Conflitos Cruzados

Conflitos

Bati a cabeça no banco enquanto me sentava no chão frustrada, já fazia muito tempo que eu procurava os sapatos de minha irmã que insistia em dizer que foram roubados por Narguilés. Eu já estava impaciente com a ideia dela e ainda mais impaciente com o trem quebrado.

— Merlin, não posso acreditar que isso está acontecendo.

Falei comigo mesma enquanto me levantava, alisei minhas roupas e passei para o lado de fora esbarrando com uma figura masculina que fez com que eu voltasse para o chão.

— Sinto muito eu estava...

Parei de me desculpar ao reconhecer, mesmo com a péssima iluminação do corredor, George Weasley parado no meio do corretor como se não passasse de uma estátua. Me levantei novamente em silencio e cruzei meus braços entrando na defensiva.

— Se você puder dar licença, acredito que eu seria muito grata.

— Estava prestes a se desculpar? Solar Lovegood estava se desculpando comigo?

— Ah, vamos, saia!

Forcei minha passagem por ele entrando na cabine mais próxima que também estava vazia, já coloco minha bolsa em um dos bancos me abaixando para vasculhar o lugar.

— Solar?

Ouvi a voz de Weasley entrando no lugar e automaticamente me levantei ajeitando minha saia.

— O que você quer?! - Exclamei quase em um grito fazendo o ruivo me olhar confuso.

— Quero entender o que aconteceu, eu procurei você todos os dias, te enviei cartas enquanto você se escondia e nem mesmo respondia. - Foi a vez dele de falar me fazendo respirar fundo.

— Por que é que você se importa?

Ele fechou a porta da cabine esperando com que eu desse uma resposta, que eu sabia que ele merecia.

— George Fabian Weasley, saia da minha frente. - tentei passar mais ele não deixou.

— Solar, uma explicação e eu prometo que vou deixar você ir, e você sabe que eu cumpro minhas promessas.

Recuei e tentei acalmar minha respiração, eu sabia o que dizer, só precisava ter coragem suficiente para mentir, engoli o pequeno nó em minha garganta

— Não sinto mais nenhum interesse em ser sua amiga Weasley, você não..não é bom para mim, e eu não quero estar presa a sua amizade.

Passei por ele sem coragem para ver seu rosto, sai da cabine voltando para a minha onde eu estava sozinha. Voltei a pintar os ovos que estavam dentro de minha bolsa para me distrair da imensa vontade de chorar. E quando eu menos esperava a porta se abriu fechando novamente, olhei para George que estava com um grande sorriso no rosto.

— Seu olho tremeu, eu vi - Ele literalmente gritou se sentando — Solar Pandora Lovegood, você me ama

— Como é? você é surdo?

— Tenho ótimas orelhas Lovegood, você quem tem péssimos olhos - Franzi minha testa

— Como é seu grande morcego velho, você.. - fui interrompida por ele

— Eu estava prestes a voltar para a cabine com Fred quando eu lembrei de ver seu belíssimo olhinho direito tremer - balancei a cabeça mostrando o quão insignificante aquilo era para mim — Acontece que eu te amo tempo suficiente para saber que está mentindo.

— Não sabe do que está falando.

Voltei a pintar e mesmo que minha atenção não estava em George eu pude ouvir seu sorriso ir embora e uma carranca frustrada assumir o lugar.