Kaira.
Acordei mais cansada do que quando fui dormir e peguei logo o meu celular pra desligar o alarme que marcava sete horas da manhã.
Passei a mão no rosto, pra ver se ficava menos grogue de sono e quando fiz menção de me levantar senti uma mão no meu pulso, virei pra trás e dei um beijo no rosto do Jota.
Jota: Vai pra onde uma hora dessas? – Bocejou antes de levantar e pegar a cueca dele no chão, a vestindo em seguida.
– Trançar o cabelo, marquei pras nove da manhã. – Respondi antes de me enrolar no lençol e levantar, fazendo seu olhar subir pra minha cabeça.
Jota: Tava na hora, em? Teu cabelo tá só pela misericórdia. – Falou apontando pros meus cachos todos pro alto.
– Pela misericórdia tá a tua boca, eu em. – Respondi e saí do quarto, indo pro banheiro super constrangida apesar de ter fingido que não havia me afetado, isso que ele falou foi super desnecessário e já não é a primeira vez que ele comenta sobre o meu cabelo natural com desdém.
Abri logo a torneira e joguei uma água no rosto antes de pegar os meus produtos de skincare e começar a cuidar da minha pele, assim que terminei escovei os dentes e passei pra dentro do box.
Suspirei, sentindo a água fria cair sobre a minha cabeça, e tomei mó susto quando virei pro lado e vi o Jota entrando no banheiro e começar a se despir antes de entrar no box comigo.
Jota: Gostosa. – Passou a mão na minha bunda e quando quis me agarrar eu espalmei minhas mãos em seu peito e o afastei. – Colfoi? – Tentou me puxar pra perto novamente e eu me afastei de novo.
– Me deixa, cara. – Falei e ele bufou antes de voltar a insistir. – Eu não tô no clima, velho! – Bufei de ódio e ele fechou a cara antes de sair e bater a porta na força do ódio.
Lavei o meu cabelo, hidratei e bati a gilete porque os pelos já estavam voltando a crescer.
Terminei meu banho, estiquei meu braço pra pegar a toalha na porta do box e assim que alcancei me enrolei na mesma e saí do banheiro, passando pelo pequeno corredor e entrando no meu quarto em seguida.
O outro nem tava mais. Abri minha cômoda e peguei o primeiro vestido que achei, joguei por cima da cama, passei meu creme hidratante, meu desodorante, vesti minha roupa interior e o vestido em seguida.
Arrumei a cama, abri as janelas do quarto, levei a toalha lá pro quintal e estendi no varal antes de voltar pra dentro de casa e pegar o meu notebook pra finalizar um trabalho da facul que eu tinha que entregar na semana que vem.
Não curto fazer as coisas na última da hora, sempre que eu posso me adianto pra ficar aliviada.
Salvei o trabalho em uma pasta, depois de terminar, e fui pegar a minha bolsa antes de perguntar pra minha chefe se ela não ia precisar de mim por hoje.
Trabalho como recepcionista em uma empresa especializada no ramo que eu estudo, design de interiores, fui contratada no começo desse ano e sou apaixonada porque, além de ser algo que eu curto, eu aprendo demais com o pessoal lá.
Ela confirmou que não, falou que era pra eu ir aproveitar o dia livre de hoje porque amanhã ia ter muito trabalho. Quando ela fala isso não é meme não, última vez que ela falou eu entrei às oito horas da manhã e saí às onze da noite, por isso ela dá um dia de descanso, além da folga, pra acumular energia.
Saí de casa, depois de fechar todas as portas, e fui pro salão que a minha trancista trabalha. É aqui na favela mesmo, subi a ladeira e cheguei super rápido, cumprimentei geral e a moça já veio pegar na minha cabeça.
Depois de quase cinco horas trançando, finalmente terminou. Paguei e me piquei pra casa, me arrumando pra facul em seguida.
Assim que terminei desci a ladeira e saí da favela sozinha, Mel não ia ter aula hoje então tava só no lazer.
Parei de andar por estar me sentindo observada e quando virei pra trás não vi nada suspeito então segui o meu caminho até o ponto de ônibus, cheguei lá e estranhei o fato de não ter achado o ônibus por ali.
Tinha uma viatura de policial parada perto dali, o policial abaixou o vidro e avisou que o ônibus tinha acabado de sair, fudeu, o próximo ia sair daqui duas horas e eu ia me atrasar bastante.
— Vai pra muito longe? – Perguntou ao notar o meu desespero. – Se quiser carona... – Deu de ombros e eu assenti sem pensar duas vezes. – Pode entrar. – Destravou as portas.
— Muito obrigada! – Suspirei de alívio antes de abrir a porta e sentar no banco de trás.
Quando eu ia falar o endereço da facul só senti um braço passando pelo meu ombro antes de tapar minha boca e meu nariz com um pano branco, fazendo eu fechar os olhos e ir perdendo a consciência.
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Inolvidável - Livro 1.
Romance+16| Inolvidável: Que não se pode olvidar; impossível de se esquecer; que fica na lembrança; inesquecível. - O que eu e você tivemos foi inolvidável, aceite. Quanto mais você negar, mais esse sentimento vai se apossar de você. "Quando um não aguenta...