《● Daddy Issues ●》

maybe?

- Qual a parte que eu falei que você não entendeu?? VOCÊ NÃO VAI TRABALHAR FORA, NUNCA!!

Meu pai gritava tanto, que provavelmente, meus tímpanos estariam estourados nesse exato momento.

- Não precisa gritar, não sou surda, eu preciso fazer algo, se não vou enlouquecer aqui dentro.

- Que tivesse pensado nisso antes de ter matado sua mãe...

Olhei pra ele incrédula, depois de escutar aquilo, meus olhos começaram a encher de água mas não queria que ele visse.

- você sabe que a culpa não foi minha...

- Não me interessa, Luna, talvez ela ainda estivesse viva se você não tivesse nascido.

No mesmo estante escutei o barulho da porta de entrada da casa, olhei pra trás e era o tio Marc...

- Klaus, você não acha que tá pegando um pouco pesado com a Luna? você sabe que ela não tem culpa..

Meu pai gelou quando tio Marc entrou e pegou ele falando daquele jeito comigo, é como se meu tio houvesse pegado ele com a arma do crime na mão, pela primeira vez vi meu pai baixar a bolinha dele...

- e você acha que ele se importa? ele sempre vai me culpar por isso, porque ele não foi homem suficiente pra cuidar da mamãe...

Com isso ele veio pra me bater, porém, tio Marc impediu antes da mão dele chegar em meu rosto.

- Que isso não se repita, Klaus! Você está estressado, vamos manter a calma antes que alguém faça algo que se arrependa depois.
Luna, se acalme, por favor!

- Fácil falar, não é você que convive com um monstro covarde dentro de casa...

- Luna! por favor, vai lá pra fora, quero conversar com seu pai.

Sai bufando e xingando (mentalmente, claro!), meu pai é um babaca, como ele ousa falar aquilo pra mim? eu só tinha 10 anos quando mamãe faleceu...

- sinto sua falta mamãe.

limpei meus olhos e senti tio Marc se aproximando

- Luna? vem, vou te levar pra dar uma volta.

Me levantei e fui direto pro carro dele, só queria sumir dali o quanto antes.
Ligou o carro e partimos, ele não quis dizer onde ia me levar mas prometeu de que eu iria gostar.

- sério mesmo que não vai me falar?

- Luna, confia em mim, não sou igual seu pai.

- sem dúvidas, não precisava nem falar a diferença é clara.

Marc sorriu, porém ficou serio do nada.

- Luna, seu pai ainda sofre muito com a perda da sua mãe, ela era muito importante e essencial pra ele, era como se ela fosse a âncora dele...

- Isso não justifica a forma da qual ele me trata, eu também estou sofrendo com isso mas dói ainda mais quando ele diz que a culpada sou eu.

- Eu entendo, Luna, mas tenta ignorar enquanto o juiz não resolve essas papeladas, aguenta só mais um pouco.

- Que papeladas, tio Marc?

Marc fechou os olhos por alguns segundos e sorriu meio de lado, encostou o carro na lateral da estrada e desligou o carro se virando e olhando diretamente no fundo dos meus olhos.

- Tô tentando ficar com a tua guarda, desde que sua mãe faleceu, tô tentando lutar por você, porque conheço o irmão que eu tenho, eu expliquei pro juiz o que poderia acontecer se você ficasse sozinha com ele, apesar dele ser seu pai...