Capítulo 11

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POV LOUIS

Estou no carro com o Zayn enquanto ele conduz para me levar casa, mas ainda não trocamos uma palavra sequer.

Eu estou muito perdido nos meus pensamentos e sinto que o Zayn não gosta de mim.

-Estás demasiado calado. Estás doente? –ouço o Zayn perguntar e levanto a cabeça da janela onde a tinha apoiado olhando as ruas de Londres.

Na viagem para aqui pareceu tudo tão bonito e agora tudo tão sem vida.

-Não tenho nada para dizer. –ele ri.

-Tu tens sempre algo que dizer.

-Pensei que não gostavas de mim. –ele olha para mim mas eu volto a olhar para a rua.

-Não tenho nada contra ti, mas não gosto da tua presença perto de nós. Perto do Styles. – encolho os ombros. –Tu podes querer esquecer quem tu és, mas não vais conseguir escapar à realidade. Tu és filho do ministro quer queiras quer não. Sei que não tens culpa disso, mas todos temos a nossa historia e o nosso legado e esse é o teu. Não te peço que entendas porque não fazes parte deste mundo, mas o que tu estás a colocar em causa por causa de uma crise existencial e de rebeldia é toda a nossa vida. Se o teu pai descobre o que andas a fazer com quem andas ele acaba connosco. Comigo, com o Riven, com o Niall, com o Styles. –eu engulo em seco. –Existem muitas pessoas que trabalham connosco e que dependem de nós para colocar comida na mesa. Sei que não entendes isso porque sempre tiveste tudo o que precisaste, mas existem muitas pessoas que não têm e eu sei que o que fazemos não é correto, mas para muitos é a única solução. –eu abano a cabeça sem concordar.

Eu posso não saber muito sobre o mundo, mas não sou ingénuo. Sei perfeitamente que existem muitas dificuldades por aí e que é difícil colocar comida na mesa para muita gente, mas existe sempre opção. Há muitos trabalhos por aí, as pessoas é que escolhem a solução mais fácil e rápida para os seus problemas. É fácil invejar-se o que os outros têm, mas esquecem-se de invejar também o seu trabalho. O meu pai tem o que tem porque trabalha e sempre trabalhou muito para isso e honestamente, não como esta gente. Ele criou um nome para ele próprio. Um nome de respeito e eu admiro-o muito por isso.

-Existe sempre solução e além disso vocês são bons a esconder as coisas do meu pai.

-Louis, isto não é uma brincadeira. É a nossa vida que está em jogo ou tu achas que se o teu pai souber onde passaste ontem a noite não dá um tiro ao Harry sem pensar duas vezes? Ou o captura e o tortura por dias só para se vingar? O teu pai odeia o Styles bem mais do que tu pensas e adora-te, se ele desconfiar de que as marcas no pescoço do seu querido menino foram feitas pelo Styles ele não vai pensar, vai agir. –eu penso por um tempo nas palavras do Zayn. Será que o meu pai matava o Harry se soubesse? Nunca pensei nessa possibilidade. O meu pai é um homem bom, ele acredita na justiça. Não iria matar um homem com as próprias mãos, certo?

-O Harry sabe perfeitamente o risco que corre. A culpa não é minha. E talvez ele goste de correr esses riscos. Talvez ele só esteja interessado em mim para brincar com o meu pai. –doí-me dizer isso em voz alta, mas sei que é a verdade e quanto mais cedo eu a interiorizar melhor para mim. Todos à minha volta sempre só se aproximam de mim por causa do meu pai. Já estou habituado.

O Zayn olha para mim estranho, mas não diz nada e eu também não continuo a conversa.

-Estás entregue. –o Zayn para o carro a uma quadras da minha casa.

-Obrigado. –abro a porta para sair do carro mas a voz do Zayn impede-me de sair.

-Louis, não penses que sabes tudo. –eu olho para ele e dou uma gargalhada seca.

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