Passado - Capitão Sanchez

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Amoressss obrigada por tantas visualizações, eu não esperava que chegasse a 1k kkkk e isso tudo graças a vocês, obrigada de coração, me deixa muito feliz saber que estão lendo, acompanhando, comentando e deixando as nota de vocês, é um grande estimulo, falo isso para todos os autores, por isso sempre que puderem deixem um comentário, não só no meu livro, em qualquer um, aposto que farão uma pessoa sorrir.
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Fora uma noite longa e tempestuosa, o navio do capitão Sanchez já havia sido lançado contra o mar tenebroso, a direção? Não se sabe ao certo.
Mas a missão era clara e objetiva, encontrar o corsário português e resgatar a doce Helena, a ruiva da bondade de um anjo.
Graves tormentas atingiam o navio, e este balançava fortemente contra as ondas violentas, caixas e mais caixas caiam pela proa, tripulantes se seguravam no mastro para não serem empurrados para o mar.
Ao longe dava para ver a pequena ilha de Cabo Verde, onde deveriam fazer à proxima parada, porém os ventos estavam tão fortes que o melhor seria parar ali e aguardar aquela tempestade passar.
Desceram a âncora ali mesmo e trataram de arrumar todas as caixas no porão do navio para não haver perdas da mercadoria roubada.
O capitão Sanchez andava a passos rápidos pelo navio, o barulho de suas botas contra o piso de madeira ecoavam de forma rude e alta, Henrique andava à seu lado, o rosto sério e seu olhar perdido a procura de algo.
Já Chad encontravasse em seu quarto, os cabelos molhados e desgrenhados devido à chuva, suas roupas molhadas espalhadas pelo quarto e seu corpo inerte jogado sobre a cama.
Havia sido um choque para si o sumiço da ruiva, ainda mais por nutrir por ela um sentimento que mal sabia explicar, e sentia a necessidade de protege-la de todas as formas possiveis.
Se ao menos tivesse sido mais rápido e atento não teriam perdido Helena, ninguém teria a tocado se ele a mantivesse próxima o suficiente para ver-lhe os cabelos vermelhos como fogo balançarem a sua frente.
Era culpa dele e ele tinha total consciência disso, de forma que suas entranhas se reviravam de culpa.
Seu corpo doia, latejava, mas sua mente estava trabalhando com força, imaginando milhares de possibilidades, lugares ou qualquer coisa que pudesse levar até Helena.
A tormenta ainda não parava, parecia não ter fim, o navio balançava de um lado para o outro sem parar, o barulho da àgua do mar se quebrando contra o navio era ensurdecedor.
Henrique andava silenciosamente ao lado do pai pelo navio, sua visão estava turva, porém mantinhasse firme, não havia descansado desde o desaparecimento de Helena e sua angustia aumentava a cada instante.
-O que sente pela Helena, Henrique?
-O que?
-Sei que existe algo entre vocês, mesmo que não tenham percebido ainda.
-Eu... Pai... É dificil dizer para o senhor...
-Você gosta dela?
-Eu... Eu gosto - disse Henrique finalmente, parando de andar devido a uma dor que lhe atingira subitamente na cabeça.
-O que foi? O que está sentindo?
-Minha cabeça, eu... - antes que pudesse completar a frase a visão do rapaz se escureceu e seu corpo caiu inerte contra o chão de madeira.
Chad ergueu-se rapidamente quando ouviu a porta se abrir, seus olhos se arregalaram levemente quando viu Henrique desmaiado e sendo carregado pelo capitão.
Com passos rápidos se aproximou do amigo e o carregou para a cama.
-O que aconte...
-Você sabia não é? Sabia o que se passava entre os dois - interrompeu o capitão.
-Teoricamente sim..
-Deveria ter me contado, foi a única coisa que lhe pedi para fazer enquanto estivesse nesse navio, que se tornasse amigo de Henrique e me mantivesse atento sobre qualquer coisa que acontecesse com ele.
-Eu sei, eu sei, mas eu não... Queria contar porque você ficaria do lado dele e eu não pretendo desistir da Helena.
-Não pretendo me envolver entre vocês, mas você sabe que a corda arrebenta sempre para o lado mais fraco, não é?
-Henrique pode ser meu amigo, mas não vou medir esforço algum para vencê-lo.
-Você é parecido comigo, sabia? Presunçoso, arrogante e que faz tudo para atingir suas metas.
-Talvez eu seja mais teu filho do que ele.
O capitão olhou para o filho e balançou a cabeça negativamente.
-Sabe, conheci a minha falecida esposa e passei pela mesma coisa que vocês, ela era linda, uma ruiva sem igual, olhos esverdeados, e algumas sardas em seu rosto pálido, e era apaixonada pelo meu amigo, eu pensei que a havia perdido, afinal, ele era muito melhor que eu, mais forte, mais rico, mais bonito, porém tudo mudou quando eles começaram a namorar.
Chad sentou-se na cama e apontou para uma cadeira onde o capitão pudesse se sentar.
-Cada dia que passava ela parecia mais triste, podia ver em seus olhos a dor, meses depois ela veio conversar comigo e chorou, não sabia o que fazer, ela contou-me tudo, a forma brutal com a qual foi possuida, os gritos, brigas, tudo, e eu apenas ouvia calado, era um ouvinte e não poderia dar minha opinião.
-Mas ela não terminou com ele? - interrompeu Chad.
-Não, ela dizia que tinha medo, continuaram juntos por muito tempo e terminaram meses depois, nunca soube porque terminaram, ela correu para mim e chorou muito, acabamos ficando e tudo se desenrolou, logo tivemos nosso primeiro filho, o Henrique, ele nasceu saudável e forte como um touro, era o meu orgulho, logo depois veio a pequena Julieta, ela era minha princesa, meu anjinho, era tão parecida com a mãe.
Nesse momento o capitão parou de falar e ajeitou-se na cadeira, como se algo lhe incomodasse.
-E o que aconteceu com elas?
-Elas morreram, no meio de uma guerra civil... As duas estavam em uma carruagem e... Foram paradas por militares que as considerou como parte do grupo que estava contra o governo e... Elas foram mortas, soube alguns dias depois, quando o jornal espalhou a noticia e as reconheci, apesar do sangue pelas roupas e rostos... E eu tive que fugir, recebia ameaças contra Henrique todos os dias, joguei-me contra o mar, aprendi a navegar, fui pescador e marinheiro, juntei dinheiro e conhecidos até conseguir este navio, e cá estamos nós.
Henrique se remexeu na cama e murmurrou algo, mas seus olhos permaneceram fechados.
-E você nunca pensou em procurar outra mulher?
-Claro que não, eu amava tanto Elizabeth que não seria capaz de amar outra mulher da mesma forma - o capitão riu da pergunta de Chad e balançou a cabeça negativamente - ela foi a melhor mulher que já tive, era leal, companheira, podia não me amar da mesma forma que eu a amava, mas certamente me amava.
-Acho que entendo o que quer dizer...
-Você ama a Helena como mulher, mas ela lhe ama como um irmão...
-o senhor sabe mais do que parece.
-O maior segredo dos sábios é não agir como sábios, não conte a ninguém que lhe contei - o capitão levou um dedo aos lábios como se pedisse silêncio.
-sim, senhor, me manterei em silêncio.
-Sabe qual a melhor forma de atacar o inimigo?
-Qual? - Chad se mostrou curioso e aproximou-se levemente do capitão.
-Se colocando no lugar dele, o que você faria se fosse o seu inimigo?
-Bem... Eu, como corsário português, iria interceptar qualquer navio espanhol que viesse das Américas, depois voltaria para Portugal, venderia o ouro e prata na Inglaterra e na Holanda...
-E onde você iria fazer sua primeira parada?
-Obvio que seria na colonia de Portugal... É isso, vamos para o Brasil.
-Então temos que ser mais rápidos que eles, partiremos agora e não teremos parada em Cabo Verde.
-Vamos partir agora, mesmo com essa tempestade não podemos parar, cada segundo é crucial para achá-los.
O capitão sorriu com a perseverança do rapaz loiro e se ergueu, ambos olharam para Henrique e decidiram deixa-lo descansar, já que nem ao menos se alimentara após o sumiço da ruiva.
Eles iriam encontrá-la a qualquer preço, talvez muitas vidas fossem desperdiçadas ou talvez não, mas isso é um misterio que o futuro guarda à sete chaves.
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Está ai maia um capitulo e dessa vez mais cedo para agradecer pelo 1k e pelos quase 100 de notas

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