O meu primeiro e verdadeiro amor

O passeio e a construção do triângulo"ARC"

Era um sábado à tarde, com o relógio marcando pontualmente 15 horas, que Ricardo e Alma combinaram encontrar-se no centro da cidade para darem início ao longo périplo que os aguardava naquele dia.

 O ponto referencial  do encontro era uma gelataria que se encontrava no centro da cidade que se chamava " GELADO DO BEIJO" e ficava a poucos metros do bairro dos dois, ou seja a gelataria representava a mediana para ambos.

Ricardo estava entusiasmado com encontro que decidiu antecipar-se e chegar primeiro, e quando marcavam 15h pontualmente, já lá estava esperando por Alma.  Ricardo sempre foi discreto quanto ao vestuário, sempre optou por roupas menos vistosas e pouco cromáticas, mas nesse dia, parece que o mundo deu uma volta de 360 graus, que o homem mudou literalmente da água pra o vinho, e pôs-se a usar roupas com cores mais garridas para o momento .

Posto na gelataria  do "GELADO DO BEIJO", parece que a intenção de Ricardo foi bem sucedida e chegou primeiro ao local esperando pela Alma que estava meio atrasada para o encontro, e 15 minutos depois da hora combinada, lá vinha a menina de 13 anos gingando dentro de um vestido vermelho e elegante, traduzindo a música erudita  que as violas do seu corpo não exitavam em cantar dentro dele. Ricardo estava de costas quando Alma se aproximou dele, pela posição que se encontrava, nem percebia a sua presença até ela tapar-lhe os olhos, aproximar-se dos seus ouvidos de forma sorrateira, e surpreendê-lo com sua voz de ceda  dizendo-lhe de forma suave que já podiam começar o passeio.

Ricardo ficou todo assustado pela surpresa, e quando tirou-lhe as mãos dos olhos, não acreditava no que estava diante dele.  Alma parecia um oásis aos seus olhos , e as curvas do seu corpo infelizmente não passavam despercebido por ele apesar da idade, mas fingiu não ter visto nada, confirmando que já podiam sim dar início a materialização do combinado.

Alma perguntou a Ricardo se tinha um lugar específico e predefinido que a queria levar, Ricardo disse que não, e o local seria a sua escolha, Alma retrucou dizendo que podia ser uma escolha unânime, e os dois de forma surpreendente escolheram o mesmo local. Pareceu estranho mas os dois começaram a ter coisas em comum com a escolha do local, e o local era uma estufa chamada " O RECANTO DO AMOR" que pelo nome e coincidência , parece que o universo estava dar permeabilidade ao nascimento de uma nova história de amor, por mais extraordinário que isso fosse.

Após a escolha, os dois seguiram caminho até a estufa, postos lá Ricardo começou praticando o seu cavalheirismo pouco ortodoxo, oferecendo uma tulipa vermelha a Alma, para combinar com o seu vestido, ela ficou maravilhada com gesto agradecendo em seguida. A estufa estava cheia e com bom fluxo de pessoas que tiraram o dia para visitar e comprar algumas flores, e naquele dia maior parte do fluxo de pessoas era representado por casais que decidiram fazer o mesmo que Ricardo e Alma covencionaram fazer.

Os dois pareciam um casal antecipado, e o lugar escolhido por eles condenava-os, mas os pombinhos não ligaram pra esse detalhe, seguiram escolhendo um lugar para se acomodar. Era um lugar um pouquinho discreto, pouco movimentado e tranquilo, com umas luzes que seguiam as características do lugar escolhido. Em suma, era um lugar pouco condenatório e os dois não queriam ser incomodados enquanto velejavam pelas sinuosas ondas do mar da conversa que pretendiam começar.

Seguido do lugar, os dois começaram o que melhor sabiam fazer, trocar informações e dar continuidade ao processo de mútuo conhecimento.

Como referi no capítulo passado, as surpresas em relação a Alma eram só a ponta do Iceberg para Ricardo, Alma deu sequência ao que dera início no Domingo de ramos, e era o cheque mate para Ricardo naquele exacto momento, deixando-o sem argumento para o que havia descoberto com o discurso incremental da Alma. Era muita informação para processar de uma vez só, e era concomitantemente muita informação para uma menina da idade dela, ademais  era muita inteligência para uma menina da idade da Alma.

Ricardo durante a conversa com a Alma para vocês terem noção descobriu o seguinte:

- Era a menina que muito ouvia falar do quadro de honra da escola, e mais do que ser, era a menina que fazia parte de todos os quadros de honra da Escola;
- Era  activista ambiental da escola, tendo participado e criado o grupo para proteção do ambiente escolare projectos afins;
- Gostava de Artes;
- Era Artista no segmento literário.

Bem! Se Ricardo sentia-se maravilhado com pessoas que se posicionavam de forma distinta do meio que faziam parte, ao ponto de transformá-lo com suas ações, imagina com essa informação diante dos seus ouvidos! Era de facto muito bonito o que ele ouvira da Alma, e mais bonito ainda porque Ricardo percebeu que tinham muito em comum com quem acabara de conhecer em menos de duas semanas. Ricardo era um exímio apreciador de artes, ademais  era praticamente de artes no segmento musical e literário , era astronomicamente fascinado pela representatividade das artes, e quando ouviu Alma falar nisso, ficou totalmente eletrizante e entusiasmado com a informação, dizendo a Alma poucos minutos depois que ele era igualmente artista e os dois ficaram doidos com mais um detalhe que os caracterizava.

Foi um dia marcado por  muitas emoções para ambos, e falando em emoções, aquele sábado, aquela gelataria e aquela estufa, podia não ser muita coisa para quantidade de pessoas que por lá passaram, mas para Ricardo e Alma, era o erigir do triângulo "ARC" que daria vida ao botão cor de Rosa de Ricardo.