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Quase dois meses e uma caralhada de tentativas depois, finalmente aceitei que não sei escrever politreta, então... time skip, desculpa a decepção, e parecer apressado, porque foi :D

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Quando a mente de Jasper pediu para compreender o que havia ocorrido, caos foi a única resposta que pode dar. Muito som, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, era esmagador.

Havia sangue no chão, de caçadores, vampiros, e a si próprio - a bala em seu braço queimava pior que fogo - além dos caçadores que os outros transformaram em crias para fazer de armas vivas.

Nenhuma sensação era boa, mas sentir que algo havia escapado da sua atenção no meio de uma confusão consegue ser pior do que em algo organizado, porque pelo menos em algo organizado o que não encaixa pode ser notado.

Sem tempo para ficar remoendo sobre caos, no entanto. Precisava achar o cuidador e se livrar daquela merda antes que o deixasse pronto e disposto a arrancar o próprio braço para se livrar da sensação.

~~

A parte próxima à central estava em petição de miséria, mas parava quase abruptamente em alguns pontos. Algumas pessoas realmente não entendiam que mais do que uma moradia um castelo era uma fortaleza.

O que pegou de surpresa não foi o estado em si, mas que a porta pesada havia sido arrombada.
Terminar de abrir lhe trouxe algum alívio, no entanto.
Pela expressão, com certeza Encre teria pesadelos mais à frente, mas isso não o impedia de prensar a criança contra o próprio peito.
Mesmo que as mãozinhas sujas deixassem manchas de sangue no tecido. Não era da mãe, não precisava ser particularmente inteligente para saber que era dos dois homens em estado pior do que a pobre porta.

Com calma para não o assustar ainda mais, Fallacy se aproximou e tocou com gentileza o rosto do humano.

-- Está ferido? -- murmurou o quão levemente uma voz como a dele permitia, seu alívio aumentando quando o viu negar com a cabeça -- Graças às Mães. Já acabou.

-- Realmente acabou? -- veio sem relutância do humano; por um momento, não pôde deixar de questionar quantas vezes aquela expressão de aceitação temerosa não era a verdadeira sob uma máscara -- Ou apenas por enquanto?
Firme, sem sinal do tremor nervoso que alguém esperaria, o jovem pintor se levantou, sem carregar o filho consigo - o sangue estava apenas nas mãos, sem sinal de ter tocado o rosto, e a cruz que geralmente tinha no olho havia virado um sinal de alvo.

O silêncio que se seguiu era desconfortável, mas não falar não levaria a nada além de drama à toa.

-- Por enquanto, eu receio. -- veio em tom baixo -- A razão para permanecer por aqui em primeiro lugar era por ser seguro, mas agora com certeza mais grupos virão. Provavelmente nós vamos ter que realizar de novo.
Em um momento de desviar o olhar, acabou pegando a expressão do garotinho mudar e o começo de se esconder atrás da mãe.
-- ... é uma pena, mas infelizmente às vezes acontece.

O que exatamente Fallacy esperava, ele não tinha certeza, mas sabia que não era uma risada.
-- Que maravilha!
O viu se abaixar para pegar a criança, ainda tentando se esconder atrás de si, e o levantar; o olho havia voltado à forma original, mas agora parecia confuso e assustado, o que, apesar de uma pena, devia ser normal em um caso como o dele.
-- Bom, antes de dizer adeus, você ainda quer conversar?

Irônico, no momento, não?

-- É melhor se for a sós.

-- É claro que é.
Olhos desiguais passaram para a pequena forma que se agarrava à veste materna e a sujava de sangue. Provavelmente ia dar um jeito, assim como teria que dar um jeito naquela bagunça, e se organizar com os outros-
-- Pode ser pela manhã?

~☆~

-- Então, vocês dois são primos de primeiro grau?

O tempo se arrastou, mas finalmente o momento chegou. Estar fora do quarto quando o sol já estava no céu não era uma sensação agradável, mas a familiaridade da cena em si a tornava suportável.

Uma coisa boa era que quaisquer lacunas já haviam sido cobertas, então a única luz fornecida era o fogo, e ainda havia um resquício de odor relaxante.
A parte ensanguentada da roupa havia sido retirada e estava sob a janela coberta; Encre segurava um Langer adormecido em seus braços - apesar da situação, ele achou fofo, a criança dormia com a mandíbula aberta, deixando suas presas expostas.

O pintor olhou de um para o outro, claramente achando a ideia absurda, e Fallacy não podia culpá-lo.
-- Isso é meio difícil de engolir, mesmo agora.

Ainda assim, fazia sentido. Fazia mais sentido pensar que uma raça inteira estava espalhada no continente do que tudo em um só lugar, e que vários membros da mesma família os manteriam sob controle.
Reunir-se para discutir questões também era crível. Aquela estranha coincidência que ele deitou com tio e sobrinho em menos de uma década?

No entanto, monarcas infiéis existem desde o início da monarquia. Se o velho rei era ruim o suficiente para fazer seu filho querer ser diferente, um irmão sendo luxurioso o suficiente para querer se deitar com um mortal qualquer simplesmente porque estava lá passava longe de ser inacreditável.

-- Isso é um pensamento justo. Embora, esse não seja o assunto central.
Em parte porque o vampiro ainda estava tentando aceitar a ideia.
-- Langer é forte. A alma dele, nessa idade, é algo que só se vê em alguém de casa nobre. Para um vampiro isso é maravilhoso, mas para um dhampir vivendo entre humanos significa que ele terá problemas para controlar o que vem a seguir.

-- Isso eu já imaginava. -- Encre deu de ombros, embora o sorriso não alcançasse seus olhos.

-- O controle pode ser aprendido, é claro. E, como em qualquer estágio, ter um mentor pode ajudar.

A risada que veio tinha uma pitada de sinceridade.
-- Fally, pelo jeito que você diz, só consigo pensar em duas coisas: ou você espera que eu de alguma forma encontre outro vampiro para orientar, ou isso é uma construção para um convite.

-- Como se eu pudesse pedir isso a você. Especialmente com nós apenas tendo um caso.

-- Verdade, só temos um caso. Neste momento, parece mais uma espécie de obrigação de sangue do que um desejo real. Mas acho que você está esquecendo de um detalhe. Eu só quero continuar vivendo, onde quer que eu vá, eu me adapto.
A tensão ainda estava lá, provavelmente sempre estaria, mas não era mais insuportável. Uma forma de provar seu ponto de vista passou pela mente do vampiro e colocou um pouco de humor na cara.
-- Já existem planos?

-- Sim, existem. Será difícil e trabalhoso, mas pode ser bem feito.

Se tudo correr bem, serei padrasto do meu próprio primo.

-- O larbor provavelmente valerá a pena.


Vampire Verse - Sun and MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora