Passado

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A escola da Sorriso Bonito e Bra é no caminho para casa, nesses dois anos Bra é a única pessoa com quem mantive contato. Mas nunca falei de Min e não pretendo falar. Não quero meu filho sendo rejeitado como eu fui. Muito menos o expor aos "fãs", entre aspas porque fãs não ameaçam nem magoam pessoas, e a mídia coreana.

Esse trajeto era o mesmo trajeto de todos os dias: minha irmã me deixava na escola, quando eu saía da faculdade e estava em seu horário de almoço. Bra me recebia e aqui eu estudei por 5 anos. No dia da minha formatura na escola de artes, jungkook pediu a minha irmã para  viajar comigo e, obviamente, Min ji deixou. Eu ganhei a bolsa no dia da formatura, uma representante da escola francesa viu meus quadros e ganhei a bolsa.

Eu estava vivendo meu próprio conto de fadas. Quando cheguei a casa de praia que jungkook me levou eu me senti em um dorama clichê. Não esqueço de nenhum detalhe.

Jungkook nunca me pressionou a nada. Mas naquela noite eu simplesmente me entregar por inteiro como jungkook se entregou pra mim, em cada dia do nosso namoro.

A cada sorriso ou a cada vez que amarrava o cadarço do meu tênis, ou andava devagar para andarmos juntos. Ou me fez rir para que eu não chorasse quando alguém falava da minha deficiência. E porque eu achei, que de fato jungkook me amasse, mesmo que nunca essas palavras houvessem saído direcionadas a mim ao som da voz de jungkook.

Sempre ouvi falar que a primeira vez é estranha ou ruim, não sei se porque estava sob a ilusão de achar que jk me amava, mas aquela teria sido e continuou sendo, até o outro dia pela manhã (quando Namjoon chegou e eu ouvi tudo que jungkook falou), a mais linda das noites. " Eu vou casar com você Haru. Tu já és minha mulher, só falta a gente se casar!" A voz de jeon jungkook falando essa frase na minha orelha, enquanto achava que eu estava dormindo, eu não falei nada fiquei ali sentindo tudo que me causou nossa única vez juntos.

No dia seguinte, de pedido de casamento Jungkook falou que eu nunca seria apresentável para ser sua namorada nem o suficiente para ser assumida publicamente. Ouvi aquilo, na frente do Namjoon, yoongi, Hoseok e suas respectivas mulheres, tornou tudo mais doloroso. Porque os casais representavam tudo que eu não era o suficiente para viver ao lado do homem que eu amava. Eu chorei, não me orgulho, mas perguntei inúmeras vezes o porquê. Jk nunca me falou, limpou o rosto e mandou o Namjoon me levar para casa.

Me permiti sofrer por uma semana, minha irmã me incentivou e na semana seguinte eu estava entrando em um avião para Europa. Nunca mais soube nada a respeito de BTS ou Jungkook, três meses eu descobri a gravidez. Meu medo era a princípio perder a bolsa e voltar com mais uma pessoa para minha irmã sustentar. Eu nunca abortaria, eu não iria desistir do meu filho. Eu falei para minha irmã. Que mais uma vez me ajudou. E, por fim, comuniquei a coordenação da escola. Felizmente não perdi a bolsa.
Eu ia para as aulas e levava Min junto, alguns professores não gostavam. Era difícil carregar uma criança usando uma muleta, mas nunca me arrependi de escolher a maternidade.

Não sinto mais nenhum sentimento por jk, nem bom nem ruim. Na verdade, até agradeço porque jk me trouxe Min.

Olho para Min Ji e a abraço.

— Bem vinda de volta irmãzinha. — ouço e sua voz me leva para um tempo bom, quando éramos crianças que sonhavam acordadas, contando estrelas.

O amor que eu sonhei (Livro 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora