Quem é você, Arthur?

Capítulo 40 :

Não passaram nem mesmo dez minutos até que o ouvi dizer que precisava ir porque tinha uma reunião na parte da tarde. Olhei para ele que já se levantava apertando a mão dos dois homens e puxando a cadeira de modo cavalheiresco para mim. Ajeitei meu vestido, levantando devagar e acenei para todos dizendo que foi um prazer conhecê-los. Senti a mão de Arthur na base da minha coluna quase sobre minha bunda, talvez ele estivesse mesmo querendo ter certeza de que o que eu coloquei em seu bolso era realmente minha calcinha.

Dei o braço a ele e saímos sob os olhares das mulheres que não faziam a menor questão de esconder seu interesse pela figura masculina ao meu lado e paramos na entrada do restaurante enquanto esperávamos o manobrista trazer o carro. Arthur se virou de frente para mim me olhando com os profundos olhos e as pupilas dilatadas.

Arthur: Ainda não consigo acreditar que o que está no meu bolso seja sua calcinha. — sua voz tinha um tom ainda mais rouco que o habitual.

Carla: Gostou da surpresa? — envolvi meus braços em torno do seu pescoço — Quero que fique com ela aí durante toda a tarde e depois me encontre no hotel.

Arthur: Está me surpreendendo, Carla. — senti sua mão deslizando por sobre minha lombar provocando ondas de calor por todo meu corpo.

Carla: Estou surpreendendo a mim mesma, Arthur. Acredite, nunca cheguei perto de fazer nada parecido, mas você está me transformando em uma nova mulher. — aproximei meus lábios dos seus e lhe dei um selinho demorado.

Arthur: Fico satisfeito que estou sendo o homem a ter esse privilégio. — senti seu corpo rígido contra o meu e um beijo logo abaixo da minha orelha me provocando arrepios.

O manobrista parou o carro em frente ao restaurante e Arthur abriu a porta para mim. Tive bastante cuidado para me sentar sem correr o risco de mostrar mais do que devia e ele pareceu ter a mesma preocupação já que não tirou os olhos de mim. Em seguida, Arthur deu a volta e pegou as chaves entrando no veículo em seguida e colocando-o em movimento. Ele dirigia o carro como dirigia sua empresa, de maneira firme e totalmente segura. Ouvi seu suspiro e coloquei a mão sobre sua coxa com músculos rígidos.

Carla: Eu vou fazer algumas compras enquanto você estiver na reunião.

Arthur: Diga que não ficará desfilando pelas ruas de Goiânia sem calcinha. — notei os nós dos seus dedos ficarem esbranquiçados revelando a força com que segurava o volante.

Carla: Pensei que seria interessante chegar ao hotel e te esperar do jeito que estou. — inclinei a cabeça para o lado olhando-o — Não teria graça voltar a vestir uma calcinha enquanto você passa a tarde toda pensando em mim sem nada por baixo desse vestido.

Arthur: Carla, eu deveria te punir por me torturar dessa forma.

Mordi meu lábio inferior e deixei que ele me levasse até o shopping, um pouco contrariado a princípio por eu não estar usando roupa íntima. Ele parou o carro na beirada da calçada e eu me inclinei para lhe dar um beijo calmo que logo se tornou algo devorador quando Arthur pressionou minha boca contra a dele. Ofegantes, nos afastamos e vi seu olhar escuro sobre mim fazendo com que eu estremecesse de desejo.

Arthur: Tome cuidado, entendeu? Me ligue se precisar e pegue um uber de volta para o hotel. Não demore muito, passarei a maldita tarde pensando nas diversas possibilidades que tenho para te possuir enquanto você está sem calcinha.

Carla: Pense, vou querer que ponha em prática assim que chegar. Eu não me demoro.

Saí do veículo com cuidado e acenei para ele assim que o vi arrancar com o carro novamente pelas ruas movimentadas de Goiânia. Comecei a procurar em minha bolsa o papel onde eu havia escrito o nome das lojas infantis que Daniela me indicou. Tentei ignorar a sensação estranha por estar sem calcinha e me concentrei em minhas compras. Passei grande parte da tarde andando de loja em loja comprando roupinhas e sapatinhos para Malu, até que decidi fazer uma surpresa para Arthur.