Gente, esse é um primeiro capítulo para ver se vocês curtem a história. Não tem nada a ver com vôlei, a história iria perder muito sentido se fosse adaptar o esporte e tudo mais e daria muito mais trabalho.
Eu também não perdi muito tempo na revisão para esse primeiro, tento ser mais cuidadosa nos próximos.
Ah, aqui misturei personagens de diversos países, só para mudar um pouco o padrão das fics que a gente lê normalmente. É isso, se gostarem eu volto.
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"Você levou uma grande pancada lá fora hoje à noite. Você pode falar para a gente sobre como organizar o time novamente depois do que aconteceu?" perguntou David da NBC, segurando seu gravador perto de Sheilla.
"Bem", Sheilla riu, colocando o saco de gelo enrolado no ombro. "Acho que os canadenses perderam o aviso sobre este ser um jogo amigável. Mas não foi difícil voltar para o jogo. Esperávamos que elas fossem vir com sangue nos olhos hoje à noite".
"A rivalidade entre as duas equipes é provavelmente a maior disputa na história do hóquei feminino. O que você espera nestes próximos Jogos Olímpicos?"
Sheilla tomou um gole de sua bebida de recuperação, pensando com cuidado suas próximas palavras.
A rivalidade entre o Canadá e os Estados Unidos em qualquer esporte já era épica por si só. Mas, no gelo, entre as mulheres que dividiam equipes colegiadas e equipes profissionais, a rivalidade foi além disso.
Era simplesmente lendário.Nas Olimpíadas de Sochi, em 2014, os canadenses lutaram de 2 a 0 para vencer os EUA por 3 a 2 nos acréscimos. Sheilla teve que assistir suas companheiras de equipe caírem no gelo após a derrota quando o Canadá marcou o gol final. O Canadá garantiu um pênalti e a culpa não foi dela. Foi um cruzamento de merda que deu o poder para as canadenses conseguirem o gol. Mas Sheilla carregou o peso da decepção em seus ombros enquanto voltava para a Universidade de Boston. O gosto amargo e a medalha de prata a ajudaram a ganhar o Campeonato Nacional no ano passado para os Terriers.
Em PyeongChang, quatro anos depois, os Estados Unidos se vingaram e ganharam o Ouro. Sheilla marcou duas vezes naquele jogo e patinou no ringue com a bandeira de seu país ao redor dos ombros.
Dois anos mais tarde, ela conseguiu repetir o feito no Campeonato Mundial de 2020 e a vitória contra o Canadá foi garantida. Por isso, ela tinha certeza de que essa era a razão por trás do comportamento brutal do Canadá esta noite.
"Eu espero ouro, David", Sheilla sorriu, confiante em si mesma e em sua equipe. "O Canadá é uma equipe sólida, mas, como mostramos esta noite, elas não vão nos pegar desprevenidas. Vamos atrás do Ouro novamente".
"Boa sorte, Sheilla, com certeza vai ser um espetáculo que todos vão querer assistir!"
David riu, puxando seu microfone para longe dela e desligando seu gravador."Muito obrigada", Sheilla disse, pegando sua bebida e levantando da cadeira.
"Obrigado pelo seu tempo. Você foi bem menos brusca do que a Guimarães foi", David brincou enquanto organizava suas coisas.
"Ela está um pouco irritada depois de não conseguir marcar", Sheilla riu. "Sempre foi assim, mesmo em Boston. Ela quebrou nosso stick no último ano quando bateu na trave no final do Campeonato NCAA e deu a vitória para o meu time, os Terriers".
"Se ela estiver tão irritada depois de um empate, vou ficar intimidado se tiver que entrevistá-la depois de uma derrota, sorriu David.
"Comece então a se preparar mentalmente para o jogo da medalha de ouro. Ela vai te dar trabalho", disse Sheilla com um sorriso.
"Eu amo sua confiança", respondeu David. "Obrigado novamente pela entrevista".
Sheilla concordou com a cabeça e agarrou sua bolsa e seu equipamento do chão da arena de hóquei. Se afastou da área designada para os jornalistas e precisou ajeitar sua bolsa no ombro, que parecia doer ainda mais por causa do peso.
Ela caminhou pela arena do Lago Plácido em direção ao estacionamento, passando por alguns administradores da Equipe EUA dando tchau e mandando beijinhos. Ela se despediu de algumas meninas do time e saiu pela porta dos fundos, encontrando com mais cartazes e torcedores, tudo decorado com as cores vermelha, branco e azul.
"Sheilla!" uma menina chamou, segurando seu cartaz com as palavras "Você é nossa rainha americana" escritas com letra de criança.
Com um sorriso, Sheilla colocou sua bolsa no chão e manteve seu stick na mão. Ela deu o equipamento para a menina segurar enquanto pegava a caneta que antes estava em sua mão para assinar o cartaz.
O apelido "Rainha Americana" tinha começado no Campeonato Mundial de 2016 e as pessoas nunca mais pararam de usar. Ela nem sabia de onde tinha começado, mas agora ela ouvia o eco ao redor dos estádios sempre que ela patinava pelos Estados Unidos.
"Obrigada por ter vindo assistir, criança", Sheilla sorriu, entregando o cartaz de volta para a menina.
"Você... será que você pode me dar isso?" a menina gaguejou, olhando para o bastão de hóquei em sua mão.
"Cuide bem dele, está bem?" Sheilla acenou com a cabeça enquanto pegava sua bolsa novamente.
"Oh meu Deus", a menina sussurrou enquanto abraçava a própria mãe.
"Todos saúdem a Rainha!", um enorme grupo de fãs bagunceiros começou a cantar enquanto Sheilla continuava a andar.
Sheilla riu e acenou para os fãs enquanto andava em direção ao ônibus.
"Droga, isso dói", Sheilla suspirou enquanto afundava no banco ao lado de sua amiga, Thaisa. "Ela me empurrou direto para as bordas, sem nenhum aviso. Vou ficar sentindo essa dor a semana toda."
"E isso que era um jogo amigável", disse Thaisa, entregando para Sheilla um saco de Pretzels. "Acho que eu gostava da Equipe Canadá antes da volta da Drews".
"Ela é um pesadelo", reclamou Sheilla enquanto girava o braço e gemendo de dor novamente.
"Acho que a Equipe Canadá gostava mais da Equipe Canadá sem a Drews", Gattaz disse rindo do seu lugar no onibus na frente de Thaisa e Sheilla.
"Você acha, Carol?" perguntou Thaisa.
"Rosa e eu dormimos na mesma cama. Nossa conversa antes de dormir é fofoca de equipe. Edifica o relacionamento.", sorriu Gattaz, ficando em pé no banco para olhar para suas amigas.
"Que romântico", brincou Sheilla, que fez com que Thaisa risse também.
"Ela é o amuleto de má sorte deles", dizia Gattaz enquanto tentava pegar um pretzel.
"Compra o seu!", reclamou Sheilla enquanto tirava o saco de perto de Carol.
"Sheillinha, eu sou sua única fonte de fofoca e estou morrendo de fome," Gattaz falou enquanto fazia um biquinho.
"Eu não to nem ai para essas fofocas, especialmente sobre as canadenses", Sheilla disse marrenta.
"Mas eu ligo!" Thaisa disse enquanto tirava outro saco da bolsa entregando nas mãos da Carol.
"Certo, então... Drews e Gabi tinham uma certa amizade colorida, mas com sentimentos. Ela saiu por causa de uma lesão, mas agora está de volta e com um anel de noivado no dedo. Então a equipe inteira culpa ela por Gabriela não estar conseguindo jogar direito", Gattaz sussurrou para as meninas, apenas parando para morder o pretzel.
Sheilla deu uma risada irônica enquanto ajeitava o gelo no ombro. "É por isso que você não mexe com o que acontece no gelo. Mantenha a sua vida fora da arena".
"Acontece que elas tiveram uma briga há alguns meses, e Drews disse para Gabriela que ela é hetero e que nunca teve sentimentos por ela. Haak escutou e depois disse a Nathália que disse a Rosa".
"Que obviamente te contou e agora você está contando para a gente! Ninguém consegue guardar um segredo", disse Thaisa, pegando um saco de pretzels para si mesma agora.
"Não quando você dorme na mesma cama", Gattaz disse. "Ou divide pretzels", ela acrescentou com a boca cheia de farelo.
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All at Once (Sheibi)
FanfictionQuando sua agente esportiva propõe uma estratégia de marketing não convencional, as estrelas internacionais do hóquei Sheilla Castro e Gabriela Guimarães devem fingir que são tudo menos rivais. Mas, uma vez que elas olham para além da rivalidade gel...