Capítulo 12

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Paulo André

Já era três da tarde e eu ainda não tinha pregado o olho. Que burrice eu fui fazer?! Acompanhei os Jadrés defendendo a Jade a madrugada inteira. De acordo com eles, só associam a Jade a homem, desde que ela ficou solteira.

Burro. Burro.

Ela vai pegar bode de mim, e com razão.

Eu acredito nela, não neles. Eu preciso defender ela, não eles. E porque eu fiz isso porra?

Na primeira oportunidade que eu tive, joguei tudo pro alto.

E se ela ficou com ele mesmo? Eu não poderia surtar do mesmo jeito. Nós conversamos sobre isso já.

Burro!

Agora nem mandando flores por 30 dias vou conseguir me redimir. Eu mesmo não me perdoaria.

O que eu faço?

Mando mensagem? Ligo? Dou o tempo dela? Vou até o apartamento dela?

Porra!

Que angústia. Enviei uma mensagem para ela.

📱

Pa: 👀

📱

Já passava das seis da tarde e ela não apareceu. Não me respondeu. Que tortura. 

📱

PA: Nina, fiz merda ontem e preciso da sua ajuda. Não sei o que fazer. Vou até o apartamento dela!!!

Ninoca: PA, estamos gravando algumas publis. Eu já fiquei sabendo de tudoo. Ela esta chateada. De mais tempo para ela. Vai dar tudo certo! 

📱

Mais tempo? Sem chances. 

Hoje eu tinha que decidir o contrato com a C&A, mas sem cabeça isso. Falei com meu empresário, e vamos conversar depois. Agora eu preciso me resolver com a Jade.

Fui até seu prédio e no caminho a minha cabeça não parava um segundo. Eu não sabia nem o que dizer pra ela. A Jade é tão inteligente e madura, que me assusta. Ela não vai querer continuar mais comigo. 

Após ser autorizado a subir, toquei a companhia. Nina abriu a porta. 

-Aí você não ajuda né, PA.

-Eu não consigo dar mais tempo não, pô. Já to fritando desde ontem Nina, me deixa falar com ela vai. 

Ela deu espaço para eu entrar, e assim fiz. Não vi Jade. Olhei para Nina.

-Ela esta no quarto, vou sair e deixar vocês conversarem..

Jade apareceu na porta com cara de poucos amigos.

-Você fica aqui Nina, vamos conversar aqui no quarto e vai ser rápido. Tenho muita coisa pra fazer.

Fudeu.

Ela voltou para o quarto. A segui. Ela sentou na cama. Fechei a porta. 

-Jade...

-PA.. eu não te devo explicações, e você não me deve explicações. Em todas as nossas conversas, deixamos claro que o que temos é mó legal e tal, mas não queremos nada sério. Eu estou em uma fase da minha vida que finalmente estou aproveitando ao máximo, trabalhando muito, crescendo cada vez mais. A última coisa que preciso agora é me estressar com um relacionamento. 

-Você não vai se estressar Jade.. Depois de tudo, você ainda não percebeu que to amarradão?

Eu andava de um lado para o outro enquanto falava. Ela estava calma, falava calma, mas o semblante ainda era de chateação. 

-Eu só não soube lidar com a situação no momento. Foi a primeira vez que eu vi o nome da mina que eu gosto envolvido com outra pessoa, pô. Ta maluco. Doideira isso tudo.

Sentei na beira da cama, virado para ela. Ela me olhava nos olhos.

-Jade, por favor, ta tudo mó daora, e a não ser que cê não esteja gostando, não tem porque parar o que temos.

-PA, a questão agora não é parar de se ver e parar de ficar. A questão é que não temos nada sério e você não acreditou em mim. Mano, foi a primeira situação e você ta entendo que cê não acreditou em mim?

-Eu sei disso e te peço desculpas. Fui mó otário. Sério. 

Nos olhamos mais. Levantei da cama.

-É isso, vacilei, gosto muito de você, não quero que acabe, mas se acabou por aqui eu preciso que você me perdoe e diga que vamos continuar pelo menos amigos... Ou você quer mais flores?

Eu brinquei. Ela riu de canto.

-Não, já não tem mais espaço no meu apartamento.

O celular dela tocou, era o Leo. Atendeu e foi saindo do quarto. Fiquei um tempo por ali e quando percebi que a chamada estava sendo finalizada, fui atrás dela. 

O ap dela é mó daora. A vista também. Olhei pra Nina e fiz cara de cachorro abandonado. Ela riu.

-Seguinte, Leo quer que eu vá na casa dele ajudar a fechar uns lançamentos e quer que você vá junto.

Ela passou do meu lado e deu dois tapinhas no meu ombro.

-Sua chance de conhecer ele.

Abri um sorrisão. Não era o melhor momento, mas quero muito conhecer ele. Ela foi pro quarto. Fui atrás. 

Continuei sorrindo. Dei a entender que estamos na paz de novo.

-Não terminamos nossa conversa, ta? Agora da licença que quero trocar de roupa. 

Ela foi me empurrando.

-Qual é Deja, eu já vi tudo que tem pra ver ai.

Ela me olhou. Ergui as mãos pra cima.

-Saindo.

Nina estava sentada no sofá, segurava uma almofada nas pernas. Fui me amoando e deitei na almofada. 

-Você precisa me ajudar com essa Marrentinha, Nina. Sérião.

-Não me meta nessas confusões de vocês não. 

-Coé Nina, você shippa, vai ficar triste se acabar assim. 

-Ela é minha melhor amiga PA. O que você fez ontem eu já deveria estar te odiando.

Levantei da almofada, mas continuei sentado

-Mas não esta né?

Eu ri. Ela riu e tacou a almofada na minha cara.

Jade saiu do quarto. O Leo tinha um apartamento no mesmo prédio que ela, mas também tinha uma casa, que ficava um pouco mais pro interior de São Paulo, e era para lá que iriamos. Chamamos um uber e seguimos. No caminho, Jade foi no banco do meio e "sem pretensões e sem querer" eu apoiava minha mão em sua perna, depois em sua mão.... E assim seguimos.

Fui zoando as duas o caminho todo. Pelo menos ali, o clima já estava melhor. 

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Peça-me O que Quiser | JadréOnde histórias criam vida. Descubra agora