Vai doer só um pouquinho...

Capítulo 01

— Qual o porquê de tudo isso... Eu só queria que me matassem logo - pensava a garota em cima do palco

— E então ?! Quanto dão por esse docinho ?! - ele fala segurando o queixo da garota

— 6.000.000 $ !! - diz um velho com um charuto na boca

— Vira ela de costas ! - diz um dos homens

A garota é virada de costas , os homens vão à loucura . Sua roupa era quase um trapo , parte de suas intimidades estavam de fora , amarrada e fraca , ainda sim a garota não perdia sua beleza encantadora

A pouco tempo ela havia atingido idade para ser leiloada , ou seja , todos no auditório estavam brigando por ela . O que fariam depois , só Deus sabe

— R$ 8.000.000.000 !

— R$ 10.000.000.000 !! - diz um rapaz franzino e ruivo

Todos no auditório ficam em silêncio , será que aquele magrelo levaria a garota "deles" ?!

Esse era o pensamento dos homens no auditório , se não houvesse nenhum comprador ela seria vendida para aquele magrelo

— Dou R$ 20.000.000.000 à vista ! - diz um homem encostado na porta do auditório , seu rosto era oculto , a luz não batia nele por completo

As únicas coisas à vista do homem eram seu terno bem passado e um cigarro que ele encostava na boca

Ninguém o conhecia , ninguém sabia o seu nome , nem mesmo de onde ele surgiu , porém pelo seu poder aquisitivo já o respeitavam e o temiam

Todo o auditório se calou novamente e ele caminhou calmamente até o palco e encarou a garota chorosa

— B-bom... P-pode pagar pelo seu prêmio e depois pode levá-la - diz o dono do leilão trêmulo

— Aqui , solte ela - ele entrega o bolão de dinheiro sem olhar para o verme em sua frente

— O quê ?! Ela vai fugir ! - fala o dono dos leilões

— Você é surdo ou o quê seu filho da puta ?! - ele se dirige ao homem , encarando seu rosto assustado

O rapaz aponta uma arma para o dono do leilão que arregala os olhos

— C-calma ! - ele levanta as mãos

— Eu já dei a porra do seu dinheiro , agora faz o que eu tô mandando !! - ele fala ainda apontando a arma para o homem

O auditório já estava vazio , todos aqueles desprezíveis homens tinham fugido quando viram a arma nas mãos do rapaz misterioso

— Vou contar até 3 ! Para você soltá-la ! - diz ele estalando o pescoço e destravando a arma

— E-eu estou soltando !! - ele fala tendo dificuldade para desamarrar a garota

— 2... - ele engatilha enquanto via a urgência em que o homem tentava  desamarra-la

O homem tremia e não estava conseguindo desamarrar a garota , a mesma permanência chorando em silêncio sem olhar para seu novo comprador

— 3 ! - ele atira no homem que cai morto no chão

— *Suspiro* Estragou minha sexta-feira - ele fala guardando a arma

— Vem eu não tenho muito tempo , logo a polícia irá chegar - ele fala olhando a garota que estava de cabeça baixa

— ...

— Se isso foi um sim , me acompanhe - ele sai andando

A garota fica no mesmo lugar . O homem olha novamente e ela chorava de forma silenciosa , ele revira os olhos e sai puxando a garota

A garota se recusava a olhar para o maior , ao notar isso ficou um tanto... Incomodado . Eles andam até um carro completamente preto, nada se via de dentro do veículo

O automóvel tinha vidros aparentemente blindados , assim como todo o forte revestimento de cor escura do mesmo

— *abre a porta* Entra !

— ...

— Eu falei para entrar ! - ele pega o braço da mesma e a faz entrar no carro

Ele bate a porta e depois entra no carro . Dando a partida , ele saiu cantando pneu

A viagem era longa e S/n notava isso ,então, ela resolve ficar observando a paisagem , também como uma forma de gravar o caminho

De maneira alguma ela iria dormir ali , ela temia que fosse abusada ou pior , por isso, ela fica o tempo inteiro acordada

— Você não fala ?! - ele pergunta sem tirar os olhos da estrada

Mais uma vez sem resposta alguma , ele para no acostamento tira seu terno e joga em S/n que se assusta

— *confusa*

— Use isso para se cobrir , o ar condicionado do carro está frio - ele fala olhando para ela

— *olha* *quieta*

— O que foi ? Você não sabe falar ?!

— *desvia o olhar*

— *suspiro* Ok ! - ele volta a sua posição inicia e começa a dirigir

Depois de uma longa viagem de carro , eles chegam até o apartamento onde o homem morava

Eles passam na portaria e logo muitos olhos são direcionados a S/n . Eles pegam o elevador e logo chegam no apartamento do maior

— Tenho regras , sem drogas , só as minhas , sem bebidas só as minhas - ele fala folgando a gravata

Ele olha para a garota e ela estava parada na porta

— Entra !

— ... - ela permanece imóvel

— Você me irrita muito ! - ele fala indo até a garota que dá passos para trás mas, o homem a puxa para dentro e bate a porta

Ele a carrega e a põe em seu ombro , depois a põe sentada no sofá

— Ou você fala comigo , ou você não vai falar mais com ninguém ! Escolha ! - ele fala engatilhando a arma

— ... - ela o encarava de forma silenciosa

— Prefere não falar mais com ninguém ?!

— ... - Novamente a garota não o responde

— Ótimo ! - ele aponta a arma para a cabeça da mesma que levanta e põe a testa na saída da arma , a garota sorri e fecha os olhos

Ninguém nunca teve essa reação com ele , sempre imploravam por suas vidas e choravam, ela não o fez

Ela estava feliz por finalmente saber que vai morrer , isso assusta o maior ele dá para trás e trava a arma novamente

— Você é louca pra caralho... - ele fala penteando o cabelo para trás dando um sorriso quase imperceptível

— *confusa* ...

— Você está com fome ? - ele fala pondo a arma sobre o balcão da cozinha

— ... - mais uma vez a garota continua sem falar absolutamente nada

O maior cerra os punhos e vai até ela a segurando pelo queixo de forma agressiva

— Fala comigo porra !!

— ...

— TUDO BEM !! Já que não quer falar eu não vou fazer nada por você

— Se não aprender a falar, irá morrer e EU NÃO VOU LIGAR !! - ele fala soltando a mesma e indo para o quarto batendo a porta com fúria

Dito e feito , se passam dias e dias . A garota estava magra e pálida . O maior saia pela manhã e voltava altas horas da noite , e isso quando voltava

— Até quando... Até quando vou ficar nessa vida ?! - pensava ela num canto da sala de cabeça baixa