Acordo e vejo que estou em outro quarto, agora usando uma calcinha e um blusa de tecido bem leve e fresco, não sei quanto tempo estou aqui mas meus machucados já estão bem curados.
Olho pra porta quando ela se abre e lá está Nico o único que chegou perto de mim aqui além do Demétrio.
Angelina: Bom dia senhor.
Vejo ele me olhar com espanto.
Nico: Na verdade já é boa tarde, e era pra você estar dormindo.
Angelina: A quanto tempo estou aqui?
Nico: Por que dá pergunta?
Angelina: Meus machucados já estão bem curados.
Nico: Já que está acordada vou te colocar pra tomar um banho depois te ajudo a comer algo.
Angelina: Por que ninguém responde minhas perguntas?
Nico: Porque nós fazemos as perguntas, não damos respostas.
Angelina: Acha que um dia sairei daqui?
Nico: Não viva!
Angelina: Já é uma forma de sair!
Vejo Nico me olhar dessa vez a pergunta estava estampada em seu rosto, com sua ajuda fui para o banheiro minhas pernas estão fracas, meu corpo treme, mais uma vez estou nua na frente de um homem sendo virgem, só que diferente de Demétrio ele me olha apenas como uma pessoa qualquer me lava, seca, passa remédio nos ferimentos, me veste e agora estou na cama com um prato de sopa para comer, a dias não como nada assim.
Angelina: Onde está Demétrio?
Nico: Saudades das surras?
Angelina: Não senhor!
Nico: Reze pra ele ficar mais alguns dias fora, porque quando voltar não creio que as coisas serão boas pra ti.
Angelina: Por que ele quer tanto que eu tenha medo dele?
Nico: A pergunta é por que você não tem?
Angelina: Apenas não tenho e vejo que isso o incomoda muito, não tenho culpa por não sentir algo.
Depois que acordei Nico não me fez mais dormir, disse que se eu não desse trabalho tudo seria mais fácil, ele estava cuidando de mim não teria porquê de dar trabalho.
Ficava sempre dentro do quarto, minhas forças estavam voltando não havia mais machucado agora ele vinha apenas me trazer comida, não me dava mais espaço para conversas.
Choro quando lembro da madre e das crianças, meu Bolota já deve estar grandinho e gordinho agora, queria muito poder acariciar ele, estou perdida em meus pensamentos que não vejo figura de quase dois metros me olhando.
Demétrio: Vejo que já está bem melhor!
Quando nossos olhos se cruza meu coração acelera, e até um sorriso se ensaia no meu rosto, fazia dias que não o via até achei que poderia ser liberada do castigo ao qual fui submetida sem o ver, mas ali estava ele tão sombrio quanto a primeira vez que o vi.
Angelina: Estou sim senhor!
Demétrio: Como pode me tratar com toda essa educação menina, não vê todo mal que eu lhe fiz?
Angelina: Tudo nessa vida tem um propósito!
Demétrio: E qual você acha que é o seu?
Angelina: Confesso que ainda não sei, mas nada é por acaso!
Demétrio: Me dê seu ponto de vista.
Angelina: Bom se eu não tivesse entrado na frente do seu carro aquele dia não teria me visto e eu também não teria lhe feito o convite pessoalmente o que o levaria a ir até nosso orfanato exigindo posse sobre mim, naquele dia não era pra eu estar ali pois não tinha ninguém para me acompanhar mas e Madre me permitiu por ser próximo do orfanato e apesar de estarmos tão próximos nunca nos vimos exceto por aquele dia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Como destruir um Anjo?
Short StoryAngelina foi deixado na porta do orfanato ainda bebê, a madre que lhe acolheu naquele noite fria a chuvosa se apaixonou por seu olhar inocente que mesmo estando naquela situação lhe esboçou o mais belo sorriso. Criada ali em meio a tantas crianças q...