2008 | Mariah D'Auvergne e Michael Jackson se conheceram em 1984 e desde então são casados há 23 anos. O casal enfrenta altos e baixos. Eles estão dispostos mesmo para tudo que vir por a frente em prol de um amor?
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⠀⠀⠀⠀- estou pensando em passar um tempo distante do emprego... não sei se Tommy concordaria com isso. Estávamos planejando voltar em 2009. Tudo é um processo muito demorado, estamos nas gravações. Parar tudo repetinamente seria prejudicial mas não posso continuar. Tenho que dar um tempo.
- você quer? - pergunto para Michael que está deitado ao meu lado - eu quero, não tenho psicológico para voltar - choraminga - você permite que eu fale com Tommy? ao menos por agora, me deixa te ajudar - seus olhos serão arregalados ao me encarar. Ele se levanta balançando a cabeça negativamente.
- DE FORMA ALGUMA! de jeito NENHUM, Mariah! Quero você bem longe daquelas pessoas, não quero NINGUÉM da minha família envolvida nisso. Aliás você também não está com o psicológico bom, nós dois perdemos um filho. Não quero que vá fazer isso, não quero que pense em fazer isso - fala grosseiramente.
- ao menos eu posso ficar no rancho e passar tempo perto das crianças mas e você? você quer ficar sobrecarregado? Nós somos casados, vivemos juntos e temos filhos então por quê não posso te ajudar? Entenda, vai ser melhor para você. Por agora, por ao menos agora.
- não, não e não! - ele está falando em som alto. Está me gritando? Michael sabe que odeio isso!toco o lado da cama onde ele estava, pedindo para se sentar e conversar comigo de forma civilizada mas por o visto, não entendeu ou não viu - eu falo com ele, eu assumo essa responsabilidade. E se não der, vou continuar gravando - estreito os olhos e não digo uma única palavra. Se quiser conversar comigo que seja paciente e me dê espaço para falar.
Deito e me cubro com a coberta, fechando os olhos e apagando o abajur que ficava na minha parte. Escuto a porta ranger e se abrir. Ele tinha saído do quarto. Levanto da cama e ando como se estivesse pisando em ovos até uma mesa que ficava do outro lado do quarto. Vou mandar um e-mail para esse homem. Michael não quis mas pouco importa. Se fosse por a palavra dele, Tommy jamais iria aceitar. Jamais!
Me sento e começo a digitar rapidamente nas teclas do notebook - boa noite, meritíssimo Tommy Motolla - começo, procuro palavras para tentar escrever o que desejo mas nada vem a mente. Como vou falar isso? - eu, Mariah Jackson - não gosto de usar o sobrenome de Michael tanto que sempre me apresento com o meu. É uma questão de combinação e meu nome com o sobrenome dele não combinam. Apago e tento novamente - eu, Mariah Jackson D'Auvergne ou para você, senhorita Jackson.
Do jeito que sair irei enviar, antes que Michael retorne para o quarto - informo que durante um mês meu esposo, Michael Jackson, não irá comparecer a gravadora. Nós ainda estamos tentando voltar ao normal depois do ocorrido, e ele assim como eu precisa estar perto a família nesse momento delicado - eu ia solicitar a permissão de Tommy para que fosse dado alguns dias distantes mas qualquer pessoa com o mínimo de senso principalmente quando se trabalha com imagem, sabe que é impossível recuperar-se rápido depois de algo como o que aconteceu. Eu informei que ele não iria e ele não vai! Quero ter certeza de que esteja 100% para voltar, quero me convencer de que ao começar a cantar consiga terminar.
Michael quando está triste acaba pulando refeições e quando fica distante, é o melhor momento para acontecer alguma merda. Opta por remédios, fica frustrado por não conseguir produzir como normalmente e acaba se afastando mesmo que sem querer de nós. E eu não quero jamais que isso aconteça! Preciso me certificar de que não vai voltar aquilo que um dia o ferrou tanto, de que não vai pular refeições, de que vai aceitar que existe momentos onde é normal não conseguirmos ser tão agitados e de principalmente, que não se afastará.
Penso tudo enquanto o e-mail está sendo enviado. Não finalizei mas deu para passar a mensagem principal e isso que importa. Passos no corredor e ele se aproximando novamente. Fecho a tela e levanto da cadeira, voltando para cama ao mesmo momento as portas se abrem e ele me encara fazendo um biquinho e contraindo as sombrancelhas. Não dou um sorriso. Ele ia ter que pedir desculpas por ter falado alto. Viro para o meu lado e me cubro de novo - eu liguei para Tommy mas ele não me atendeu.
Meus pés são desenrolados, ele puxou a coberta e se deitou ao meu lado. Não respondo novamente. Michael se vira e coloca a mão em meu pescoço. Como a nossa cama era grande ainda restou espaço para que me afastasse - O que foi? - pergunta - você é muito idiota! Não precisava ter levantado a voz, eu dei uma sugestão para tentar te ajudar. Michael, você sabe muito bem o quanto odeio ignorância! Odeio! Sempre gostei de resolver nossos problemas a base da conversa mas se você quer gritar e se estressar, eu também sei muito bem!
Não consigo ficar sem responder e falo tudo de uma vez. Liberando toda a raiva que senti naquele momento. Abraço o meu travesseiro e puxo a coberta, caminhando até a porta - e já que você é tão "autossuficiente", dorme sozinho! - arremesso o travesseiro nele que me encara com um meio-sorriso - esse é o seu travesseiro.
- desculpa, eu não quis que você entendesse isso! Deita aqui, vamos dormir juntos. Não quero ficar sozinho, quero ficar com você. Desculpa por ter falado alto, perdão de verdade. Me desculpa, bem - eu não quero ficar estressada com Michael. Já estou em um misto de sentimentos tão grande para perder meu tempo com isso. Mas também não iria deixar desse jeito! Ele caminha até onde estou e me abraça, beijando meu pescoço e meu rosto - eu mandei e-mail para Tommy, você vai ficar um mês afastado do trabalho - ele abre a boca formando perfeitamente um "o" - Mariah! Eu falei que...
- você não vai mesmo que ele não concorde, vou deixar você ir e voltar a tomar remédios e não se alimentar direito por a rotina pesada? acho que vinte e três anos são suficientes para te conhecer da cabeça aos pés. Eu estou a três meses distante do hospital e não me importo de ficar mais dois, três ou quatro para garantir que esteja bem.
- eu não tomo mais isso, eu te juro! Você sabe que tudo isso acabou em 2002, eu não vou voltar. Te prometo! - dou um sorriso de orelha a orelha para ele - eu quero que você fique aqui comigo, é só isso. É tão difícil? - balança a cabeça negativamente - nunca, difícil seria falar com Tommy e deixar de gravar mas estou feliz se for ficar o tempo todo contigo, o tempo todo - ele me abraça novamente e tenta me beijar mas tombo a minha cabeça para trás. Agora não! - ainda não esqueci que você me gritou.
