A FESTA da DEUSA - Capítulo 26

22 7 4
                                    

Esgar entregou a última sexta de pães e tortas, animada. Terminara o seu trabalho na panificação de Êura antes das dez. Como não teria de levar o almoço pro seu pai e seu irmão hoje, poderia ir mais cedo pra cabana do Bruxo.

Ia chegar a tempo de almoçar com ele. Normalmente, quando chegava, ele já tinha almoçado, mas hoje ela queria preparar o seu almoço, como uma dedicação extra e uma gratidão pelo vestido de festa que ele confeccionara pra ela.

Ela arrasou na festa da deusa Enki, como ele supusera. O vestido realçara a sua beleza natural.

Junto com o brinco, o colar e os toques de maquiagem que o Mago da Floresta lhe dera, Esgar flagrou muitos olhares de admiração e de inveja sobre ela, enquanto dançava feliz e plena no centro da aldeia.

Não lhe faltaram galanteios nem cortejos de rapazes da sua idade, nem de homens mais velhos, que chegaram a propor dotes relevantes a seu pai, pelo direito de desposar-lhe a filha encantadora.

Porém, na alegria daquela festa à deusa Enki, que era uma das suas devoções preferidas, Esgar notou que trocaria todos aqueles galanteios por uma única dança com o Mago da Floresta.

Porém, na alegria daquela festa à deusa Enki, que era uma das suas devoções preferidas, Esgar notou que trocaria todos aqueles galanteios por uma única dança com o Mago da Floresta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Geriel esquivava-se das aglomerações. Não que não fosse festeiro, pelo contrário! Ele dizia que , no seu mundo original, ele sempre participava de festas e as promovia... porém, não estava vivendo um momento de festa e sim de penitência.

Ele lhe confessara no dia em que lhe presenteara com aquele vestido, que seu paraíso, nessa sua penitência, era a floresta onde estava a sua cabana.

Ali, todos os animais eram seus amigos, e ele recebia a visita de Mulheres Extraordinárias como Selga e Êura, que vinham lhe entregar o seu amor, espontaneamente, e não havia na Terra, algo mais sublime que o Amor de uma Mulher.

Disse-lhe também que era grato por ela, a jovem e bela Esgar, ter aceitado o seu convite para trabalhar pra ele, e ficar, mesmo com a sua dificuldade em pagá-la em dinheiro vivo, como haviam combinado inicialmente, pois a presença de Esgar em seu pequeno "Jardim do Éden" lhe lembravam o empenho das Angelicais de seu mundo, que renovavam o brilho das estrelas.

Esgar notou Selga, sentada na festa, ao lado do sacerdote; observou Êura fiscalizando a sua banca de guloseimas, que eram vendidas aos festejantes e devotos...

O Mago estava só em sua cabana e Esgar desejou ardentemente, ir pra lá, pra lhe fazer companhia. Para sentar ao seu lado, na varanda, e contemplar as estrelas com ele e ouvi-lo contar as histórias malucas sobre a sua gente, que morava além das estrelas.

Essas histórias, que a princípio lhe pareceram muito amalucadas, eram plena realidade na psiquê do Mago Sensível e Bipolar. E ela se via cada vez mais encantada por aquele seu mundo particular... Cada vez mais necessitada de estar perto dele, ouvindo suas histórias malucas, repletas de ternura.

Só não seguiu seu impulso de ir pra Cabana do Mago, naquela noite da festa, porque seu pai teria um ataque se soubesse que ela estava completamente apaixonada pelo mundo maluco do Mago da Floresta.

OS FILHOS DO AMOR - A História dos Anjos RebeldesOnde histórias criam vida. Descubra agora