Perder

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Tomo um banho de água fria. Sinceramente não sei como Haru conseguiu cuidar do nosso filho sozinha e estudar, trabalhar. Nunca imaginei que cuidar de neném desse tanto trabalho. Mas posso dizer, apesar dos medos e da febre, hoje me senti pai de verdade e é uma sensação forte, diferente de tudo. A melhor sensação que eu já senti. Agora entendo Namjoon e Jhope. Os hyungs são pais tão incríveis.

Enrolo a toalha na cintura e saio do banheiro sem secar o cabelo. Pego uma blusa larga, cueca e bermuda de moletom, me visto rápido e saio do meu quarto. Não sei com que cara vou olhar para Haru. Eu achei que a minha ex realmente tivesse com outro homem, só de imaginar me sinto doente. Mas preciso me acostumar com a ideia. Afasto esses pensamentos porque a vida de Haru não é da minha conta.

Assim que entro no quarto vejo Haru dormindo no chão próxima a cama de min.

— Haru... — sussurro baixinho para não acordar min nem assustar sua mãe. — acorda, por que você tá dormindo no chão? — Haru me olha confusa, ainda acordando. Haru verifica min assim que desperta e me olha em seguida. Percebo que suas mãos estão cheias de calo, igual quando era mais nova e ficava horas pintando. Haru não precisa mais se desgastar tanto, eu sei que hoje em dia é uma artista de prestígio. Noto que seus olhos estão exaustos.

— você demorou, eu posso dormir aqui se você não se importa? — Haru me olha insegura— eu sei que é seu fim de semana...

— Pode Haru, que pergunta. — vou preparar o quarto de hóspedes. — me levanto e estico a mão para levantar Haru. Vejo que minha ex hesita se pega ou não minha mão, mas mantenho esticada. Haru pega minha mão e eu a levanto do chão. Meu corpo reage a esse toque automaticamente. Sinto vontade de puxar a mais baixa para mim e abraçá-la.

— eu vou dormir aqui, só preciso de um cobertor. — Haru fala quebrando o momento — pode pegar minha muleta? — percebo que Haru quer se afastar por isso quer a muleta. Então a puxo para os meus braços e colo seu corpo no meu, a abraço finalmente.  Sinto seu cheiro, seu calor, seu coração batendo próximo ao meu abdómen. Finalmente sinto que estou em casa. Haru fica imóvel, não me abraça de volta, mas também não se afasta. Eu enterro meu nariz em seus cabelos. Talvez amanhã eu me arrependa, talvez. Mas só hoje eu precisava sentir que ainda pertenço a Haru.

— Você ainda usa o mesmo perfume. — sussurro. E não me contenho levanto seu rosto e encaro seus olhos, não consigo saber o que Haru está pensando ou sentindo. Mas sua respiração está ofegante como a minha e seus olhos não se desviam dos meus. Me pergunto se seria errado beijá-la na frente do nosso filho.

— Jungkook não... — sua voz sai em um suspiro quando encosto nossas testas e olho em seus olhos pedindo permissão para tocar seus lábios com os meus. Passo lentamente meu polegar em sua boca.

— Por favor... — peço de olhos fechados, sentindo sua respiração se juntando a minha. — por favor Haru.

— Omma — ouço uma voz infantil e Haru tenta se soltar de mim, então entrego sua muleta e me afasto olhando Haru sentar na cama de min e amamentá-lo. Fico ali me questionando se valeu mesmo a pena perder a mulher que eu amo por causa do BTS.

— Não— respondo a mim mesmo em pensamento.

O amor que eu sonhei (Livro 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora