23

647 56 58
                                    

VINCENT

Aperto o botão redondo do elevador, assim o chamando. Em questão de três segundos a porta se abre e eu adentro a grande caixa metálica, que por sorte estava vazia.

Minha cabeça estava ainda dentro do quarto em que acabei de sair.

Eu a beijei. Sim, eu beijei Emy. E isso é loucura!

Quando ela começou a falar e falar e falar, com a respiração ofegante e aparentando, pela primeira vez, estar vulnerável, foi inevitável. Meu cérebro simplesmente mandou e eu fiz. E o pior é que foi algo surreal.

Não sei se a bebida pode ter tido algum efeito sobre mim, mas quero crer que sim. Mas no fundo, bem no fundo, eu sei que só estou querendo me enganar e me convencer de que eu quis beijá-la.

Meus pensamentos são despertos quando o som do elevador soa e as portas são abertas e um casal aparece. Ao menos julgo serem um casal, mas pela forma em que se olham apaixonadamente e parecem desesperados por sexo, seria estranho não julgarem eles como um casal.

Saio do elevador e sigo pelo térreo chegando a uma porta de vidro. A empurro e adentro o bar escuro, com luzes vermelhas e música soando.

Caminho em direção ao grande balcão preto com leds vermelha e peço uma taça de gin. Poucos minutos se passam e o barman me traz o mesmo. Pego minha carteira no bolso da calça preta e entrego para o mesmo uma nota de cinquenta dólares.

Me levanto e caminho para uma das mesas vazias em frente ao palco, onde uma loira claramente bêbada sobe junto a uma morena. Na placa em frente a porta que entrei mais cedo dizia que hoje era noite de karaokê, o que suspeito que seja isso que elas irão fazer, ou ao menos tentar.

O som do acústico de Shallow - Lady Gaga & Bradley Cooper começa a ecoar pelas caixas de som e ela segurava - desajeitadamente - o microfone enquanto ri de algo aleatório.

Enquanto ela canta, errando completamente a letra da música por causa da língua enrolando, eu bebo minha taça de gin. Assim que a música acaba, minha taça também chega ao fim e ouço poucos aplausos serem distribuídos pela moça loira ter terminado a música.

Cambaleando, ela desce as pequenas escadas do palco junto a amiga morena que ri dela e a xinga ao mesmo tempo. Me levanto da mesa e sigo em direção a saída do bar. Em seguida, estou dentro do elevador indo para o meu quarto. O relógio do elevador mostra que fiquei poucos minutos no bar, mas o suficiente para eu esquecer um pouco do que aconteceu.

Novamente a porta se abre e eu deixo o elevador para trás. Coloco o código que abre a porta do quarto e ouço o clique que a mesma dá quando eu a abro. Silenciosamente, eu a fecho e olho para a cama, vendo Emy deitada e coberta.

Vou em direção ao banheiro e tiro minha roupa, logo abro o box de vidro e dentro. Abro o chuveiro e deixo a água gelada se chocar com meu corpo, o que faz eu ter um pequeno espasmo de frio, mas ignoro e tomo um banho rápido mesmo assim.

Saio do banheiro, com a toalha enrolada na cintura e vou na minha mala, pegando uma cueca e uma calça de moletom. Como o som já estava nascendo, não foi difícil achar as peças de roupas. Volto para o banheiro e me visto, em seguida, escovo os dentes e saio do banheiro. Vou na janela do quarto, ao lado da cama e a fecho para que a claridade não acorde Emy.

Assim que fecho a cortina, me viro para o lado vendo a morena dormindo tranquilamente.

Caminho até o outro lado da cama e levanto lentamente a coberta, assim me deitando na cama e me cobrindo com a mesma. Me viro para o lado em que Emy está e fico vendo seus cabelos escuros, mas logo meus olhos se fecham e eu adormeço.

Opposites but equalsOnde histórias criam vida. Descubra agora