P.O.V James Dean Black
-Senhor.
Olho para cima e vejo que Smith estava no topo das escadarias das masmorras.
Ele estava me esperando, analisei seu semblante. Apesar de sua postura percebi o quão cansado estava. Suponho que a esta altura todos estamos.
Faz menção a uma reverência, mas eu o interrompo com uma mão.
-Pode falar. -digo, já no topo frente a ele, cruzando os braços esperando.
-Senhor, um batalhão já foi designado para tratar da segurança nas entradas e saídas da cidade a partir de hoje. -ele diz, faz uma pausa e eu o deixo continuar. -Peço permissão para que mais um seja mobilizado para este fim, considerando os últimos acontecimentos.
-Tem minha permissão, quantos achar necessário, não vou tolerar nenhuma falha. -assenti com a cabeça e toquei seu ombro, preciso lhe transmitir confiança, é uma grande responsabilidade. Sei que os homens podem ter notado o meu afastamento nos últimos dias, em outra época eu estaria sempre no centro de treinamento e nos quarteis, mas agora eu não tenho disposição para passar tempo longe da minha mulher. -Certifique-se que sejam os melhores, quero homens da nossa classe de inteligência secreta, homens em quem possamos confiar essa tarefa específica. Smith, conto com você.
-Obrigado, senhor. -ele faz uma breve mesura. -Cuidarei da escolha dos homens pessoalmente.
-Bom, se certifique de que os homens têm tudo o que precisam. -dou dois tapinhas em seu ombro e faço menção a ir embora, dando o assunto por encerrado, quero a minha Saphira.
-Senhor. -Smith me chama e eu o encaro, percebendo que algo mais o incomoda e ele procura as palavras para externar tal preocupação. -O que será feito com o prisioneiro?
O prisioneiro.
É uma pergunta para a qual ainda não tenho resposta certa.
Entre uma guerra iminente e o grande evento, ainda havia a questão do meu irmão - que coincidentemente é o vampiro que sequestrou a minha mulher - que eu decidi não arrancar a cabeça assim que o vi.
Não é racional que eu não o tenha feito, sei como deve parecer para todos que me conhessem, mas se ela me pediu como eu poderia negar? Poderia dizer que era uma questão de estratégia, no entanto creio que mesmo Smith questionaria as razões verdadeiras, eu nunca pensei em estratégias quando sentia vontade de arrancar a cabeça de alguém, simplesmente arrancava. Em um tempo mais tranquilo, em uma mesa com uísque, ele me diria que perdi o pulso.
Todos arriscaram suas vidas pela minha luna, sua rainha, é no mínimo confuso - conhecendo o meu temperamento - que eu tenha decidido mantê-lo prisioneiro, e apenas isso, deixando de fora a esperada tortura e posterior morte em praça pública.
-Por enquanto, ele fica onde está. -afirmei o olhando seriamente e saindo em seguida.
Passo a mão pelos cabelos suspirando, sinto meus músculos tensos e um cansaço quase desesperador. Sigo em direção ao salão de refeições o mais rápido que as circunstâncias permitem, o castelo está consideravelmente movimentado, só espero que esteja tudo como a minha rainha merece, quero que cada detalhe seja escolhido por ela da forma que desejar.
Quando a deixei, a contragosto - por força de um dos fantasmas do meu passado - ela ainda dormia, tão serenamente, tão segura em meus braços. É a melhor sensação do mundo observa-la dormir, ver seus lábios entreabertos e os leves suspiros que emite ao longo da noite me aquecem, cada gesto dela me deixa mais apaixonado.
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Minha [Em Atualização]
Lobisomem"Só o que eu vejo quando me olho no espelho é uma enorme bagunça" "Se você se acha uma bagunça, não se preocupe, hoje você encontrará alguém disposto a arruma-la ou simplesmente deixar pra lá e amar essa bagunça" "Meu pai é o Alfa da nossa alcatéia...