Capítulo 1

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Viajar! Viajar é algo que alimenta a alma e aquece o coração. É algo que me nos traz boas memórias e recordações para mais tarde serem recordadas. Até se diz que quem gasta dinheiro em experiências na vez de bens materiais é mais feliz. E eu estou disposta a deixar as mágoas de lado para encontrar a felicidade e a alegria de viver. O propósito de viajar, a meu ver, é conhecer, essencialmente, a nossa alma e os nossos desejos mais profundos. O meu destino de eleição é o Egito.

Mas porque não a capital da moda, do amor, da Disneyland, a famosa cidade de Paris ou o país do David Beckham, dos Beatles e do Harry Potter, a denominada Inglaterra? Porque são de certa forma clichês e sabemos, exatamente, o que se pode lá encontrar. Já o Egito tem maravilhas que não são destacadas, portanto, eu quero ir à procura delas. Descobrir por mim mesma o pior do mundo, mas também o melhor: locais e recantos cheios de história e de acontecimentos marcantes, destacados ou não nos livros de história. O melhor do mundo poderia ser também evidenciado quando víamos abraços e beijos sinceros nos aeroportos. Quando víamos um músico de rua desmotivado por ter pouco público a ser aplaudido e a receber uma boa gorjeta de uma pessoa.

Quando víamos uma causa solidária a ter o seu mediatismo. Quando víamos a beleza e a esperança, mesmo nas situações mais imprevisíveis. Quando ouvíamos uma criança a dar uma gargalhada doce e sincera. Hoje estou muito feliz, porque é hoje que se inicia esta experiência. Vou para além do horizonte, mas a minha comodidade, conforto e genuína alegria sempre estarão sempre em Portugal. É lá o meu eterno lar e é lá que se encontram as minhas alegrias de viver, tais como os meus amigos, família, o meu emprego e as minhas raízes. Jamais eu renegaria as minhas raízes!

Portugal fez de mim o que sou hoje e dou Graças a Deus por isso. Sou do tipo de pessoa que não tem medo de arriscar, apesar do meu enorme medo em andar de avião. Mas só a motivação de sair de um destino para voar para outro é algo que me acalenta o coração. Sim, eu estou a sair mesmo agora de Israel. Estarei no Egito durante uma semana e meia para dar tempo de eu descobrir as maravilhas em alguns dos seus recantos e para ter mais tempo para as admirar. Aí e a culinária de lá? Oh meu Deus, a comida asiática para mim é um verdadeiro manjar dos Deuses. No fim desta experiência eu terei aumentado de peso, ou então não, já que vou andar sempre de um lado para o outro a descobrir o país. Estou no aeroporto, neste momento; prestes a embarcar.

O meu voo é agora ás 8:30h e nem foi um sacrifício acordar cedo porque, desde sempre, eu sabia o que me esperava além-fronteiras. O que me esperava além-fronteiras era o sentido e a motivação de viver. Tenho medo de andar de avião. Apesar de o avião ser o transporte mais seguro do mundo e o carro ser o meio de transporte com mais sinistralidade eu, simplesmente, estou-me a sentir nervosa só de entrar nele. Eu estou a entrar em paranoia! E se ele cai no meio do oceano e ficamos submergidos lá? E se ele cai em montanhas de difícil acesso? Ai meu Deus. Só de pensar nessas situações, o meu coração fica com um nó apertado e sinto um vazio no estômago.

Fui para a última fila, pois diz-se que em casos de tragédia as pessoas das últimas filas ficam com mais hipótese de sobrevivência. Só espero que não me calhe uma companheira muito chata ou que ao dormir se babe para cima de mim. Era o que mais me faltava. Felizmente, sentou-se ao meu lado um rapaz calmo, que até ao momento não me tinha chateado com uma conversa aborrecida e de circunstância. O silêncio podia ser reconfortante, mas quanto mais silêncio havia, maior a probabilidade de ficar nervosa. Quer dizer, a certa altura o corpo e a mente davam os sinais do mesmo. Sentia-me inquieta, ansiosa, nervosa e a tentar controlar a minha respiração como se eu fosse um monge na sua meditação.

- Tenha calma, respire fundo e acalme-se. Não tarda nada estaremos no Egipto. Peço desculpa me intrometer. Geralmente, nas viagens grandes as pessoas querem paz e sossego. Expire e inspire como se estivesse numa aula de ioga. -Sorriu o simpático rapaz, exprimindo-se com um inglês impecável. Tinha feições exóticas, era moreno e tinha um lindo rosto e tinha o cabelo ligeiramente comprido. Fazia-me lembrar aqueles lindos príncipes retratados naqueles contos lindos que, com certeza toda a gente lê na infância. Poder-se-ia passar por um príncipe das Arábias.

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⏰ Última atualização: Apr 17, 2022 ⏰

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