Taehyung hyung.

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Eu nunca sei o que escrever nas notas iniciais.😔
Essa fic vai ser curtinha, três capítulos no máximo.
Espero que gostem!✨
Boa leitura!🌼


🍒

Taehyung era como o personagem popular de um anime. Alto, bonito, popular entre as garotas, o melhor aluno da escola, quieto e gentil. No último ano do fundamental, o Kim foi o garoto que mais recebeu cartinhas e chocolates no dia dos namorados. Inclusive de veteranas e garotas de outras escolas. Ele partiu inúmeros corações naquele dia. Mesmo sendo totalmente gentil. "Desculpe, não estou interessado", " oh, não posso aceitar seus sentimentos, perdão", "sinto muito, já gosto de alguém". Com certeza essa última doeu mais.

No primeiro ano do colegial se destacou em esportes, matemática e língua coreana. Além do rosto voltar mais maduro e o corpo mais viril após as férias de inverno. Ele era bom em tudo que fazia. Mas ele sonhava em ser escritor. Morar em Paris e ter uma fazenda de morangos e três filhos pequenos correndo entre as plantações. Como eu sei disso? Taehyung era o meu melhor amigo.

Mas essa história não começa aqui. Nem quando nos tornamos colegas de quarto na faculdade.

Começa em 1997 quando Jeon Ji-Eun e Kim Hye-Jin esbarram na fila do mercado do bairro. A Kim tinha um bebê de dois meses no colo. Pele douradinha, cabelos castanhos . Muito parecido com a mãe. Já a Jeon, minha queridíssima musa inspiradora, está grávida de seis meses. A barriga dela era grande como uma melancia. Não demorou mais que dez minutos de diálogo para as duas mulheres extrovertidas já se considerarem super amigas. Ambas tinham muito em comum. Mães solteiras em uma época tãoooo antiquada. Hye-Jin era viúva. O marido morreu no dia em que descobriu estar grávida. Pelo menos era um político e o dinheiro que ela herdou era bom. Mamãe era meio rebelde e o vovô quis arrumar um casamento arranjado 'pra colocar ela nos trilhos. Ele só não contava que ela fosse capaz de arrumar uma barriga pra evitar casar com um velho nojento. Não julgo, faria o mesmo.

O ano tinha uma moda brega, o país ainda estava se recuperando de uma crise, e elas eram duas mulheres feministas lutando para cuidar dos seus bens mais preciosos. E tão brega quanto à época eram elas, que prometeram fazer de seus filhos melhores amigos no dia em que eu nasci. E ainda foram morar juntas para garantir isso.

Longe de mim reclamar. Esse foi o maior presente que as mais velhas poderiam ter me dado, além de muito amor e carinho é claro. E o plano delas realmente deu certo.

Taehyung e eu crescemos juntos. Entramos na escola juntos. E graças ao universo sempre caímos na mesma sala. Ele me conheceu mais do que eu mesmo em toda a minha vida. Ele sempre esteve lá quando precisei.

Foi Taehyung quem me ajudou quando tive dificuldade em algumas  matérias na escola. Quem me defendeu do bullying por eu apresentar uma leve gagueira. Que me levou no primeiro dia de Taekwondo  para a escola de artes marciais. Quem me ensinou andar de bicicleta, a subir em árvores e jogar videogame. E ele era só dois meses mais velho. 

Quando eu tinha quatorze anos, no último ano do fundamental. Já sabia que ele seria quem teria todas minhas primeiras vezes. Ele se tornou meu primeiro amor, quando entregou pra mim uma barra de chocolate no dia dos namorados por saber que eu não tinha recebido nenhum. O gesto fez meu peito soar como mil tambores em um ritual xamânico.  Ele sorriu pra mim estendendo a barra doce de cacau e leite da minha marca favorita com um bilhete de post it  rosa choque. "Para meu dongsaeng favorito." Foi naquele dia que eu soube que alguém finalmente tinha roubado meu coração.

E naquele mesmo dia, tão rápido como minha paixão juvenil veio, a desilusão também chegou. Tantas garotas mais bonitas estavam interessadas no meu hyung. E algumas sequer sabiam que ele gostava de chocolate meio amargo, o que me deixou com grande bico nos lábios. Como eu teria chances contra elas?

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