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E a minha vergonha?

Kaori e Kaotami estavam sentadas à mesa da cozinha, ambas com suas respectivas xícaras de café, seguindo com os olhos cada passo que o Bokuto mais novo dava na cozinha.

Koutarou não estava aguentando mais aquilo.

— Beleza. O que foi?

As duas irmãs se encaram, sorrindo contra suas xícaras.

Kaotami apontou para ele, mas a pergunta veio de Kaori.

— O que é isso no teu pescoço?

Koutarou levou a mão à nuca, como se tivesse olhos e seus dedos e pudesse ver o que quer que estivesse ali. Ele foi até o microondas, olhando-se no reflexo do vidro.

Ele corou ao reconhecer as manchas rosadas em sua pele.

— A noite ontem foi violenta, hein — Kaotami balançou as sobrancelhas, — você tá cheio de arranhões nas pernas, a propósito.

A mente de Bokuto o fez recordar da noite passada.

Akaashi sob ele. Seus lábios chupando e mordendo qualquer pedaço de carne que ele conseguia alcançar. Suas unhas arranhando seus ombros, suas pernas enlaçando sua cintura.

Os gemidos ofegantes ao pé do seu ouvido, o choramingo manhoso ao sentir que estava cada vez mais perto...

— Quando o Keikei vai levantar? — Kaori perguntou.

Koutarou balançou a cabeça, afastando a lembrança. Olhou para sua irmã mais velha.

— Ele não toma café da manhã, então deixei ele dormindo mais um pouco — respondeu, indo até a cafeteira, preparando o que ele sabia bem que seria a primeira coisa que o namorado pediria ao acordar.

— Mas ele precisa de alimentar direitinho — argumentou Kaori.

— E pelo visto ele perdeu muita energia ontem à noite — Kaotami balançou as sobrancelhas.

— Parem com isso — Koutarou ameaçou jogar pó de café nelas —, não aconteceu nada, tá bom? A gente só...

— Colocaram as cobras pra conversar? Sararam até o amanhecer? Briga de espada? — Kaotami bateu o dedo indicador um no outro.

Kaori e Koutarou fizeram careta.

— Por que tu é assim, hein? — Kaori a cutucou com a colher.

— Vai dizer que tu também não tá curiosa?

— Tô, mas a gente não pode se meter tanto assim. Pensa no quanto o Keikei fica com vergonha.

— E a minha vergonha? — exclamou Koutarou.

— Você convive com ela facilmente — gesticulou Kaotami.

— Mas falando sério, não deveria acordar ele para tomar café? — disse Kaori. — Fala pra ele que eu vou fazer panqueca.

Koutarou parou para pensar.

— Pra mim também?

Kaori revirou os olhos.

— Só porque tô boazinha.

Koutarou deixou a cafeteira fazer seu trabalho e foi até o quarto, pisando com cuidado. Ele sabia que o namorado ainda estava dormindo e queria o prazer de encarar seu rosto adormecido por alguns minutos.

Ele abriu a porta do quarto de vagar, sorrindo ao encontrar Keiji encolhido no meio da cama. Koutarou sentou na beirada do colchão, não resistindo e deitando ao seu lado.