Capítulo 10 - "Uma oferta irrecusável"

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Capítulo 10

Quando eu finalmente me levantei do chão do banheiro, sentindo-me mais calma e com a cabeça se revelando um pouco pesada e com sono por conta do remédio, eu lavei o meu rosto com a intenção de que ninguém visse o quanto os meus olhos estavam inchados de tanto chorar.

Mas eu sabia que isso era em vão.

Minhas pernas já estavam fracas quando eu saí do banheiro com a mentalidade de voltar para o meu quarto e me jogar na cama... mesmo que a noite fosse regada de pesadelos, quando alguém esbarrou rapidamente em meu braço, fazendo a bolsa que estava em minha mão cair no chão junto a tudo o que estava dentro dela. E isso me fez murmurar frustrada.

— Meu Deus! Me desculpe... eu estava passando tão aérea que sequer vi você saindo do banheiro. Você está bem? — A recepcionista que antes havia me atendido, questiona com um olhar carregado de arrependimento, se inclinando para pegar as minhas coisas no chão.

— Não, tudo bem... eu também estava aérea.

Ela se levanta com um sorriso fraco, estendendo a minha bolsa em minha direção.

— Me desculpe, eu não costumo esbarrar nos nossos hóspedes, foi um erro meu e como um pedido de desculpas, você pode escolher alguma bebida para que levem até o seu quarto.

Meus olhos se abrem em surpresa e eu ponho a minha mão sobre a testa, sentindo que a qualquer momento ficarei tão tonta que não vou suportar ficar de pé. Bebida é a última coisa que eu desejo nesse momento.

— Eu acho melhor não...

— Por favor, são regras do hotel... caso algum erro seja cometido com um de nossos hóspedes, temos o dever de lhe presentear com algo. Você pode escolher alguma bebida... ou quem sabe uma refeição?

Eu ia abrir a minha boca para contestar, mas então foi quando eu senti o meu estômago roncar. Não é que eu esteja faminta, é só que não consegui comer decentemente quando estava jantando com Pedro e o senhor Lei... e talvez provar algo saboroso antes de dormir não seja uma má ideia.

— Nesse caso... eu gostaria de uma refeição. Algo simples, por favor.

Ela me lança um sorriso contente, e logo pede para que eu a acompanhe até a recepção, onde ela pega uma pasta e entrega em minhas mãos.

— Jeffrey Lei pediu para que eu lhe entregasse isso assim que você saísse do banheiro. Ele lhe deixou um aviso... para você entregar essa pasta ainda hoje na suíte presidencial do último andar. Você também está no último andar, não é? Então não vai ser um problema...

Encaro a pasta em minhas mãos, sentindo algo estranho sobre isso. O que o senhor Lei precisa que eu lhe entregue que não poderia ter pego? Sem falar que não fazia a mínima ideia que estávamos compartilhando o último andar e que ele seria tão luxuoso para ficar com a suíte presidencial. Quer dizer, o valor deve ser um absurdo.

— Obrigada, eu estou indo... boa noite.

Fui direto para o elevador e logo pressionei o botão do último andar, sentindo-me esgotada demais por conta do remédio para conversar com Jeffrey sobre qualquer coisa que envolva negócios.

Um pouco curiosa enquanto aguardo a chegada do elevador, eu aproveito para abrir a pasta e dar uma olhada no título dos papéis para ver do que se trata. Mas sou pega de surpresa quando todos eles estão em branco. Mas que merda é essa? Por que ele precisa que eu lhe entregue tudo isso?

Ele não estaria pensando em me atrair para o seu quarto a essa hora da noite, não é? Quer dizer, Lisa sempre me alerta que desconfia de uma certa maldade do senhor Lei dirigida a mim... mas até o momento eu nunca me senti desconfortável pois para mim ele apenas parece um cara expressivo demais.

RENDIDA - PARTE 2 - CRIMINOSOS EM SÉRIE (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora