Á primeira vez.

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Nunca pensei muito como iria morrer, mas morrer para salvar alguém que  ama. Me parecia uma bela forma.

~ PARK JIMIN ~

Meu irmão me levou ao aeroporto com as janelas do carro abertas, fazia 24 o céu de um azul perfeito e sem nuvens. Eu estava com minha  blusa favorita. Sem mangas, de renda branca com ilhoses; Eu a vesti como um gesto de despedida. Minha bagagem de mão era parca. Estava chegando no aeroporto, indo para uma cidade chuvosa no interior da Coreia do Sul.

— Jimin. — Disse meu irmão mais velho, Mas sem dúvida seria estranho ficar perto de Harry, não éramos o que se chamaria de falantes, e eu não sabia se havia alguma coisa para dizer. Sabia que ele estava bastante confuso com a minha decisão.

Quando passamos em Seul, estava chovendo. Não vi isso como um presságio. Era apenas normal.

Harry me aguardava na radiopartrulha. Eu também esperava isso. Harry é o chefe de polícia para o bom povo de Busan. Minha principal motivação por trás da compra de um carro, apesar da verba escassa, era que me recusava a circular pela a cidade em um carro com luzes vermelhas e azuis no teto. Nada deixa o trânsito mais lento do que um policial.

Harry me deu um abraço desajeitado com um só braço quando eu cambaleei pra fora do avião.

— É bom ter você aqui Jimin.

Disse ele, sorrindo enquanto, automaticamente me segurava e me formava.

— Você mudou muito, como está Hyunjin?

— O Hyung está bem. É bom ver você pai. — Eu não tinha permissão para chamá-lo de Harry na frente dele.

Eu tinha só algumas malas. A maior das minhas roupas de Seul era leve para Busan. Meu irmão e eu havíamos juntado nossos recursos para complementar meu guarda roupa de inverno, mas ainda sim era reduzido.
Coube tudo numa mala na viatura.

— Achei um carro para você, baratinho. — Falou ele, afirmando o cinto.

— Que tipo de carro? — Perguntei curioso.

— Bom, na verdade é uma picape, um Chevy.

— Onde achou?

— Lembra do Kim Satur?

— Não.

— Ele costumava pescar com agente no verão. Junto de seu filho, o Jeff. — Disse.

Isso explicava por que eu não me lembrava dele. Eu era bastante competente em bloquear da minha memória coisas dolorosas e desnecessárias.

— Ele agora está numa cadeira de rodas. — Continuou Harry quando eu não respondi.

— Bom, Kim trabalhou muito no motor... na realidade só tem alguns anos.

— Quando ele comprou?

— Comprou em 1984, eu acho.

— Ele comprou nova?

— Bom, não. Acho que foi no início dos anos 60... ou no final dos anos 50, no máximo.

— Ih...Pai, eu não entendo nada de carros. Não conseguiria conserta caso dei algum problema.

— Jimin, eu te juro ele funciona muito bem.

— É barata, barata mesmo? — Afinal das contas essa era a parte em que eu não poderia contemporizar.

— Bom, Jimin já está quase comprado pra você. Como um presente de boas-vindas. — Harry me olhou de lado com uma expressão esperançosa.

— Não precisava fazer isso pai, eu mesmo ia comprar um carro.

Crepúsculo e Sol da Meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora