⚜️Gabriel⚜️
— Ali está ele, naquela mesa. — Dou passagem a minhas primas pelo salão de chá até a mesa onde se encontra Guilherme.
— Que bom rever vocês. Estão umas lindas donzelas. — Meu amigo beija a mão de cada uma delas.
Seu rosto bobo e sua lentidão para soltar suas mãos demonstram o quanto ele está fascinado pela beleza de ambas. Luana e Emily sorriem, um pouco ruborizaras perante seu olhar.
Pigarreio, então ele se recompõe.
— Vamos, se sentem — fala, depois de dar um abraço em mim.
Conversamos sobre coisas aleatórias, sobretudo, sobre a viagem delas na Europa e a tipografia de Guilherme.
Ele sempre foi próximo. Também brincou conosco quando éramos pequenos, mas já fazia alguns anos que ele não as via, e por isso seu encantamento ao ver as lindas mulheres que se tornaram.
— Deixa eu dar uma novidade para vocês. Farei uma festa pela tipografia. Vocês serão meus convidados de honra. Todos da cidade estarão convidados também, pois é um grande orgulho fazer as impressões do primeiro jornal do Brasil.
— Meus parabéns, Guilherme! Isso é uma grande conquista! — Emily e Luana o felicitam.
— Eu sabia que você chegaria longe, meu amigo. Sua tipografia vai fazer muito sucesso. Parabéns!
— Obrigado! Eu estou muito feliz! É a realização de um sonho. Espero por vocês na festa.
— Mas, é claro! Será uma honra.
— Com licença, eu já volto. — Emily se levanta, e eu a sigo com os olhos para perceber onde irá, enquanto Luana faz algumas perguntas sobre a tipografia a Guilherme.
Meu coração acelera quando vejo Verônica sentada junto a uma das mesas mais afastadas. Ela está com a mesma jovem da outra vez. Emily as cumprimenta e conversa com ambas. Desvio minha atenção delas e foco na conversa de Luana e Guilherme.
Quando Emily volta, depois de uns minutos, dá sua atenção a Guilherme.
Assim que nos despedimos dele, saindo do salão de chá logo após, Verônica já não se encontra mais ali.
***
— Vai comigo para as fazendas hoje, Gabriel? — Meu pai pergunta, enquanto tomamos o café da manhã.
— Vou, sim.
Já faz alguns dias que eu não o acompanho, pois fico para fazer companhia a Emily e Luana. Os negócios das fazendas também precisam de atenção, e é bastante duro para o meu pai tratar de tudo sozinho.
Ao contrário do que outros senhores de terras pensam, depois que meu avô libertou os escravos, trabalho nunca faltou em nossas fazendas, e muito menos a plantação de pés de café foi prejudicada. Os trabalhadores fazem suas tarefas com empenho árduo e dedicação. Embora nossa família não tenha a mesma margem de lucro, como em outros tempos, quando meu avô escravizava e não pagava pela mão de obra, o que lucramos depois da libertação sempre foi de forma digna, e isso nos deixou mais ricos. Felizmente nossas produções são dos melhores pés de café do Brasil.
Depois do trabalho, resolvo ir até as cachoeiras, pois com certeza minhas primas estarão por lá.
Ledo engano. Pela ausência de seus cavalos próximos à cachoeira, vejo que não vieram, ou voltaram mais cedo que o habitual para casa. Mesmo assim, decido descer do cavalo e dar um mergulho antes de voltar. É quando ouço alguém na água e aproximo-me, pensando serem elas. Talvez não tenham trazido os cavalos.
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Amor Liberto ( Série Amores Proibidos ) Livro II Degustação
RomanceGabriel Albuquerque, é filho de uma ex escrava negra e de pai branco, seu avô barão Albuquerque, um antigo senhor de escravos. Apesar de Gabriel ser um homem livre, e nunca ter passado pelos tormentos da escravidão, sempre foi alvo de preconceito pe...