Sete cavaleiros da Guarda Palaciana chegaram à taberna da aldeia. Desmontaram e três deles adentraram a taberna, fazendo a inspeção de rotina, enquanto outros dois conduziram os cavalos ao estábulo.
Enxugando as mãos em seu avental surrado, o taberneiro veio à entrada da taberna para receber, pessoalmente, o comandante daquele grupo e dar-lhe as boas vindas em seu estabelecimento.
O Centúria do Fisco era um dos homens de confiança da rainha Cristina, que se hospedava naquela taberna, uma vez por mês, quando vinha àquela aldeia, da mesopotâmia, arrecadar os devidos impostos que mantinham aquele reinado.
- Uma honra recebê-lo mais uma vez comandante Amilton! - Disse-lhe o taberneiro num gesto de reverência - Seu quarto já está pronto, se desejar subir pra descansar!
Na parte de cima da taberna ficavam os quartos daquela hospedaria. Ainda não anoitecera e o Centúria resolveu entrar na taberna para tomar vinho e relaxar, antes de ir para os seus aposentos.
Depois do rotineiro protocolo de segurança, inspecionado pela sua guarda pessoal, o comandante Amilton ajeitou seu punhal e espada, embainhados em sua cintura, e entrou na taberna, pedindo ao taberneiro o seu melhor prato, acompanhado do seu melhor vinho.
Amilton era um homem austero, de poucas palavras e olhar inquiridor de quem estava acostumado a dar ordens e ser obedecido, para driblar as pressões políticas do palácio real.
Há cinco anos aquela aldeia fora incluída na sua rota de cobrança dos impostos. Inicialmente quem fazia a arrecadação dos impostos, e o repasse para o palácio, era o sacerdote da aldeia, esposo de Selga.
Mas a aldeia estava crescendo e a arrecadação nem tanto. Desconfiada que seu primo , o sacerdote, estava desviando verbas dos impostos, a rainha Cristina o demoveu dessa função, colocando um homem de sua confiança pra fazer a arrecadação.
Para Amilton, aquela tarefa soou como uma promoção. Ao invés de comandar cem homens nos campos de batalha, passou a percorrer as grandes e pequenas aldeias, acompanhado por soldados especialistas em batalha, para proteger o tesouro real. Tarefa bem mais agradável e menos perigosa que os frontes de batalha ao qual estava habituado.
Enquanto saboreava sua refeição, na melhor mesa da taberna, o Centúria observou os três gatos gordos e preguiçosos da taberna: um era todo negro, outro mesclado em cinza e o mais magro era branco e amarelo. No mês anterior o taberneiro lhe disse que aqueles gatos ajudavam a espantar os roedores que tentavam roubar seu estoque de alimentos.
A boleira Êura adentrou a taberna, trazendo uma torta de amêndoas nas mãos. Aproximou-se do Centúria que ergueu-se gentilmente para cumprimentá-la.
- Como tem passado comandante Amilton? - disse-lhe a boleira, estendendo-lhe a mão
- É um prazer revê-la, minha boa amiga, Êura! - disse-lhe o centúria Amilton, apertando-lhe a mão.
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OS FILHOS DO AMOR - A História dos Anjos Rebeldes
Historical FictionEssa história se passa na Babilônia nos tempos do Antigo Egito, quando os homens viviam mais, relembrando-nos a HISTÓRIA DE MELQUISEDEQUE - O rei de Salém. O texto sagrado nos conta que Enoque era Amigo de Deus e caminhava com Ele. Abraão se tornou...