém que amava para trás. -Ele falava e eu podia sentir a sua dor em sua voz, acho que em pouco tempo ele choraria. -O meu erro foi... Ter desistido dele... Eu não o esperei como havia prometido, e ele não apareceu como havia me falado, acho que nós dois não estávamos prontos para algo que... Nem o universo sabe dizer...

Pude ver quando ele secou uma lágrima discretamente e depois sorriu tirando uma pequena fotografia do bolso de sua calça, ele me entregou me mostrando um homem muito lindo, cabelos loiros e olhos verdes intensos.

-Mattheo, era o seu nome...

-O que aconteceu? -Perguntei agora o encarando.

-Antes de me conhecer, Mattheo se relacionou com uma mulher, apenas uma vez, mas acabou que essa única vez foi o que acabou com a gente, ela ficou grávida e o pai de Mattheo obrigou ele a se casar com a mulher. Ele disse que esperaria a criança completar três anos para pedir divórcio, a mulher não era uma boa pessoa então ele pediria guarda da criança e então ficaríamos juntos... Mas já se passaram seis anos des que eu o vi pela última vez. Ele... Não voltou mais, e acho que não irá voltar...

-Eu... Eu sinto muito... -Ele negou guardando a foto no bolso e secando as lágrimas, o seu sorriso me confortou.

-Está tudo bem, tem outros homens no qual eu possa encontrar a felicidade, mamãe diz que eu sou muito apressado e que o meu amor um dia vai chegar. Eu diria que não sou apressado e sim... Apaixonado por todos os homens que eu conheço. -Acabei gargalhando com aquilo, e de uma hora para outra o ar daquele quarto ficou extremamente leve e confortável. -Agora coma, por favor, irei com Sana ao centro e compraremos algumas roupas para vocês. Então se alimente certo, ok?

-Ok! -Sorri quando ele bagunçou o meu cabelo me ajudando a posicionar a bandeja em cima do meu colo antes de sair e fechar a porta.

A comida estava estava excelente, não demorei mais de trinta minutos para comer tudo que estava ali, suspirando em meio ao sabor único, sobre o tempero que a muito tempo eu não sabia em minha boca. Minnie comemorou assim que me viu tomando o copo de suco de tangerina como finalização de um ótimo banquete.

-Não sei o que Hoony fez para você comer, mas eu irei agradecê-lo quando chegar.

-Ele é um cara legal -Conclui me virando e olhando para a janela. -Acha que ela está bem, Min?

-Hey... Que tal parar de pensar nela um pouquinho? Isso vai fazer mal a você.

-Esse é o problema... Eu penso nela o tempo inteiro, e quando não penso nela, penso em nós duas.

-Me conte... Quando se apaixonou por ela? -A voz com uma motivação estranha em mim, ficando feliz por ela querer saber sobre.

-Uhm... Eu não sei ao certo, acho que... Quando ela me tratou diferente, quando me trouxe o seu próprio jantar, quando ela me beijou... -Fechei os olhos tocando os meus lábios ao lembrar daquela noite. -Quando ela me chamou de amor... Acho que me apaixono por ela o tempo todo, é como uma droga, uma droga que eu preciso o tempo todo... Ela me deixou dependente... Eu preciso dela... É muito ridículo?

-Eu achei muito fofo e... Meloso. -Fez uma careta mas sorriu assim que eu ri. -Pode me responder uma pergunta? Por mais que eu já saiba a resposta. -Assenti -Você a ama?

O meu sorriso foi largo naquele momento, mal consegui enxergar Minnie, meus olhos haviam virados dois risquinhos, eu suspirei por fim.

-Sim, Min... Eu amo a Chae...

[...]

1996 - Chaelisa Ver. (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora