Mesa para duas

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Peço no restaurante,
Uma mesa para duas pessoas,
Um lugar é meu,
E à minha frente,
Do outro lado da mesa circular,
Está o seu,
Vazio, gelado,
Esperando, paciente,
Que venha esquentá-lo.

Não, não te chamei,
Sou idiota,
E por tanto tempo eu tenho esperado,
Ansiando que você entenda,
Estendea pelos meus olhares,
Meus trejeitos,
Minhas falas,
Que entenda que não te chamei diretamente,
Mas que te convidei,
E convido todos os dias,
De formas diferentes.

Espero que me veja lá sozinha,
Semana após semana,
Mês após mês,
E perceba
De uma vez,
Que o outro lugar na mesa
É pra você.

A garçonete diz,
Triste por mim,
Que no fim do dia
O restaurante vai fechar,
E imploro a ela que espere mais um pouco,
Só mais um pouquinho,
Porque você ainda vai chegar,
Sei que vai,
Espero que sim.

Por favor não demore muito mais,
E entenda que estou guardando seu lugar,
Mas entenda com minha indiretas,
Pois não tenho coragem de falar.

De noite, a garçonete me dá um abraço,
Me diz para tentar amanhã de novo,
Mas para tentar te chamar,
Pois uma hora
O restaurante para sempre fechará
E não poderei mais sentar lá.

Por hoje, eu pedi a conta,
Mas amanhã estou de volta,
Na mesa para duas pessoas,
E o seu lugar estará lá lhe aguardando.
Se quiser aparecer...
Estarei te esperando.

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Da Alma Para Palavras- PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora