ATENÇÃO! Talvez há nesse capítulos narrações +18 (conteúdo sensível) que pode gatilhar pessoas. As cenas não foram descritivas, mas mesmo assim quero avisá-los.
FLASHBACK ON
Quando Sophia Becker tinha treze anos, ela presenciou a briga mais feia de seus pais.
- Você está maluca?! - Seu pai vociferou contra sua mãe na sala. - Em que mundo eu seria capaz de fazer isso?! - A sua voz era rouca e alta. Mesmo no segundo andar da casa e com sua porta do quarto trancada, Sophia ainda tremia ao escutar.
- Acha que eu vou cair nesse papinho?! Eu não tenho mais dezoito anos, Jonathan, eu te conheço há dezoito anos e sei exatamente do que você é capaz! - Sua mãe gritou com a voz carregada de raiva. Sophi era uma criança e não sabia o que estava sendo discutido, além de não compreender aquela agitação. No entanto, ela admirava sua mãe por manter a voz tão firme naquela posição. Nunca viu ninguém tão corajoso como ela.
- Você está doente, Milena, doente! Deu para entender?! A sua cabeça está estragada! - Sophi se contorceu embaixo do cobertor incomodada com as palavras que o pai usou. Ninguém jamais deveria ser insultado daquela maneira. - Eu vou chamar uma ambulância, você está completamente fora de si. Sophia, desça aqui! - A chamou fazendo com que todo o seu corpo arrepiasse.
- NÃO! Você não vai levá-la, seu monstro. Deixe-nos em paz, Jhonatan! - A mãe gritava em desespero enquanto Sophia ouvia os passos pesados do pai subirem a escada. - Não mexa com ela, ela está dormindo. - A sua mãe agora não tinha a voz firme, muito pelo contrário, estava a chorar ao clamar para seu pai.
- Ninguém dorme nesta casa a dias, Milena! Porque você não nos dá um minuto de paz! - Sophi pulou da cama ao escutar um estrondo vindo da escada quando o pai finalizou a frase. O medo a preencheu por completo e o seu corpo começou a esfriar ao perceber que não escutava mais a voz de sua mãe. A criança se sentou na cama se encolhendo no canto ao ouvir o barulho da maçaneta tentando ser aberta, mas sem sucesso já que além de ter trancado com a chave, Sophi colocou uma cadeira para impedir que a porta fosse aberta.
- Sophi. Sophi, sou eu querida. - A voz calma da mãe soou atrás da porta. - Já pode abrir a porta. - Um alívio percorreu a menina a fazendo pular da cama e arrastar a cadeira que empurrou para longe da porta. Na mesma da hora, ela destrancou e abriu a porta ansiosa para ser salva. - Querida. - A mãe apareceu à sua frente com os braços estendidos e se aproximando para abraçá-la. A sua camisola branca estava suja de sangue e, apesar de sorrir, os seus olhos transmitiam insanidade. - Estamos, finalmente, a salvo. - A mãe se agachou em frente a filha a abraçando e acariciando seu cabelo.
- Mama. - Sophi a chamou confusa. - Mama porque está suja? - Sophi perguntou fazendo a mãe se desatar do abraço e encará-la.
- Não se preocupe com isso querida, não é meu. - Ela se levantou entrelaçando os dedos com o da filha. - Mas vou precisar de você para terminar o serviço.
FLASHBACK OFF
Taehyung logo se assustou ao ver o horário no relógio analógico que tinha na parede do quarto. Ele havia dormido por duas horas! Se levantou em um salto, vagando seus olhos pelo ambiente em busca de Sophi. Estava quase na hora de pegar estrada novamente e não fizeram nada que tinham programado. Aish, praguejou. Confiou que Sophi o acordaria e agora nem sequer sabia onde a amiga estava. Respirou fundo, ele estava se esforçando para não brigar com a sua acompanhante, mas não existia ninguém que testava mais a sua paciência do que ela.
Tae foi até a porta do banheiro e deu duas batidas esperando convicto que a amiga estivesse lá. Se apoiou no portal e deu mais um toque na porta.
- Sophi, preciso saber se já comeu para pedir nossa refeição. E não enrole no banheiro, teve duas horas para tomar banho. - Falou estressado coçando a nuca. Odiava se atrasar. Taehyung esperou mais alguns minutos, mas não obteve nenhuma resposta vinda do banheiro. - Sophi, você está aí? - A chamou com a mão já na maçaneta, quando viu que ninguém ia responder apenas abriu devagar a porta revelando o cômodo vazio. Taehyung ficou alerta e caminhou para fora do quarto com passos apressados, viu se tinha alguém no corredor ou se conseguia enxergar Sophi no jardim pela varanda, mas não teve nenhum sinal da garota.
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Blood Color | Kim Taehyung
FanfictionNem todo passado é tranquilo e fácil de superar, o de Kim Taehyung é um exemplo. Antes mesmo de ser apresentado ao amor, ele conheceu o ódio e isso desalinhou seus pensamentos construindo em suas lembranças ao invés de pessoas, demônios. No entanto...