19. Jean Grey Chama por Scott Summers

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Kim Katherine tapou o sol com uma das mãos e apertou os olhos. Sem óculos, ela não enxergava tão bem assim, mas de longe já reconhecia a silhueta do filho e os fios de cabelo desgrenhados ao vento, acompanhado do característico ranger da bicicleta — que também tinha boa parcela nesse reconhecimento todo. — Talvez, reconhecesse primeiro a barulheira do caramba feita por aquela tranqueira e depois reconhecesse o filho, mas, ninguém precisava saber disso e ficava muito mais poético dizer que reconheceria o filho até sem óculos.

— Lá vem ele, eu reconheço esse danado até sem óculos.

Comentou com Jungkook na calçada e ele então guardou o celular no bolso.

Passaram a prestar atenção no outro que vinha tal qual um foguete, desenfreado na bicicleta, sem ambas as mãos no guidão, apesar de ter na cestinha uma garrafa de bebida. Taehyung só foi colocar as mãos no guidão quando precisou se segurar subindo o meio-fio, pedalando rápido até parar no portão de casa e frear com os próprios pés no chão, gastando o chinelo. Chacoalhou o cabelo, e ligado nos 220v, os disse:

— Vim voando! — e então ofegou colocando a mão no peito. — Demorei?

— Um pouco, chuchu — a mãe respondeu —, mas... Que garrafa de bebida é essa com você?

— Longa história! — disse jogando os fios de cabelo para trás.

— Mas conte — Jungkook insistiu e segurou o guidão estando de frente para a bicicleta, dando estabilidade para Taehyung montar de novo nesta e se apoiar com um só pé no chão. — Sabe que eu gosto de te ouvir.

Era verdade. E Taehyung gostava do interesse do Jeon em tudo. Instigado, umedeceu com a ponta os lábios e foi do começo:

— Gente, foi o seguinte, é que eu fui lá pagar o aluguel e eu encontrei com o tio logo ali e o carro dele tinha morrido na subida da ladeira. Foi uma merda, daí eu desci da bicicleta e empurrei o carro com o tio até o bar — explicou e fez uma pausa. Entregou a garrafa nas mãos do Jeon e este então deixou de segurar o guidão para Taehyung. O Kim continuou gesticulando expressivo: — Até aí, beleza, mas o tio falou "ô sobrinho, guardei uma pinga gostosa lá no bar" e eu disse "hoje tô com uma pessoa lá em casa me esperando, tio" porque eu não podia demorar. Aí o tio perguntou "pessoa?" e eu disse "ué, mamãe não te contou sobre mim?" e ele coçou a barba, fez aquela cara de bronco dele e entrou no bar.

— E você? — Jungkook ansiava o desfecho.

Desfecho que Katherine já imaginava, porque conhecia o irmão muito bem. Aguardou com um sorrisinho, cheia de ternura. Seu filho continuou:

— Eu me senti um merda, porque o tio nunca me deixou falando sozinho né, mas gente, olhem que loucura! — deu uma baita ênfase ao dizer: — Ele voltou e me trouxe essa garrafa aí, sabe? Disse "então diz que eu mandei um abraço pro sujeito e dividam o goró, mas com juízo, viu?".

E Katherine sorriu maior ainda, ouvindo a história inteira. Ela mais do que ninguém sabia que o irmão daria a vida pelo caçula da família, sendo incapaz de destratar Taehyung ou o par dele. A mãe de Taehyung já havia até mesmo tecido bilhões de elogios ao Jeon, o que fazia dele um sujeito de muita confiança para a família toda. Agora, a credibilidade do Jeon iria até aumentar, pois mais tarde Katherine daria uma passadinha na casa do irmão só para contar que não iriam mais para o puxadinho, graças a Jungkook. Joseph — ou Zephinho —, ouviria tudinho de cabo a rabo e talvez dissesse "minha querida irmã... O nosso Taehyung é um homem de sorte" em meio ao apito da chaleira e garfadas no bolo de cenoura.

— Jungkook — Katherine disse —, acho que você ganhou metade de uma garrafa do meu irmão então, querido.

— Parece que sim, tia Kim.

Ofertão 1,99 [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora