Morana
Sou arrastada feito uma prisioneira para o Olimpo, fico diante da corte cerimonial, no qual os deuses do Olimpo vão julgar minhas transgressões. Todos sentados em seus tronos de ouro, que formam uma meia lua, sendo Zeus a fica no centro, a sua direita vem Poseidon, Hera, Ares, Hermes, Artemis, Afrodite, e Hefesto. A esquerda de Zeus estão Hades, Atena, Apolo, Dionísio e Deméter. Existe uma cadeira vazia, a minha. Hades apesar de não morar no Olimpo tem seu lugar na corte Olimpiana. - Sabe o motivo de está aqui? - Zeus toma sua postura mais formal. Fico em silêncio. Os olhos sobre mim, alguns me julgando e outros com pena. - Nossa lei mais absoluta é não interferir nos assuntos mundanos, todos são proibidos de fazer isso, você é a única exceção, ao decidir revelar sua identidade você expôs todos nós, e agora seu segredo foi revelado e uma cidade inteira sabe de nossa existência, isso é inaceitável. - Não deixo os olhos de Zeus enquanto ele fala. - Suas ações foram imprudentes, suas escolhas longe demais. - Hera ajuda ao marido. Não me surpreende, Hera extrai sua força vital dos ancestrais, e nova Orleans é a cidade mais ancestral que existe, não é muito difícil adivinhar quem foi responsável por me expor, se assim posso dizer. - Apesar disso, ainda me traiu, ao me fazer acreditar que tinha esquecido de sua memória de deusa, tamanha foi minha surpresa ao ouvir os rumores que você lembrava de tudo. - ele faz cara de quem foi enganado. - Sabe que eu jamais concordaria com isso, não precisa fazer cara de surpresa. - meu tom é um pouco arrogante, confesso. - O que tem a dizer em sua defesa? - Zeus pergunta. - Creio que não preciso de uma defesa, a maneira como me arrastaram até aqui, sem um convite formal ou sem sequer eu vir livremente já deixa explicito que isso não é um julgamento e sim uma condenação, não importa o que eu diga, sua opinião já está formada. - ambos sabemos que é verdade, Zeus olha para Poseidon e Logo depois para Hades, ambos são seus fiéis conselheiros, bom, quando seu temperamento está razoável, do contrário, não lembra da existência da palavra razão. - Ao escolher os mundanos você nos desonrou, os tornou superiores a nós. - Apolo se pronuncia, olho em sua direção. - Sabe exatamente qual é a punição para quem nos expomos. - Deméter diz em tom baixo, quase triste. - É o banimento para o esquecimento. - Artemis completa. - Estão querendo fazer disso mais do que é! - Dionísio sorrir em deboche, acho que é um dos mais sensatos aqui presente. - Hécate sempre foi razoável, devemos levar isso em conta! - Atena tenta dividir opiniões, mas conhecendo a todos a milênios sei que justiça é uma palavra pouco usada entre as divindades. - Todos nós já estivemos ao menos uma vez na posição que Hécate se encontra, já fomos expostos! - Atena continua. - E resultados catastróficos partiram disso. - Hera rebate. Por mais fama que tenhamos de sermos violentos e impiedosos, nosso primeiro lado é resolver sempre sem conflito diretamente, pois poderíamos destruir a humanidade apenas com um gesto de mão, nossos poderes nos permite isso, por essa razão é proibido interferir nos assuntos mundanos, se escolhêssemos um dos lados em um conflito o outro não teria nenhuma chance. - Sabemos que um simples feitiço do esquecimento é suficiente para resolver tudo isso! - Hermes me da um leve sorriso, após expressar sua opinião. - Banimento Artemis? Onde estamos? Na titanomaquia? - Afrodite revira os olhos, enquanto bate seus dedos compassadamente no braço de sua cadeira. - Ela é uma de nós! - Hefesto olha para Zeus porém aponta para mim. - Nunca pensei em dizer isso, mas, Hefesto está certo. - Ares levanta. - Cale a boca infeliz! - Hefesto ergue a voz ao se levantar também, os dois nunca se entenderam depois do ocorrido com Afrodite. - Se enganam se por um momento acharam que eu permitirei que façam qualquer mau contra os Mikaelson. Quanto aos outros basta apagar a memória. - Os olhos presentes vão para Zeus, todos esperando seu veredito, ao assumir o papel que exerce nessa côrte. - Porque acha que permitiríamos eles saírem ilesos? - sua arrogância nunca me foi um problema, porém começo a rever essa questão. - Eles espalham caos e desordem por onde passam, sangue inundam seus passos, inocentes perdem suas vidas... - ele não pode está falando sério. - Deixemos de lado a hipocrisia pai. - Ares olha fixo para Zeus. - Todos aqui me julgam por minhas mãos encharcadas de sangue, sangue esse dos nossos inimigos, eu luto minhas guerras sim, mas já lutei sob ordem de cada um de vocês, inclusive de você, Atena, meu pai nem se fala, mas Hécate nunca precisou de um executor, ela sempre fez o trabalho sujo quando preciso, agora, pai, você vir falar sobre derramamento de sangue? É baixo até para você. - Ares é um guerreiro distinto, mas sabe ser justo também. - Não ouse falar dessa forma comigo, seu moleque! - Zeus começa a mostrar seu temperamento tempestuoso. - Me ouça... - esse é meu limite. - Ouça você... - o interrompo, minha voz é grave, metalizada. - Eu não sou sua inimiga... - olho ao meu redor. -... de nenhum de vocês... - minha voz continua grave, meus olhos ficam todo branco. - ... eu os advirto a me tratar como tal, esquecem que nunca escolhi exercer meu poder de superioridade que tenho sobre vocês, mesmo quando vocês erram comigo... - consigo os amedrontar. - ... Vocês governam Mar... - olho para Poseidon. -... Céus... - meu olhos vão para Zeus. - ... Submundo ... - Hades sorrir, ele sempre quis que eu colocassem os arrogantes deuses, como ele costuma chamar em seus devidos lugares. - ... Mas eu, eu tenho controle sobre os mares, os céus, o submundo, tenho poder sobre as florestas, a terra... - uma chama de poder inunda todo meu corpo. - ... Eu sou o sal dos mares, as nuvens dos céus, o fogo do submundo, o vento das árvores, os nutrientes da terra, a lua em uma noite escura, o calor do sol em um dia frio. Ninguém vai me dizer o que é proibido ou permitido para mim, eu não respeito as regras, eu as faço, então para mim elas não se aplicam. - Olho para Hera. - Eu os pergunto, quem se opõe a isso? quem se opõe a mim? - ninguém se manifesta, ficam em silêncio olhando em minha direção. - Melhor assim, essa é uma questão somente minha, então deixem que eu resolvo, pois já provei mais de uma vez que sou merecedora da confiança de cada um de vocês. - ao finalizar vejo alguns sorrindo, outros estão furiosos. Zeus claramente percebe agora que cometeu uma grande falta comigo ao se aliar a sua esposa, pois vê que a aliança que tinha comigo acaba de se desfazer. Volto ao meu eu normal, mas de certa forma permaneço diferente, pois o que acabo de fazer só gerará mais atrito em minha relação com os Olimpianos, que com exceção de algumas não é lá muito boa. Olho séria para Zeus, que me retribui o olhar, faça uma leve reverencia e ele faz o mesmo, isso marca que ambos estamos satisfeitos e que apesar de compartilharmos de pensamentos divergentes nada muda em nossa relação, assim, absorvida de minhas acusações volto para minha família com um gesto de mão, com um piscar de olhos, troco uma sala com olhos de deuses me julgando para uma sala com olhares de parentes confusos me julgando. - Acho que tem muito para explicar. - minha mãe diz. Olho para Elijah e meu pai. - É melhor sentarem. - digo a todos.
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Chamas do Destino - Sangue Mikaelson (Liv 02)
Hayran KurguAnos se passaram, Morana e Elijah seguem juntos, criando seus filhos, vivendo suas vidas, mas quem disse que viveram felizes para sempre? Forças sobrenaturais conspiram contra essa felicidade, gerando intriga, ciúmes e dúvidas, colocando dia após o...