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"Pronomes Femininos''

Você ansiava por sua libertação daquele ônibus, ansiava pelo ar fresco que a natureza concede. Estava indo morar em forks, uma cidade pequena com muito contato com a natureza, estava indo para lá apenas por que sua vida já não tinha mais nenhuma cor.

Você tinha perdido sua família a algum tempo, sua mãe, seu pai e sua irmã mais velha, com muita luta conseguiu ter uma emancipação e já poderia fazer qualquer coisa que precisasse ter dezoito anos. Alguns amigos que trabalhavam no governo lhe deviam um grande favor, e como um passe de mágica ali estava sua emancipação.

Depois de perder sua família tudo que queria fazer era vegetar em uma vida monótona, não precisar se preocupar com tanta coisa além de fazer pelo menos uma refeição por dia e beber água quando se lembrasse, sabia que por ser uma cidade pequena iria ter muitas fofocas surgindo por causa de uma moradora que apareceu de repente, mas isso pouco te importa afinal todo o falatório iria desaparecer em algum tempo.

Depois de um tempo finalmente o ônibus parou e o motorista mandou você descer, Você era o único ser humano naquele ônibus fora de si o suficiente para morar ali ou "passear" por ali , afinal aquele lugar era o mais sem graça que poderia existir.

Você pegou suas malas e se levantou agradecendo, seu charme era o suficiente para fazer o motorista e a maioria das pessoas que estavam acordadas se encantarem com seu sorriso forçado.

Desceu do ônibus e encheu seus pulmões do ar filtrado que bagunçava seus cabelo, seus ombros doíam pelo peso que levava na mochila, suas bochechas ganharam uma cor mais rosada pelo frio que fazia, a cidade parecia estar sofrendo um luto com toda a carga depressiva que tinha.

一 Talvez se eu tivesse me jogado de uma ponte minha morte seria mais legal. 一 Você comentou consigo mesma sorrindo minimamente, era para isso que estava lá, desistir da vida e esperar morrer por falta de algum nutriente, hipotermia ou velhice. O que viesse primeiro, infelizmente tinha prometido a sua mãe nos últimos segundos de vida que tentaria até o final "maldita promessa" você pensou adentrando na cidade e procurando um taxi ou qualquer pessoa doida que desse carona para um estranho com uma mochila nas costas.

Algo que realmente encontrou, Charlie, o chefe da polícia dali. Uma pessoa extremamente gentil e amigável.

一 Você tem um cheiro muito bom, me lembra algum tipo de chá que minha mãe fazia quando minha filha estava doente. 一 Ele comentou vendo seus lábios se curvarem em um sorriso lindo.

一 Obrigado senhor, é realmente gentileza de sua parte. 一 Por alguns segundos ele ficou tonto, sua alegria real estava ali estampada no seu rosto e ele admirou isso se sentindo extremamente calmo e bem consigo mesmo.

Você cheirava a camomila, uma erva que era a maior paixão de sua mãe, uma bruxa. Seria muito legal se você também fosse uma no estilo harry potter, mas tudo que sabia fazer eram chás, incensos e vários rituais é claro, mas não é como se a magia fosse algo que você pudesse usar para levitar coisas e lutar com seres místicos que sequer existiam.

Charlie e você não precisaram conversar muito, algo que era maravilhoso para ambos, uma companhia agradável por assim dizer, Charlie emanava uma energia de dar inveja em qualquer um.

Não demorou muito para chegar na frente da casa que você comprou um pouco da Herança que seus pais tinham deixado, e seus avós e tios e diversas outras pessoas que você nunca chegou a saber o nome, sua família tinha um estranho costume de guardar a herança sempre que alguém morria, dinheiro não era algo de tanto valor dentro de sua casa, mesmo tendo muito dinheiro aquilo não trazia felicidade então era algo meio dispensável.

A garota da profecia. - VOCÊ x  MATILHAOnde histórias criam vida. Descubra agora