Naquele mesmo dia, bem perto dali, acontecia o Encontro Nacional da Polícia Federal, em frente ao Mercado Municipal, no auditório da Igreja do bairro, alugado para a realização do evento, uma vez que o auditório do prédio da PF não comportava o público de cerca de 330 policiais.
O primeiro dia do evento começou às 8:30h com o credenciamento e pontualmente às 9h iniciaram-se as palestras. Miguel era rigoroso no horário, chegara cedo e como vantagem teve o privilégio de sentar-se na primeira fileira. O período da manhã transcorreu bem. Os assuntos abordados foram bem pertinentes e, ainda no fim da manhã, o evento já havia superado suas expectativas. Após o término do primeiro dia de evento, alguns grupos se formaram para encerrar o dia com um happy hour, num restaurante-bar de um shopping nas proximidades. Miguel considerou a ideia do happy hour acertada, pois após dias intensos de trabalho, merecia um momento de descontração. Mas tentou chegar cedo em casa, pois seria bom dormir bem para aproveitar os dois dias restantes do evento.
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Vinícius seguia dirigindo pela Rodovia Belém-Brasília, que é um conjunto formado por onze rodovias federais do Brasil, que ligam a capital do país, Brasília (DF), à cidade de Belém (PA) e é considerada atualmente como uma das principais rodovias de integração nacional do Brasil, uma vez que importantes cidades brasileiras a utilizam como o principal corredor de escoamento, além de ser considerada bastante perigosa pela péssima conservação de alguns trechos, falta de duplicação e seu traçado sinuoso em alguns pontos. Resumindo, dirigir na Belém-Brasília não é para amadores.
Concentrado na estrada, estava cismado com uma coisa: "o que diabos Mariana ficou fazendo em casa em pleno dia de trabalho?!" Quando ele saiu de casa, às 9h da manhã, ela disse que estava a caminho do trabalho, porém ele ficou desconfiado que algo de estranho estaria acontecendo. Ela nunca trabalharia vestindo calças leggings e tênis... tênis talvez, mas com jeans, não com legging... fora o jeito nervoso que ela parecia estar. Aquilo não saía da sua cabeça.
Como ele havia programado, ficou monitorando-a pelo rastreador que foi instalado no carro na quinta-feira. Calculou o tempo necessário para ela chegar ao trabalho e pediu para Carlos consultar o rastreador pelo aplicativo de seu celular, enquanto ele dirigia. Nesta primeira consulta identificou que cerca de 1 hora depois de ter saído da cidade ela ainda não estava no trabalho. Estava em casa. Ok! – pensou, ela poderia ter se atrasado um pouco mais para trocar de roupa, mulheres sempre são enroladas nessa parte. Ou talvez Carlos não tivesse sabido utilizar o aplicativo. Ele olharia novamente quando chegasse em uma cidade com melhor sinal de celular, pois infelizmente muitas cidades do interior do Estado tinham péssima cobertura de celular e internet móvel. Ao chegar em Porangatu (GO), após cinco horas e meia de viagem, tendo percorrido 408 quilômetros, decidiu fazer uma consulta e estranhou que o rastreador continuava mostrando o carro na localização do prédio em que moravam. Talvez o rastreador estivesse com algum problema, então decidiu ligar na empresa que o instalara, mas o funcionário que atendeu realizou a sincronização do equipamento e disse que não havia problemas e que se o equipamento apontava aquela localização do carro, é porque de fato ele estaria lá. Encafifado e taciturno, seguiu sua viagem. Na próxima parada faria nova averiguação.
Em Gurupi (TO), fez uma parada rápida para esticar as pernas, já percorridos quase 610 quilômetros, em 8h de viagem. Ao verificar o aplicativo para monitorar Mariana, constatou que o carro permanecia no prédio. Então teve a ideia de ligar no Tribunal, talvez ela tivesse ido para o trabalho de taxi ou carro de aplicativo. Já eram 17 h e se ela estivesse lá, em mais 1 hora deveria encerrar o expediente daquela sexta-feira. Seria simples, ligaria e perguntaria se ela havia ido trabalhar naquele dia. Feita a ligação, foi atendido pela telefonista e pediu que transferisse para o RH. Rapidamente foi atendido por uma voz feminina do outro lado da linha e ordenou, sem nem ao menos retribuir o cumprimento dado pela atendente, que passasse a ligação para Mariana. Eis que a jovem informou que Mariana não se encontrava. A simpática estagiária do RH perguntou, ainda, se poderia ajudar, mas Vinícius disse:
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Reconstruindo o Destino [Degustação: DISPONÍVEL NA AMAZON]
RomanceMariana vivia um relacionamento abusivo, mas decide se libertar das amarras desse relacionamento. Em sua fuga, o destino lhe apresenta um policial federal que pode lhe ajudar a se libertar. Miguel, agente da Polícia Federal há 10 anos, de beleza e c...