Cap 21 - Dramas familiares

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Morana

Depois dos dramas familiares expostos no almoço, convidei a todos para uma cavalgada, convidar é uma maneira sutil para dizer que os intimei. Estamos nos vestindo e pegando os equipamentos necessários. Temos montaria para todos, afinal Elijah tem uma paixão por reprodução de cavalos, possui os melhores garanhões e éguas me arrisco em dizer da América, o único defeito é que ele quase nunca quer vender as crias, o que segundo ele acabam se mostrando animais excepcionais, eu acredito, tiro pela minha linda égua Plotika. Termino de calçar minhas botas, sentada nos últimos degraus da escada, levanto e vou em direção a porta da frente. - Esse sol todo não faz bem para pele! - Rebekah me acompanha ficando ao meu lado. Me espanto ao ver sua roupa de montaria, uma saia rodada branca, que certamente deixará sua calcinha a amostra assim que sentar em sua sela. - Bem, não creio que é uma vestimenta apropriada para uma montaria. - ela se olha e volta a atenção para mim. - Não trouxe nada de poliéster, algodão ou nada que seja apropriando para o hipismo. - resmunga sem demonstrar nenhum interesse na atividade que vamos fazer. Com minha mão direita faço uma meia lua no ar, rodando-a em sentido anti horário, fechando os dedos ao finalizar o movimento, isso faz a saia de Rebekah se transformar em uma calça de hipismo, branca e apertada. - Problema resolvido! - digo sorrindo. - ela se olha. - Preferia a saia! - fala seca. Vejo Sebastian vindo em direção da porta de entrada, também para sair, para ao nosso lado. - Morana, será que posso falar com você a sós? - olha gentilmente para Rebekah. - As pessoas dessa família estão cada vez mais sem modos! - ela sai resmungando, não consigo não rir, volto a olhar para Sebastian. - Sebastian, faz tanto tempo que não conversamos, depois de tudo que aconteceu não tivemos mais oportunidade de sentar e conversar. - ele sorrir levemente, mas percebo que é só por educação, a maneira como seus ombros estão rígidos me faz pensar que está preocupado com algo. - No entanto, estou te achando inquieto, o que há? - cruzo os braços sobre o peito. - Por favor não cruze os braços, fica muito rígida quando faz isso. - acho que seu comentário é para suavizar a ele e não a mim. Fica me encarando, como se estivesse criado coragem. - Morana eu queria... - suspira, mas confesso que a essa altura já estou curiosa. - ... sabe que sou muito grato a vocês, você, seu pai, o Alec, Jace... vocês tem me ajudado bastante a recomeçar, a me adaptar com tudo isso, ainda é novo para mim, a universidade e o meu emprego na joalheria como artesão, tudo isso me fez ver que fiz a melhor escolha em decidir ficar... - o que me surpreende é ele não ter tocado no nome da Ruby, pelo fato deles estarem próximos. - ... eu não tenho palavras para agradecer a você, sei também que não posso te pedir mais nada, mas, mesmo assim vou fazer e por sermos amigos não posso adiar mais... - embora saiba exatamente o que ele vai dizer, espero pacientemente que ele fale com sua próprias palavras. -... Morana, a Ruby e eu... Nós... Eu queria que você soubesse que eu estou namorando a Ruby.  - acho que ele estava esperando espanto, ou rejeição da minha parte. - Eu fico muito feliz por vocês. - abro um amplo sorriso, e agora ele quem parece espantado. - Você fica? - estreita as sobrancelhas. - Claro que fico, você certamente vai conseguir fazê-la feliz e ela vai te fazer se adaptar a tudo, rapidamente. - fica mais tranquilo, ambos estamos sorrindo. - E sobre o pedido... - me olha sem ter certeza se vou fazer o que quer. - É que o Elijah, não tem muita simpatia por mim, eu queria pedir a sua ajuda para contar a ele sobre o nosso relacionamento. - Elijah realmente vai reagir muito mal a isso. - Tudo bem, eu ajudo, mas, Seb, eu preciso de tempo, para poder preparar o Elijah, fazê-lo ver que a Ruby não é mais uma garotinha. - ele concorda. - Tudo bem! - pego em sua mão e aperto. - Sejam discretos, por favor! - quase imploro. - Eu prometo. - não consegue esconder sua felicidade. - Então vamos, que já estão nos esperando. - vamos em direção aos estábulos para nos juntarmos com os outros, todos já estão em suas montarias. - Pensei que havia desistido do passeio! - Freya zomba do meu atraso. - De jeito nenhum. - subo na Plotika e partimos. A imensidão dos campos verdes me fazem querer parar o tempo, nesse exato momento, dou um comando a minha égua e começo a galopar, me afastando dos outros. - Prece que está no mundo da lua Ana! - Davina se aproxima de mim em seu cavalo. - Eu amo a natureza Davina, esqueço de todo o resto. - começo a ouvir as águas da cachoeira. - É realmente lindo. - diz olhando em volta, os outros vem mais trás. apeo da montaria e amarro Plotika em um galho numa enorme árvore que fica ao lado da cachoeira. Viro para a margem e vejo a água correr. - Não me diga que vai nos fazer pescar. - meu pai solta seu veneno cotidiano. - Claro que não vamos pescar, já basta aqueles três dias que passou com o Cosimo de Médici e não pegaram nada. - só me dou conta do que disse quando vejo os olhos estreitos de todos em mim, inclusive do meu pai e do Elijah, mas sei que eles dois me olham como se eu tivesse cometido um deslize. - E como sabe disso? - minha mãe pergunta. - Eu... eu disse a ela. - meu pai tenta remediar, mesmo que o argumento não seja forte eles parecem comprar. - Venha filha,  vamos estender a toalha do piquenique. - chamo Ruby. - Eu vou ajudar! - Keelin vem connosco. - Vamos torrar nesse sol! - Kol se joga ficando deitado sobre a toalha que acabo de estender no chão. - Pode se refrescar na cachoeira. - digo tirando algumas guloseimas da cesta, dentre elas alguns que eu mesmo fiz, Kol pega um donut. - Ei! - dou um tapa em sua mão. - Que isso sobrinha, não vai me negar doce ne? - dá seu melhor sorriso de patife. - Só um. - termino de arrumar as coisas na bandeja. - Podemos dar uma volta? - Elijah estende a mão para mim, a pego e me levanto da toalha, começamos a caminhar a beira da cachoeira. - Está linda com essa roupa de hipismo. - dou um giro me gabando. - Você parece uma bonequinha de porcelana. - me pega pela mão e me puxa para entre as árvores. - Elijah! - digo em surpresa. Ele me prende entre uma arvore e me beija voraz. - Elijah, todos estão logo ali! - digo quando ele dá atenção ao meu pescoço, ele me olha sorrindo. Ouvimos um barulho logo mais adiante de onde estamos, como se estivesse alguém ali, olhamos, como não vemos ninguém voltamos nossas atenções um ao outro, ouvimos novamente as folhas do chão sendo pisadas, Elijah me deixa onde estou e caminha em direção ao barulho. - O que é isso? tira suas mãos dela agora! - Elijah puxa algo de detrás da árvore, é Ruby, ele arrasta a menina pelo braço, usa sua velocidade de vampiro, quando vejo ele já tem a colocado em seu cavalo e também está montado, sai disparado rumo a casa. - Morana! - Sebastian sai detrás da árvore onde Ruby estava. - Sebastian! - digo num suspiro. - Ele viu a gente se beijando! - olha em direção de onde Elijah saiu. - Sebastian, eu não disse para serem discreto? - não poderia ter pior maneira dele descobrir. - Morana, não deixe nada acontecer com ela, eu te peço. - reviro os olhos. - Eu disse que ia te ajudar, não disse? - olho ao longe e uso minha visão de deusa, vejo Elijah de galope com Ruby esperneando. - Venha para mim. - sussurro. O cavalo me ouve, para e dá meia volta. Logo para em minha frente, tiro Ruby da sela do cavalo levitando e a coloco no chão. - Não se atreva a encostar na minha filha! - Ruby vem para atrás de mim, Elijah salta da sela e para em minha frente, acho que ele nunca me olhou com a raiva que está me olhando agora.

Chamas do Destino - Sangue Mikaelson (Liv 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora