Fire Goddess | Carlisle Cullen

32. Race

RAYRA SWAN

A cena seguinte foi o completo caos. Tudo o que queríamos evitar. Porém mataram um dos nossos, mataram o meu homem e agora vão pagar por isso.

Deixei que o fogo se manifestasse pelo meu corpo, se transformando em uma cobertura ardente, não pude deixar de notar as expressões espantadas nos olhos do inimigo.  

Os dardos de fogo se transformaram em minhas mãos e com precisão eu os lancei nos vampiros a minha frente, os assistindo serem tomados pelo fogo da minha ira. Não pude desfrutar do gosto da vingança por muito tempo, havia muitos deles para queimar.

— O que ela é? — Ouvi a voz temerosa de Jane no mesmo instante que a encarei com ódio mortal exalando.

— Não sei... Uma espécie de... Deusa do fogo. — Alec respondeu no mesmo tom de voz. Eu sorri. Sorri pelo seu temor. Sorri pelas suas caras assustadas. E sorri pois eu poderia facilmente acabar com todos.

— Rayra? — Senti meu corpo sendo balançado me tirando dos pensamentos ruins em um baque. — Acabou. Você está bem?

Ergui o rosto e rapidamente uma sensação de alívio tomou conta de mim vendo Carlisle em minha frente, intacto e sorrindo. Imediatamente sorri, percebendo que me deixei levar pelos pensamentos e imaginação. Olhei para o lado, as crianças estavam ali, sorrindo.

— Está realmente acabado? — Sussurrei olhando para frente, percebendo que não havia nenhum membro da guarda presente. Edward respondeu.

— Sim. Eles desistiram. Como todos os valentões, eles são covardes embaixo daquela pose. — Ele gargalhou. Alice riu com ele.

— Sério, gente. Eles não vão voltar. Todos podem relaxar agora.

Houve outro minuto de silêncio.

Então a ficha caiu.

Gritos de alegria surgiram. Rosnados ensurdecedores encheram a clareira. Maggie saltou nas costas de Siobhan. Benjamin e Tia estavam trancados nos braços um do outros, assim como Carmen e Eleazar.  Carlisle agradeceu aos Sul americanos recém chegados que haviam nos salvado. Zafrina ficou mais perto de Senna, as pontas de seus dedos se tocando. Garrett tirou Kate do chão e a rodou num círculo. Stefan cuspiu na neve. Vladimir apertou os dentes com uma expressão amargurada. E eu meio que escalei o lobo para arrancar meu filho de suas costas e então a apertei contra meu peito. Os braços de Carlisle estavam ao nosso redor no mesmo segundo.

— Vamos ficar com vocês titia? — Nessie quis saber se aproximando de nós de mãos dadas com Edward.

— Pra sempre. — Prometi pra ela abrindo os braços para poder lhe abraçar também.

Nós tínhamos a eternidade.

*

Parada antes da linha de partida, observei através do vidro os carros de Emmett e Jasper pararem ao meu lado, suspirei, voltei meu olhar para a frente olhando Riley segurar um pano verde.

Hoje posso finalmente cumprir o que falei a anos atrás, quando conheci os Cullen. Vencer Jasper e Emmett em uma corrida. E aproveitando que as crianças, agora as mais novas com seus oito anos de idade, estão na escola, para poder deixar eles comendo poeira.

— Vocês estão prontos? — Os roncos dos motores foram as respostas. Ele ergueu a mão, balançou o pano e deu a largada.

Pisei no acelerador ouvindo o cantar dos pneus, a gravidade fez parecer que eu estava voando, a adrenalina me fez sentir viva de novo, e a loucura de tudo aquilo me fez sentir que só existia eu, o meu carro e a pista para dominar.

Logo peguei a frente, fechando todos os possíveis caminhos de ultrapassagem dos dois. O carro derrapou quando fiz a curva evitando os freios, acertei a direção na reta e sorri embriagada com a velocidade. Um Maserati MC20 faz loucuras.

Outra curva vinha mais à frente e nessa eu parei de sorrir, ódio me consumiu quando Emmett pegou a frente e Jasper estava quase me ultrapassando também. Mordi os lábios, consegui alcançar o que estava na frente e pouco tempo depois, lado a lado os carros corriam, uma hora eu estava a frente, outra ele estava. Mais uma curva o favoreceu que continuasse na liderança.

Mas você não vai ganhar essa corrida mesmo, Emm.

Lá na frente enxerguei a linha de chegada, pisei mais fundo no acelerador e novamente fiquei ao seu lado, pisei de novo, passei em sua frente, fiz o carro derrapar o girando, engatei a ré e sorri olhando o vidro fumê como se tivesse olhando nos seus olhos, por fim cheguei em primeiríssimo lugar.

— Isso! — Bati a mão no volante comemorando, freei o carro vendo eles pararem ao meu lado. Abrimos as portas no mesmo momento e saímos ouvindo os gritos dos outros que nos assistiam.  — Gostaram de comer poeira? — Me escorei no capô do carro zombando de suas caras.

— Vou querer revanche. — Emmett apontou o dedo em minha direção caminhando até Rosalie.

— Como quiser Emm.

— Essa corrida foi roubada. — Jasper reclamou me fazendo gargalhar.

— Ou então vocês que são ruins de direção mesmo.

Ganhar na liderança desde o princípio é bom, mas ganhar ultrapassando nos últimos segundos é melhor ainda.

— Carlisle não apareceu? — Perguntei ao notar sua ausência.

— Ele não saiu do escritório nem por um minuto. — Alice respondeu me dando um olhar que entendi o recado em segundos.

Entrei na mansão atravessando a sala, dei três toques na porta e girei a maçaneta adentrando o local vendo seu corpo rígido na cadeira, os olhos concentrados em um livro em suas mãos. Me aproximei abraçando seus ombros por trás.

— Posso saber o que meu marido está fazendo? — Tirei sua atenção por alguns segundos do livro, ele sorriu e voltou os olhos para as páginas, mas explicou.

— Terei que fazer uma cirurgia. Estou pesquisando métodos, ou alguma coisa relacionada ao caso, mas pelo visto não houve nenhuma cirurgia desse tipo. — Sua expressão demonstrava preocupação.

— E que cirurgia é essa?

— Eles querem que eu faça uma cirurgia de separação de gêmeas siamesas, unidas pela cabeça. Essa cirurgia é de alto risco. — Coçou a cabeça demonstrando o quão cansado estava. — E não tem nada que me ajude a ter ideia de não tornar isso um fracasso.

— Meu amor. — Toquei seu rosto erguendo para cima, fazendo com que me encarasse. — Fique tranquilo, o hospital não te colocaria nesse caso se você não fosse capaz de realizá-lo. Vai dar tudo certo.  Confie em você.  — Sorri reconfortante tirando o livro de sua mão o colocando em cima da mesa, me sentei em seu colo abraçando seu pescoço. — Eu confio.

— Obrigado por acreditar em mim.

— Sempre. Meu Doutor. — Sussurrei antes de beijá-lo.

_________________________________________________

Reta final. Omgggggggg...

Lis Miller