capítulo único

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Uau, essa era realmente sua música favorita!

Eren não entendia direito quando tudo ficou tão caótico, e por que diabos Reiner estava com um maiô com decote cavado, enquanto rebolava no colo de Berthold?!

Era para ser uma festa divertida entre amigos, em uma boate com karaokê, para comemorar a amizade, e apenas isso.

Cara, Eren bebeu tanto que sentia estar alucinado, ou era realmente Reiner fazendo um lap dance no melhor amigo “hétero”?

Ok, esse não era o objetivo da noite.

Porém, todos ainda estavam conscientes — ele espera —, então não há nada de errado?

Armin e Jean estavam no palco de karaokê, cantando animadamente “Whisky a go go”. As luzes coloridas do local traziam um ar muito divertido e caótico. Armin era mais contido, de início, e Jean fazia movimentos estranhos enquanto cantava.

— Eu perguntava “do you wanna dance”? — Armin cantou, e gritou, talvez, era uma questão de interpretação, sendo acompanhado por todos os ocupantes do bar. Bem, aqueles com cultura, que conheciam a música.

— E te abraçava “do you wanna dance"? — Jean emendou animado, ele estava sem camisa, com a gravata amarrada na testa e as bochechas coradas pela bebida.

Embalado no ritmo divertido da música, Eren dançava alegremente com sua amiga, Pieck.

— Todos estão um pouquinho descontrolados, não acha? — a mulher perguntou alto, sorrindo como boba, um tanto bêbada demais.

— Olhe para Reiner e Berth e tire suas conclusões! — Eren respondeu também com a voz elevada, executando um giro junto com Pieck.

Claro, se Eren já tropeçava em seus próprios cadarços totalmente sóbrio, executar um giro daqueles, com álcool demais no corpo, luzes muito coloridas piscando por toda a boate e sua tradicional falta de jeito, o fizeram se desequilibrar e quase ir ao chão.

Porém, foi segurado na cintura por alguém que ele havia esbarrado.

— Parece que encontrei uma princesa em apuros, hum? — o homem perguntou, com um sorriso maroto, pois a forma com que segurou Eren era muito parecida como a daqueles filmes clichês, onde a mocinha está prestes a cair e o homem a salva.

— Ackerman?! — Eren exclamou, seria a bebida, ou seu velho colega de turma estava ali, e sorrindo?!

— Eu mesmo, madame. Me concede essa dança? — ele soltou Eren, que já estava em pé, e lhe estendeu a mão em um convite.

— Você, fazendo piada? Incrível — Eren diz, segurando a mão de Levi, e uau, como ele tinha um toque suave!

Levi tinha mãos muito delicadas, como a de uma mulher. E o seu toque encheu Eren de uma energia inexplicável.

— Devo, em algum momento da noite, ter aceitado alguma substância estranha da Hanji — Levi diz, estranhamente animado, puxando Eren para uma dança — Música boa essa. São Jean e Armin no palco?

— Sim, são e… Meu Deus! — Eren parou sua frase, mas não a dança animada, ao ver nada mais nada menos que o seu tímido Armin rebolando na cintura de Jean, o que não deveria combinar nem com ele, nem com a música — Que diabos?

— Essa é a noite mais bizarra da minha vida — Levi riu. Agora ele e Eren iniciavam uma sequência de passos tão sem sentido quanto a anterior, mas era engraçado e bom.

— Você está meio chapado — Eren pontuou. O Ackerman que ele conheceu na escola, alguns anos atrás, o chutaria no traseiro e declararia em alto e bom som o quanto odiava seres humanos, música alta, bebidas fortes e luzes alucinantes. Era surpreendentemente… incrível!

— Todos aqui estamos — Levi estava mais próximo do corpo de Eren agora — Ei, olha só, são Pieck e Hanji se pegando?!

— Caralho, sim! Eu a abandonei não faz nem dois minutos e ela já entrou na porra do vale.

Levi riu como um idiota daquele comentário. Ele realmente estava muito diferente naquela noite.

— Levi, você bebeu demais.

— Tu também.

— Perdi qualquer argumento agora.

Eles dançaram juntos até o fim da música, e depois se jogaram juntos em um sofá de couro sintético vermelho, onde um funcionário passou oferecendo shots de vodca.

Os dois aceitaram e viraram o líquido amargo na garganta de uma vez.

— Isso tudo é uma loucura, há quanto tempo nem direcionamos um olhar um para o outro?

— Bêbado demais para lembrar, mas provavelmente desde nossa formatura na escola, eu acho. Eu era tão apaixonado por ti naquela época… — Levi resmungou a resposta, deixando Eren perdido.

— Oi?!

— Oie! — Levi acenou com a mão direita, como se Eren tivesse realmente o cumprimentado.

— Ok, você bebeu o dobro que eu, deveria ir para casa. A festa já está acabando mesmo — Eren considerou as opções, será que um bêbado iria ser capaz de cuidar de outro bêbado?

Levi não respondeu.

Na verdade, sua ação foi muito mais inesperada. Ele praticamente se jogou em Eren, atacando seus lábios de forma voraz. E depois começou a chorar.

— Ei, que isso de repente?

— Eu sempre, sempre gostei de você! — um Levi corado e visivelmente alterado se expôs, quase gritando entre meio aquelas lágrimas repentinas.

Uau.

Levi bêbado era algo totalmente extraordinário, sincero e espontâneo demais. Chegava a assustar, pois não parecia o verdadeiro Levi.

— Nossa, hã, eu também gostei de ti na época da escola, mas caralho, isso foi tão espontâneo da sua parte! — Eren começou a se enrolar, falando de forma confusa. Levi ainda estava em seu colo, o encarando como um filhotinho fofo e pidão — Ah, quer saber? Foda-se!

Jaeger juntou os seus lábios com os de Levi novamente, sedento como um animal. As línguas dançando juntas, muitas mãos percorrendo os corpos um do outro.

Mas ambos estão bêbados.

Mas provavelmente nem se lembrarão daquilo no dia seguinte.

Mas esses toques eram um sonho distante, que poderia muito bem se tornar realidade algum dia.

Mas, mesmo esquecendo, estavam destinados a sempre ficaram juntos, não importava a época, circunstância e dificuldade,

Estão destinados um ao outro.

Simplesmente, ereri.





Whisky a go go (Ereri/Riren)Onde histórias criam vida. Descubra agora