As Terras Demoníacas

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Há tempos sábios diziam que aquele lugar não era tocado por nenhum deus em todo o panteão, em suma Luxavat, a deusa da luz e da abundância. Era dito que região era um lugar único onde fora conspurcada por forças sombrias e que tudo de mal do mundo habitavam aquele pedaço de terra maldito que era conhecido como Brumas Sombrias.

Um lugar onde não havia o caloroso toque do sol, onde cinzas brancas eternas tomavam a paisagem junto das árvores negras retorcidas. Uma eterna umbra que nunca cessará, o lugar está condenado a calamidade.

Ninguém sabia exatamente o porque do lugar ser assim, mas uma coisa era certa. É de lá que eles vinham. As abominações que vagavam deixando um rastro de destruição, as abominações que desprezavam toda a vida que não a delas, as abominações que serviam de contos tenebrosos para as crianças se comportarem, as bestas aberrantes que todos temiam. Os demônios.

Na paisagem escura e sem cor que era as Brumas Sombrias uma revelação aconteceu. As nuvens de poeira se desfizeram à medida que os raios solares tocavam as terras pela primeira vez, uma onda de luz invadiu a paisagem como uma rajada de puro poder. Esse breve momento iluminou toda a região por uma fração de segundos, mas a escuridão tomou conta novamente.

Éter acordou com um grito de dor. Não sabendo onde estava e nem do estado onde seu corpo se encontrava. Apenas uma dor latente o manteve acordado enquanto o homem processava o que estava acontecendo. Ele observou seu arredores com cuidado e contemplou a paisagem do inferno branco e preto frente a ele.

Mas antes de qualquer pensamento sobre o lugar, seus receptores de dor o lembraram que algo estava errado em seu corpo. Ele olhou para suas pernas, que estavam destroçadas e retorcidas completamente e as diversas fraturas expostas estavam rasgando sua pele cada vez mais. Um de seus braços estava pintado completamente de vermelho e com diversos buracos estranhos na carne, e seu ombro estava empalado por um galho. Os ferimentos causados pelos assassinos ainda ardiam em sua carne cada vez mais.

Uma visão excruciante que faria qualquer um gritar do mais puro desespero.

Éter cerrou os dentes aguentando a dor o máximo possível naquela situação, se ele fosse um aldeão qualquer ele já teria morrido apenas com a dor. Com muito cuidado ele tocou seu ombro e começou a concentrar para canalizar suas energias e performar os milagres que ele era capaz.

Um brilho cinza e opaco foi emitido pela sua mão a medida que ele tocava seu braço ferido, com um momento de hesitação ele encarou isso com confusão, porém o efeito esperado foi realizado com sucesso. As feridas de seu braço foram fechadas completamente com um jorro de sangue sujo sendo expulso de seu sistema, assim como a dor aliviando grandemente. Ele então procedeu a usar seu novo bom braço para retirar o galho de seu ombro com uma puxada brusca e rápida, seguida de um grunhido de dor e um toque curativo.

Ele então encarou suas pernas destruídas com genuína pena de si mesmo e começou a realinhar o que restou. Ele puxou e empurrou ignorando o estalares e sons de quebraduras que vinham acompanhadas da dor latente. Depois de tomar um tempo para respirar, mais um prolongado toque de cura foi realizado em cada uma das pernas feridas. A visão bizarra da carne sendo consertada, tendões restaurados e os fragmentos de ossos velhos sendo expulsos do corpo era grotesca demais, mas isso não abalou o homem conforme ele se levantava com cuidado.

- Droga... - Ele disse com um longo e alto suspiro aliado e relaxando seu corpo finalmente. O frio do ambiente foi revelado a ele com a condensação de sua respiração no ar, fazendo sua atenção voltar ao ambiente de novo. - ... Então esse lugar é a infame Brumas Sombrias...

A tensão que ele sentia era evidente, ele claramente estava cansado depois de usar suas energias para se restaurar, ao mesmo tempo que estava nu e mesmo procurando em seus arredores sua espada não era avisada. Com amargurada e remorso ele deu como um caso perdido e se afastou de todo aquele sangue.

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