A garota estava ali, na frente do ventilador, naquele típico dia quente de verão, seus cabelos loiros com algumas madeixas negras voavam e baixavam de acordo com o movimento daquele aparelho. Talvez a febre que estava sentindo atrapalhava esse seu processo de refrescamento.
Sua mãe entra no quarto e a repreende, disse a ela que não deveria fazer isso, pois só faria com que sua febre piorasse, e o desligou.
James sentou em sua cama, estava um pouco irritada mas não esboçou nada, como sempre fazia. Ela senta em sua cama, enquanto isso, sua mãe procurava uma peça de roupa para a garota, mesmo com quase 15 anos sua mãe queria que ela se vestisse como uma criança de seis - laços no cabelo, fitas, tiaras, sempre acompanhavam o visual.
Ela não entendia, de quase um ano pra cá o comportamento da mãe mudará repentinamente, para falar a verdade, ela mudou des da época em que a gorota adoeceu, desde então sua mãe a enche de remédios.- Pegue!
Sua mãe entrega a ela um vestido rosa de alça fina e uma blusa branca de manga comprida.
- Mãe, por quê você ainda insiste em me vestir assim.
A mulher baixa seus olhos encarando a garota, como se tive repreendendo.
- Já tivemos essa conversa inúmeras vezes - diz de forma ríspida - Nunca mais toque nesse assunto!
Baixo minha cabeça. "Eu deveria ser pura, mais que uma criança" era isso, isso que me dizia, maldito o dia em que ela decidiu ir com meu pai aquele lugar.
. . .
Eu estava deitada na cama tomando soro, enquanto isso, as freiras arrumavam o quarto, enquanto uma delas de tempo em tempo vinha ver como eu estava. Odiava estar naquele hospital católico, mas era um ótimo entretenimento ver aquelas que diziam ser devotas à sei lá o que falando sobre quão lindos eram os corpos de seus vizinhos, elas não eram para serem virgens?
O soro finalmente acaba e eu sou liberada, antes de finalmente sairmos daquele lugar minha mãe manda eu ir até o altar e fazer uma pequena oração com ela, claro que obedeço, mas não era o que eu queria.
Minha mãe me deixa em frente à escola.
- Lembre-se, não quero você com aquela gente. Você não pode se corromper.
Respirei fundo e sai do carro, entro e fecho o portão. Ao entrar na sala a professora me encara, parecia estar com raiva.
- Se atrasou novamente, justo em minha aula.
- Posso me sentar, ou vai me deixar aqui como da última vez? - Pergunta impaciente.
A professora meramente levanta o anti-braço fazendo sinal para que eu pudesse entrar. Ao fundo vejo meus únicos amigos, Raven e Ichiro, vou até eles é me sento à frente dele e ao lado dela.
- E então, conseguiu trazer?
A garota assentiu e me entregou um conjunto de roupas que consistia em uma calça jeans preta rasgada e um moletom cinza, agradeço a ela e viro para frente. Quando a segunda aula começa e vamos à sala de Matemática peço para ir ao banheiro e assim trocar de roupa. Volto a sala.
O tempo se passa e a cada momento eu fico com mais tédio, esperando com que o calor calor daquele fatídico dia de verão pudesse me derreter e assim eu passar pelas finas rachaduras que havia entre o piso da sala e sumir - mas devo dizer que aqui é melhor que em casa.
O final da aula chega e vou correndo para o banheiro com Raven para trocar de roupa ates que minha mãe chegasse, enquanto isso Ichiro ficava resmungando do lado de fora, pois não podia entrar. Dobro as roupas e entrego.- Muito obrigada, Raven, você me salvou. De novo!
A morena solta uma pequena risada, o que me faz rir também, ao sair do banheiro vejo minha mãe escorada no portão da escola, parecia irritada, enquanto isso encarava Raven de baixo a cima, não posso discordar, ela chamava muito atenção, sua pele clara com pouca maquiagem, que era substituída por uma delineado grotesco e alguns piercing's, seu cabelo negro jogado todo para um lado enquanto o outro era raspado, sua vestimenta preta com tamancos pretos de cano alto e fivelas grossas, isso tudo era muito irônico, dizia que não gostava de chamar atenção, mas gosta de receber elogios mas mesmo assim nunca se ganhou de nada. Dou um abraço nela e em Ichiro é vou até minha mãe, mais da metade do caminho ouso um grito.
- Tchau Barbie! - Exclamou Raven.
Não olhei para trás, nem respondi, tudo o que fiz foi fazer um pequeno gesto com a mão.
Passo por minha mãe sorrindo, ela me segura pela mão e atravessa a rua comigo, entro no carro ao lado do assento do motorista.
Minha mãe entrou e segurou no volante, não colocou o cinto, não deu partida no carro, nem se quer olhou para mim, apenas ficou olhando para frente e respirando fundo - engulo seco -, alguma discussão ou discurso estava para ser feito, só estava preocupada a onde isso iria chegar, ela faz um movimento com a cabeça, como se estivesse negando algo, coloca o cinto e da partida no carro - bizarro.
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Devoradora De Almas
Horrorenvenenada e morta pelos próprios pais que desejavam torná-la uma Santa na igreja católica, para que possa ser aclamada e admirada pelos fiéis. James agora busca vingança, e ninguém está a salvo.