Capítulo 5

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Carolina

Entro em casa me deparo Juliana e Julia, que estão assistindo algo na tv. Assim que me vê Juliana levanta do sofá e vem em minha direção. Já se passavam das seis da noite e eu sabia que uma chuva de perguntas me atingiria.

— Onde você estava? — Pergunta direta.

— Eu te mandei mensagem falando que estava dando umas voltas pelo centro. — Digo.

— Eu sei, mas achei estranho porque você sempre vem direto para casa depois da fisioterapia.

— Eu quis espairecer um pouco.

— Pelo jeito espaireceu bastante, pois já são quase sete da noite. Em quais lugares você foi? — pergunta curiosa

— Fui ao Saara, depois descobri que estava tendo uma exposição de Monet no Boulevard Olímpico e decidi ir assistir. Depois resolvi ficar por ali um pouco apenas apreciando a vista. — minto.

— Você foi no Saara e não comprou nada? — Pergunta astuta, mas Julia se manifesta.

— Que interrogatório é esse, Juliana? Deixa a Carol respirar. — Diz rindo.

— Desculpa, eu só fiquei preocupada. — Responde.

— Eu sei que sim e agradeço pela sua preocupação comigo. — Digo sincera.

— Não vou mais te incomodar com perguntas. Agora me diga se você se alimentou direito. Nós compramos uma pizza e estamos assistindo uma nova série. Vem sentar conosco.

Minha vontade era correr para o quarto e pensar em tudo o que aconteceu entre mim e Tiago, mas não tinha como fazer isso com toda aquela atenção em cima de mim.

— Aceito a pizza, mas recuso a série. — Digo e Juliana sorri.

Sento-me ao lado de Júlia e começamos conversar. Pergunto pelo meu pai e Juliana responde que ele foi na casa dos meus avós verificar como estava a adaptação do meu avô com as cuidadoras que ele havia contratado.

Fiquei ali conversando com elas por uns 30 minutos até finalmente ir em direção ao meu quarto. Eu aparentava tranquilidade, mas minha mente era um mar revolto.

Assim que entro no quarto me desfaço da minha roupa e vou em direção ao banho. Quando a água quente toca o meu corpo, o relaxamento é imediato. Inevitavelmente, lembranças do que aconteceu há poucas horas entre mim e Tiago invadem a minha mente tentando processar tudo o que havia acontecido.

Até então era uma sexta-feira comum, havia ido para fisioterapia e estava feliz por ser liberada para malhar, é claro que eu deveria pegar leve com os exercícios das pernas, mas só em poder voltar a frequentar a academia já levantava o meu humor. Era bom poder voltar a minha rotina.

Sai da fisioterapia feliz e já planejando me matricular no dia seguinte na academia que a Julia estava frequentando. Estava na calçada esperando o uber para voltar para casa quando me deparei com Tiago. Relutei muito para entrar no carro dele, mas no final acabei cedendo. Ainda me sentia mal pelo que eu percebi no dia em que estive em seu escritório, por perceber que minha presença o incomodava.

No dia anterior foi aniversário dele e inventei que estava me sentindo mal para não ir. Uma atitude infantil confesso, mas era assim que eu agia quando ficava chateada. Penso que minha decepção maior foi pelo fato de ter imaginado que ele e eu teríamos uma grande amizade. Um grande erro, devo dizer, pois, Tiago e eu não tínhamos nada em comum.

O caminho até a Barra havia sido relativamente tranquilo até ele dizer que me levaria para o seu apartamento porque precisávamos conversar. Na mesma hora rebati, mas não tinha muito o que fazer a não ser acompanhá-lo. Se eu imaginasse tudo o que seguiria eu não teria entrado no carro dele.

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