Um silêncio desconfortável encheu a biblioteca. Depois que Harry os deixou passar, os Marotos não disseram nada, apenas abriram e fecharam suas bocas como peixes fora d'água. Embora no início tenha sido divertido de ver, agora Harry estava começando a perder a paciência.
- Se vocês vão ficar quietos o tempo todo e olhando para mim como se eu fosse um caldeirão prestes a entrar em erupção, é melhor saírem. Eu tenho coisas melhores para fazer do que me tornar animal de zoológico antes do tempo. - disse o de olhos esmeraldas sem nem tentar esconder seu aborrecimento.
- O que aconteceu? - Remus falou por fim.
- Sobre o que? Eu preciso que você seja mais específico, muitas coisas aconteceram comigo. - Harry sabia que estava comportando-se como um pirralho birrento. Mas vamos lá! Eles não estão ajudando.
- Com a sua atitude, você nunca agiu assim antes, então... - Sirius se apressou em dizer.
- Meus tios e alguns professores, principalmente Snape, podem discordar desse seu comentário. - refutou o menor.
Snape não se lembrava dele. A cruel morte do homem e as memórias de rendição veio a sua mente. A tristeza que tentou evitar durante a batalha, o inundou de repente. Um homem que todos chamariam de traidor, que deu as costas a seus senhores, apenas para proteger o filho de sua amada e que ele daria sua vida para ajudar a proteger o mundo mágico. Um homem que morreria de uma forma tão dolorosa e para a qual ninguém choraria, um homem tão solitário quanto ele mesmo se sentia.
Uma mão em seu ombro o trouxe de volta para o presente, e como havia acontecido no parque da Rua dos Alfeneiros, sua varinha saiu antes que ele percebesse. Com a ponta se sua varinha presa no pescoço de Remus, ele voltou seu olhar para a porta. Ele focou seus olhos e olhou ao redor.
- Você está bem...? - Remus começou a dizer, mas a varinha em seu pescoço o impedia de falar.
- Harry, o que você está fazendo? - questionou Sirius, que não houve espaço para sua surpresa, ele nunca esperou ver Harry, o filho de seu melhor amigo e seu afilhado, apontar sua varinha para seu único amigo que permaneceu vivo.
Harry estava congelado no lugar, seu cabelo mudou para roxo, ele nunca tinha gostado de ser tocado de surpresa. De fato, tinha certeza que QUASE desenvolveu misofobia depois do que quase aconteceu no cemitério, no fim do Torneio Tribruxo.
- Sinto muito. - disse Harry corando enquanto abaixava sua varinha, mas não a guardou. Seus dedos foram pressionados no fim de sua varinha e isso o fez se sentir protegido... Algo normal, depois que estivera fugindo por quase um ano, com um alvo acima de sua cabeça. - Por favor, não faça isso de novo. - apesar de ser um pedido, saiu como uma ordem.
- Desculpe, te chamamos algumas vezes, mas você não respondeu e seu cheiro estava cheio de tristeza. - o licantropo se desculpou, recuando alguns passos.
- Você vai nos explicar? - Remus perguntou depois de alguns minutos em silêncio.
- Por que eu deveria?
Os mais velhos ficaram em silêncio, dando tempo para Harry organizar suas ideias e sentimentos, tinha muito o que fazer e não poderia fazer tudo ao mesmo tempo, principalmente, se seus sentimentos fossem tão voláteis como agora.
Observando com atenção, escondendo a súbita vergonha que sentia de ambos os Marotos. O arrependimento falsamente brilhando em seus olhos.
A resposta apareceu diante de seus olhos. Chantagem emocional! Mataria dois pássaros com um único tiro! Os faria reagir e dar-lhes algo em que pensar, dessa forma ele os tiraria da sua cola.
Perfeito, simplesmente perfeito.
Ele colocou sua melhor cara de cachorro faminto e continuou falando:
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Hijo de La Muerte - Snarry [TRADUÇÃO]
FanfictionHarry provou ser digno das Relíquias da Morte, tornado-se o Mestre da Morte, mas também o filho dela. E graças a ela, Morte, que Harry tem a oportunidade de voltar ao seu quinto ano e escrever seu próprio destino. Sem as manipulações de Dumblerode...