Capítulo 10.

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Luiza soprou o ar com força para fora dos pulmões, a luz da sala ofuscou sua visão momentaneamente e ela se questionou que merda tinha na cabeça quando aceitou ir para aquele lugar

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Luiza soprou o ar com força para fora dos pulmões, a luz da sala ofuscou sua visão momentaneamente e ela se questionou que merda tinha na cabeça quando aceitou ir para aquele lugar. Sentindo as pernas bambas e as mãos frias, ela colocou a máscara, Yara lançou um sorriso orgulhoso a ela.

A menina de pele negra nem olhou para trás quando seguiu o mascarado com a máscara assustadora do V de vingança, ela sabia que iria vacilar se falasse ou escutasse algo vindo das amigas, então, daquele jeito foi melhor. Lá fora a noite cheirava a capim, terra e medo, Luiza se encolheu com o uivo, os pelos do braço se eriçaram, ela apertou a lanterna nas mãos, cavalo que estava a sua frente nem ao menos reagiu, continuou caminhando com as passadas apressadas até o tal porão.

A fazenda era assustadora, pior que as histórias que ela havia escutado, tinha alguns móveis externos espalhados pela propriedade, um móbile preso em um gazebo tilintou com o vento, Luiza sentiu os olhos marejarem, imaginou como era quando a família morava ali, como o lugar deveria ser lindo, sendo bem cuidado e cheio de vozes, risadas e pessoas felizes, ela sorriu para os vasos de flores que serpenteavam uma fileira de cipreste, ela podia ver por uma fresta uma enorme piscina atrás dos arbustos, a luz roxa estava acesa, mas ela estava vazia.

Eles pararam em frente a porta do porão, a estudante chacoalhou os braços como se aquilo fosse espantar seu medo e desceu os degraus, a porta se abriu com um rangido soturno, ela deu os primeiros passos para dentro, a mudança de temperatura foi rapidamente notada, uma fresta de luz invadiu seu campo de visão, e próximo a ela outro guia apontava para onde ela deveria ir, ela seguiu a luz, pegou o pequeno envelope e deu o fora dali rapidamente.

Lá fora e sozinha naquele momento, Luiza sentiu a visão rodar, respirou fundo e contou até dez, deu graças a Deus pela temperatura ter diminuído, pois, o calor do verão a matava, as mãos tremiam enquanto ela abria o envelope, decidiu rasgá-lo antes que perdesse toda a paciência.

"Eu falo, mas não tenho boca. Eu ouço, mas não tenho ouvidos. Não tenho corpo, mas vivo com o vento. Quem sou eu?" — Leu a charada, a cara se contorceu em desgosto, como ela poderia saber aquilo?

A garota piscou atordoada, o que diabos é isso? Pensou, levou a mão a cabeça e praguejou baixinho, a lua minguante parecia zombar dela lá do céu, Luiza sentiu o corpo tremelicar copiosamente, ela caminhou devagar entre a vegetação rasteira, lendo e relendo a charada, não era burra, mas odiava aqueles tipos de perguntas.

— Merda! — Ela xingou alto quando pisou numa tábua com pregos. — É sério isso? Isso é doentio! — Seus olhos incertos ficaram vidrados na tábua cheia de pregos, para sua sorte, o objeto não perfurou muito o solado de sua bota tratorada, ela se lembraria de agradecer Yuna pela escolha mais tarde.

Foi difícil tirar o prego do calçado, quando conseguiu ela virou a tábua para baixo e pisou com toda sua força, para que os objetos se enterrassem na areia e grama úmidas. Luiza respirou fundo, aquilo fora demais, ela poderia ter se machucado seriamente, aquela brincadeira estava indo longe demais, ajeitando a lanterna e tomando fôlego ela começou a correr de volta para o celeiro, o uivo surgiu, mas ela ignorou com sucesso, uma mulher vestida de branco e ensanguentada estendeu a mão em sua direção e pediu por socorro, mas a jovem continuou seu percurso, ela queria chegar logo as amigas e avisá-las do que acontecera.

Cavalo guardava a frente do galpão, ele a seguiu com o olhar até que a mesma entrasse, a mudança de temperatura fez ela relaxar, mas ela não podia se dar ao luxo, tinha que tirar as amigas dali.

— Gente! — Ela proferiu quase sem ar. — Temos que sair daqui agora!

— Por quê? O que aconteceu? — Yara foi a primeira a se aproximar. — Você está bem?

— Não! Não estou bem! — Ela chacoalhou os braços e bateu com força na mesa. — Eu quase me machuquei, essa brincadeira está indo longe demais.

— O que aconteceu? — Dessa vez Gabriela se aproximou, analisando a linguagem corporal da amiga em busca de respostas.

— Fala logo! — Yuna berrou, ela não aguentava mais ficar naquele lugar, sentia a cabeça doer.

— Eles colocaram uma tábua cheia de tachas para eu pisar — A voz de Luiza soou estarrecida, ela pigarreou sentindo a boca seca. — Eu poderia estar morrendo ensanguentada nesse exato minuto, o prego não perfurou muito, pois o solado da bota horrorosa é grande.

Gabriela rolou os olhos, ela amava os calçados.

— Você disse ser um jogo, mas já está passando dos limites — Manifestou Gaby, buscando por alguma câmera nas paredes.

— Vocês são muito dramáticas — A voz do Rei entoou pelo cômodo. — Qual é a resposta peão preto?

— Não sei! — Luiza gritou, apoiou-se na mesa e fechou os olhos com força. — Só deixa nós irmos embora!

— Não, cada uma terá que responder sua charada.

— Posso ajudar ela? — Gabriela questionou com a voz hesitante.

— Não — O Rei negou, vozes soavam abafadas próximas a ele. — Isso é contra as regras. — Temos uma segunda opção para você, Hannibal Lecter.

— Qual? — Luiza se ouviu perguntar.

— Bom, talvez seja melhor em jogos físicos.

Luiza sentiu o corpo arrepiar novamente. 


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