You kill my mind - jakehoon

capítulo único.

Tinham muitas coisas as quais Park Sunghoon evitava fazer. Entre elas estavam: ir a festas, beber e conversar com sua mãe.
A mulher sempre teve um temperamento difícil, na maioria das vezes surtando por algo mínimo, o que deixava seu filho chateado e ansioso. Por isso, naquela maldita sexta-feira, Sunghoon não conseguiu dizer não ao seu melhor amigo quando o mesmo o convidou para uma festa universitária.
Sunghoon odiava festas. Odiava a multidão de pessoas instaladas num mesmo lugar, muitas vezes não muito grande, e também o calor que várias delas emanavam quando se mexiam pra lá e pra cá. Sunoo, por outro lado, adorava isso. Adorava ver pessoas se divertindo, mesmo que não conhecesse-as, e muitas vezes tentava arrastar o melhor amigo para ir também.

***

Sunghoon tinha chegado há mais ou menos duas horas. Sua camisa branca estava inteiramente desabotoada, expondo a regata da mesma cor colada em seu peitoral por conta do calor.
Ele segurava um copo de bebida em uma mão, enquanto a outra escorregava pelo seu corpo sensualmente. A bebida era apenas refrigerante, mas não o deixava menos extasiado por estar ali.

O som alto fazia o chão estremecer. Ele e Jay, um garoto que conheceu ali mesmo, desciam até o chão enquanto seus corpos se chocavam com os das outras pessoas presentes na pista. Sunghoon podia sentir todas as suas preocupações e angústias se esvaírem. Ele não pensava em nada além de se divertir.
Quando a música acabou, outra ainda melhor começou. Ele não a conhecia, mas continuou dançando e de vez em quando tragava o cigarro eletrônico do seu mais novo amigo.
O Park tinha noção do que fazia as pessoas ao seu redor sentirem. Sabia da beleza que possuía e a usava a seu favor. As pessoas ali presentes não conseguiam parar de olhar o garoto bonito dançando.

– Ya, Sunghoon! – Jay o chamou atenção enquanto soltava a fumaça recém tragada – Vamos beber uma água, senão você vai acabar desidratando.

Sunghoon o encarou confuso. Não entendia o porquê de estar falando aquilo, afinal ele não tinha bebido sequer uma gota de álcool.

– Está falando de si mesmo? – perguntou irônico.

– Não. Estou falando de você mesmo, Sunghoon! Aquele garoto bonito não para de te encarar – Jay sorriu ladino.

Ele então entendeu do que o novo amigo falava. Seus olhares imediatamente se encontraram e Sunghoon fechou o mínimo sorriso antes presente em seu rosto.

– Não pode ser!

Sunghoon cerrou os punhos e caminhou em passos largos até o tal homem que o encarava. Este se encontrava de costas para o balcão do mini bar improvisado da festa, apoiado no mesmo, com as pernas cruzadas e um olhar afiado preso no outro que caminhava até si.

– Por que está me olhando, hein? – perguntou Sunghoon, bravo.

– Boa noite para você também, Hoon-ah – o homem disse e inclinou a cabeça, encarando Sunghoon com um sorriso malicioso.

– Não me chame assim, Jaeyun.

Shim Jake ou Jaeyun era outro tópico na lista de coisas que Sunghoon mais evitava. O australiano era a pessoa mais desagradável que o Park conhecia.

– Por que não, Hoon-ah? – Jake franziu a testa.

– Porque não – ele respondeu simples e estourou as bochechas em seguida, fazendo Jake rir – Está rindo de que? Ficou maluco de vez?

– De você, fofinho. – piscou um olho, fazendo Sunghoon ficar ainda mais bravo – Pode voltar a dançar com seu amigo, prefiro observar de longe.

Sunghoon revirou os olhos tão fortemente que jurou que eles nunca mais voltariam ao normal. Apesar de não querer obedecer o mais velho, ele voltou à pista de dança com Jay, não queria ter que escutar mais a voz de Jaeyun naquela noite.
Infelizmente, Jay não estava mais lá quando chegou, então optou por dançar sozinho e aproveitar a noite por si só. Um homem bonito ao seu lado que segurava um cigarro entre os dedos sorriu para ele, que retribuiu na mesma hora, com segundas intenções. Sunghoon se aproximou, sinalizando com a cabeça para o cigarro. O homem sorriu mais uma vez, sacana, e aproximou o objeto quente aos lábios bonitos do Park, que não tardaram a tragar uma boa quantia de nicotina.
A droga bateu instantaneamente em seu cérebro, fazendo seus sentidos relaxarem e a tensão em seus músculos desaparecer. Como um agradecimento, Sunghoon deixou um selinho na bochecha do homem bonito, que logo agarrou sua cintura e assim os dois dançavam com os corpos colados.
Sunghoon não sabia muito bem o que estava fazendo, apenas queria aproveitar a chance de beijar uma boca bonita para esquecer finalmente dos problemas com sua mãe que o atormentavam sempre. Ele não era assim normalmente, mas não fazia mal algum agir fora da sua zona de conforto de vez em quando.