Blood Color | Kim Taehyung

Capítulo Treze - Mande lembranças

A verdade que muitos não dizem para os mais novos, é que o primeiro amor não é superável. Ele continua lá fazendo parte do seu cotidiano, mesmo que muitas das vezes não perceba. Você pode se apaixonar por várias pessoas em sua vida, mas a única que contém a sua personalidade na mais íntegra versão, é o seu primeiro amor. Pela simples questão dele ser um dos fatores mais importantes na sua formação, o qual não apenas fermenta você, como também expressa o seu eu interior. Quem você ama, faz parte de quem você é.

Encontrar um novo amor, muitas vezes requer paciência e conhecimento de si mesmo. É necessário reformular o eu emocional e racional. O primeiro amor é intenso e marcante, mas aquele que nos quer bem é calmo e sereno, se aproxima de nós aos poucos sem que nem se quer percebamos. Ele traz calmaria e segurança, como um porto seguro. É confortável ao ouvir e ao falar, é companheiro e é sincero sem ser mal. Ele é a durabilidade que nenhum sentimento intenso permite ser, ele é permanente sem fazer qualquer esforço.

- Eu só quis dizer que você devia ter pensado no Bruce antes de tudo, já que é uma responsabilidade sua! - Sophia falou no banco de carona.

- Não tinha para que pensar, voltamos ainda essa noite, Sophi! - Taehyung rebateu enquanto dirigia. - Não tem necessidade desse alarde todo, sendo que medicamos ele antes de sair. Por Deus. - Praguejou. Taehyung tinha a completa certeza que se não fosse pela brisa refrescante batendo em seu rosto, ele já estaria aos berros com Sophia.

- Mas você pensou na possibilidade de a gente não voltar? - Sophia expressou seu maior medo naquele momento carregando um ar com a energia pesada de sua preocupação. - Falo por uma questão de precaução, okay? Você devia ter pensado nisso e ter se preparado.

- Sophi... - Taehyung começou a falar com a voz mais tranquila para acalmá-la por não se convencer de que Sophia estava apenas preocupada com Bruce. - Você não vai se encontrar com ele, okay? Eu vou. - Garantiu.

- Taehyung, eu não vou te deixar sozinho, pode ir tirando o seu cavalinho da chuva.

- Santo Deus que mulher difícil. - Resmungou perdendo a paciência.

- Você quer que eu simplesmente deixe você se entregar para o seu pai assim? Que isso? Um suicídio, por um acaso? - Sophia falou nervosa com a falta de valor que Taehyung dava para si mesmo e como estava levando a sua vida de forma tão irresponsável naquele dia. - Eu só sei de uma coisa: se não conseguirmos chegar até amanhã pela manhã, vamos ter que pedir ajuda de alguém para cuidar de Bruce. E, cabe a você arrumar uma desculpa bastante persuasiva ao ponto de não ter que contar o que fomos fazer esta noite para este alguém, o qual você já sabe muito bem quem vai ser. - Falou insinuando ter que abrir o jogo para Jeon Jungkook cedo ou tarde.

- Acho que vamos precisar fazer uma parada. - Taehyung falou já estressado. Haviam andado menos de quinze quilômetros e os neurônios de ambos estavam explodindo.

- Não podemos parar, ainda estamos em Gyeongju, se pararmos agora vamos nos atrasar por conta do trânsito.

- Então, por favor, poderíamos parar de brigar por alguns minutos? - Pediu fazendo Sophi murmurar e se calar. - Obrigado. - Agradeceu e relaxou por finalmente poder escutar a música que tocava na rádio a qual o irritou ainda mais por saber que ao perder o seu carro, também perdera seus discos. Bufou insatisfeito com o carro que alugou.

Taehyung e Sophia percorrem boa parte do caminho sem trocar sequer uma palavra, mas ambos passaram a apreciar a brisa e a estrada enquanto isso. Afinal, a viagem era longa e o destino incerto, ambos não desejavam estar brigados quando tivessem que enfrentar o vilão de suas histórias.

Ao tomarem a decisão de partirem, Taehyung formulou um plano em que Sophia estaria segura hospedada em um hotel enquanto o mais velho resolvia os seus problemas familiares. Mas, como já esperado por Tae, Sophia não aceitou o plano e garantiu contribuir apenas se ela fosse com ele, a não ser que ele quisesse que Jeon Jungkook soubesse da sua estratégia, o chantageou.