Capítulo 14

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Não demorou muito para se escutar um bater de asas estrondoso perto do acampamento, estavam todos reunidos na sala da cabana, ou melhor, quase todos.Depois de Cassian tirar Ayla de cima de um dos Illyrianos que treina no acampamento, Netha enviou quase que imediatamente uma carta ao rei de Prynthian, mas acima de tudo o pai de Ayla, pedindo que viesse o mais rápido possível para Illyrian.

Cassian falou que era desnecessário chamar os pais da sobrinha, não por ter achado a atitude da sobrinha correta e tentaria encobrir o que aconteceu, o que ele faria, mas por saber que era de conhecimento de Azriel o que aconteceu.

Desde o momento em que seus sobrinhos colocaram os pés naquele acampamento Cassian que tinha uma responsabilidade muito grande em suas mãos, Feyre e Azriel fizeram questão de lhe lembrar disso. O macho lembra-se até hoje do doloroso aperto de mão que ganhou do irmão e das palavras sussurradas em seu ouvido " Estou colocando eles em suas mãos, enquanto estiverem aqui são sua responsabilidade. Não tente esconder nada de mim eu descobrirei antes mesmo de pensar em encobrir, se algo acontecer, será atrás de você que virei".

O abrir desesperado da porta fez com que as pessoas naquela sala se assustassem, Azriel fechou suas asas e entrou na sala,vestia trajes negros como o manto da morte, seu semblante era sério e implacavél, seus olhos poderiam fazer qualquer um se afogar em medo, derrepente o ar ficou gelado e suas sombras se colocaram postas a atacar, bastava um pedido, uma ordem e todos ali morreriam se dependesse delas.

Diferente do marido Lucien não entrou naquela sala com o ar de assassino, mas preocupado e irritado, seus olhos brilhavam como fizeram no dia em que matou o irmão e o homem que dizia ser seu pai, foram aqueles olhos que Tamlin viu pela última vez, o olhar de um rei impiedoso e superior.

-O que aconteceu? - o ruivo perguntou se agachando em frente a filha, Azriel por outro lado não saiu de onde estava e não disse uma única palavra.

-Não foi nada pai, só uma briga besta. - Ayla disse indiferente, mas não pareceu convencer os pais.

-Briga besta? - Mab estava encostada na parede que dava para a cozinha, a Archeron mais velha tinha as asas retraídas e os braços cruzados, vestia uma calça de couro marrom e uma camisa cor de creme, seu semblante era frio como o da mãe e olhava a prima com severidade - Caluniar a família e desmerecer o trabalho árduo de alguém não me parece besta.

-Mab.- Ayla repreendeu a prima que não se deu por vencida.

-Não venha pra cima de mim com esse tom Ayla, conte a eles o que houve, é direito deles saber.- devolveu para a ruiva um olhar cortante. - Se não contar eu contarei.

-Eu tava andando quando eu vi Calab arrastando uma menininha pelos cabelos para dentro de uma casa, ela vestia roupas desgastadas e um avental sujo. - a ruiva suspirou - a menina parecia cansada e chorava dizendo que sua cabeça estava doendo. O covarde estava com mais quatro amigos e os malditos não fizeram nada para pará-lo.

-Então você o parou - Lucien tentava ser neutro ao escutar a filha, seu rosto não demonstrava nenhuma emoção, mas por dentro sentia-se orgulhoso de seus filhos identificarem o que é errado e se imporem, ele tinha os criado bem.

-Eu puxei ela dos braços dele, ele tentou pegar ela e a gente acabou discutindo, então ele foi pegar ela novamente, mas Alec foi mais rápido. Ele correu em direção ao imbecil do Calab, ele lançou um tipo de... flecha ou sei lá que merda era aquela, que passou milimetros de distância do rosto do maldito.

-Aquilo foi animal. - Adran comentou alto.

-Foi o bastante, Mab a pegou no colo e saiu de perto dele. - Ayla olha para os pés por um momento sem muita coragem de dizer o que viria a seguir. - Ele me chamou de vadia e me acusou de usar meu título de princesa para me sobressair no acampamento.

Corte da IrmandadeOnde histórias criam vida. Descubra agora