Capítulo 21 :

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Trabalhar com Arthur estava sendo um desafio para mim, três dias depois de começar oficialmente como sua secretária, estava sentindo o peso da responsabilidade dos compromissos.

Com a proximidade da festa que seria naquele fim de semana, muitos convidados estavam ligando para a empresa para conversar com ele, avisar que não poderiam ir se desculpando por viagens de última hora ou para confirmar que estariam presentes. A maioria das pessoas que foram convidadas estava entrando em contato para conversar diretamente com Arthur na intenção de deixar claro que estaria com sua presença garantida e que não perderiam por nada aquele evento. Cada vez que eu ouvia a empolgação deles ao ligar para o escritório, tinha mais certeza de que aquela festa era realmente o acontecimento do ano naquela sociedade. Por sorte Daniela havia me ajudado a escolher um vestido roxo cor de beterraba que realçava meus seios e fez com que eu me sentisse mais sensual.

Arthur estava uma pilha de nervos, tive duas reuniões durante a manhã e agora tinha saído para almoçar e mesmo assim os telefonemas não pararam. Dez minutos antes da chegada dele, a tal Carol que até onde eu sabia era a atual mulher com quem ele estava saindo ligou e sua arrogância do outro lado da linha era palpável.

Carol: Ele não me contou que tinha uma nova secretária. — sua voz aguda do outro lado da linha beirava o insuportável.

Carla: Talvez isso não fosse da sua conta. — rebati me perguntando de onde foi que surgiu aquela maneira de falar, mas no momento eu não prezava a educação e nem mesmo me importava se ela poderia ou não falar para Arthur.

Carol: Quanto abuso de uma secretária! — ela exclamou do outro lado surpresa por ter sido tratada dessa forma — Arthur sabe que você anda tratando as pessoas assim?

Carla: Na verdade, só você teve esse privilégio. Agora com licença, eu preciso trabalhar e o Sr. Picoli ainda não voltou do almoço. — Encerrei a ligação antes que ela respondesse algo e sorri me sentindo de alma lavada.

Eu nunca tinha visto essa mulher, mas saber que Arthur tinha um envolvimento com ela me fez criar uma espécie de repulsa que apenas se intensificou ao ouvir sua voz chata e seu jeito petulante. Suspirei e assim que voltei aos meus afazeres, vi Arthur saindo apressado do elevador sem me olhar sumindo em seguida no corredor deixando claro que seu humor não era um dos melhores. Não demorou muito e o vi sair novamente de sua sala pisando firme e parando próximo a minha mesa.

Arthur: Quando eu voltar quero ter uma conversa com você.

Sem dizer mais nada, ele voltou para o elevador e apertou o botão pressionando-o furiosamente como se aquilo tivesse o poder de fazer com que o elevador chegasse mais rápido. Com pressa demais para esperar, ele atravessou a sala e saiu por uma porta de madeira onde ficavam as escadas. Onde será que estava indo que o fizera optar por descer degraus ao invés de esperar pelo elevador? Sem ter a resposta para essa pergunta, voltei a olhar para a tela do computador redigindo alguns e-mails que ele havia me pedido.

Eu não soube dizer quanto tempo fiquei ali sentada concentrada no que estava fazendo, mas o toque do elevador chamou minha atenção e quando as portas se abriram, revelaram a figura alta de Arthur que veio avançando até mim como um leão na savana.

Arthur: Que diabos acha que está fazendo? — ele perguntou em um tom de voz alto que me assustou.

Carla: Do que está falando? — arregalei os olhos diante da atitude inesperada.

Arthur: É claro que você não sabe o que estou falando, se soubesse teria percebido que se esqueceu de me avisar sobre a reunião que teria às duas horas da tarde! — explodiu mostrando-se furioso e eu me levantei rapidamente.

Quem é você, Arthur? Onde histórias criam vida. Descubra agora