Celebrations

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Quackity não sentia que combinava com o clima festivo que impregnava a sala depois do parabéns.

Havia papel colorido pelo chão, balões nas paredes e o ar parecia quase espesso com tanta gente no mesmo lugar por tanto tempo, deprimindo-o, as luzes amareladas e o cheiro de baunilha não ajudaram também, e quando as sensações se tornaram demais ele abriu a porta dos fundos e saiu às escondidas.

Não que fosse muito difícil se retirar sem ser notado...

Pessoalmente, ele não gostava de festas de aniversários, como sempre se sentia sufocado nelas, parecendo conter algo em seu peito o tempo todo.

Não significava que ele odiava as datas é claro, ele podia lidar com o início da festa, com a música alta, com a entrega dos presentes, mas não podia evitar o vazio que sentia depois de cantar parabéns, depois do aniversariante entregar o primeiro pedaço de bolo para o seu alguém especial.
Era a tradição que seus amigos brasileiros o tinham apresentado, fazia bastante tempo, todos aderiram de braços abertos e começou a fazer parte da vida dele também, entregar o primeiro pratinho para a pessoa que você mais gosta... bobagem.

Quackity tinha muitos amigos, bastante na verdade, mas ele não se lembrava da última vez que recebeu o primeiro pedaço.
E ele não entendia porquê, não era como se ele fosse impossível de lidar, não era fácil, mas mesmo assim, ele gostaria que alguém o dedicasse ao menos uma vez.

É meio triste e bobo que pequenos detalhes assim o incomodam, ele sabe que seus amigos gostam dele... mas às vezes ele não tem tanta certeza disso, e não pode impedir o sentimento amargo de rodear seu âmago.

Esses dias ele tem andado muito sensível, um incômodo, às vezes, ele acredita que prefere voltar à época em que não sentia nada.

Na realidade, seu estômago torcia só de cogitar a possibilidade, seria terrível, mas agora não é muito melhor também.

Engolindo os pensamentos a seco, Quackity decide que isso não é importante e apenas se senta na grama, colocando o pratinho rosa no colo, ele tira o gorro suspirando pelo enjoo e deixando o vento bater contra o rosto quente.

Quem dera poder se distrair um pouco agora, pensar em qualquer coisa que não envolvesse sua situação lamentável ou afundar em auto piedade, talvez fumar fosse bom, mas o cigarro acabou a uma hora atrás... inferno viu.

Sempre que a falta da nicotina arranhava seu estômago ele se lembrava de Wilbur, na verdade qualquer coisa o lembrava do outro homem, a sensação de algo faltando sempre que tragava sozinho, todos os momentos em que estava solitário, sentindo falta do outro como se fosse uma abstinência.

A única coisa que ele pode fazer agora é esperar, e essa é a pior parte. Quackity não sabe ou entende o motivo da partida, e nem quer esquentar a cabeça pensando nisso agora, ele só gostaria que as coisas voltassem a como eram antes, então ele teria alguém para fumar e talvez não se sentisse mais tão abandonado.

Ele reprimiu um tremor que o vento o forçou a ter, Wilbur era sua pessoa favorita na ilha, Quackity definitivamente o daria o primeiro pedaço de bolo.

Mas será que ele receberia de volta?

Ele não acha...

Apesar da brisa forte, seu rosto esquenta, mas ele está ocupado demais para notar, concentrado em arrastar minuciosamente os confeitos coloridos para longe da cobertura branquinha do bolo, quando ele enfia a massa na boca seu paladar enche, mas as lágrimas salgam o recheio.

...

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Lembrando que o ship nunca é entre os CC's e sim entre os personagens.

Essa é uma one shot beeem antiga que ficou guardada nos meus rascunhos, então, me perdoem se a escrita estiver ruinzinha.  :O

De qualquer forma, obrigada por lerem até aqui mis amores, espero que tenha sido uma leitura agradável apesar dos pesares. <3

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