_Ao mesmo tempo que tem algo tentando nos levar para o caminho de descobrir como acabar com isto, há algo pior, que com certeza irá tentar nos parar. Não quero acabar como o nojento do Jason. - Michael disse, esboçando uma certa revolta no final da reclamação.
_Isso é fato, não é como se fosse ser fácil. Além do mais, Jason era uma vítima, pelo visto. Tudo que ele disse pode ser verdade. Agora, vamos! Precisamos comer, ou vão vir encher nosso saco.
_Eu já comi. - Nick finalmente abriu a boca para falar, após as palavras que havia dito junto de Michael minutos atrás.
_Bom, eu ia quando saísse daqui, mas... - Repentinamente, Michael interrompeu suas desculpas ao olhar para fora e perceber uma criatura humanoide se remexendo, mostrando seus dentes podres e caminhando na direção da janela. Seu andar era completamente antinatural, talvez pela camisa de força que vestia, mas seu corpo assemelhava-se ao de uma mulher. Sua camisola envelhecida e encardida de mofo e coágulos de sangue estava molhada, tanto quanto seus longos cabelos negros que ocultavam parte de seu rosto, quase não sendo perceptíveis os olhos verdes sem brilho algum. Suas feições oscilavam entre uma mania insana e uma profunda depressão. Seu sangue gelou, por mais comum que tivera se tornado ter visões sombrias, nunca se acostumaria. Apertou o topo do nariz em frustração e de virou com olhos cansados para os outros.- Não consigo abrir meu apetite quando percebo que estou sendo perseguido por aquilo. - Apontou sem olhar para a direção da coisa, que seja lá Deus o que era, e, nessa hora, Nick olhou pelo vidro da porta que haviam fechado para conversar e franziu as sobrancelhas.
_Aquilo o quê? - Perguntou, confuso.
_Você não a vê? - Seu olhar mostrava claramente a surpresa e o desespero.
_Não?! - Respondeu com um tom levemente irônico, como se quisesse dizer "Não, idiota! Já disse".
_Eu vejo a mulher do sanatório. Tenho quase certeza que é ela. As roupas brancas, o sangue... Certa noite, ouvi um choro estranho, como se duas vozes se dividissem. - Abraçou seu próprio corpo, sem ao menos perceber que andava para trás, numa esperança fracassada de atravessar a parede onde suas costas eram pressionadas.
_A dela e a de algo macabro, não é? - Mark perguntou.
_Sim, você também a ouviu? - Questionou esperançoso. Ele negou com a cabeça.
_Deduzi ao lembrar de Jason relatando algo parecido... agora a questão que me intriga é: quem é essa mulher? Ou pior, o que aconteceu com ela? O que ela tem a ver com tudo isso?
_Talvez possamos descobrir através de um retrato falado ou algo parecido, mas... - O homem levantou a cabeça e respirou profundamente tentando conter o stress - ...entre uma caralhada de habitantes na Califórnia, precisaríamos distribuir cartazes e anúncios pelos locais, já que não temos tecnologia o suficiente para efetuarmos uma investigação mais sofisticada.
_Mike, a corporação não pode mais resolver este caso, nem psicólogos, nem psiquiatras. - As mãos pálidas de Nicholas apertavam o colchão com força, temendo que suas palavras soassem de forma ridícula, ainda que todos estivessem enfrentando o mesmo fardo. - Além do mais, como descrever uma imagem completamente distorcida e despedaçada? Nem por milagre! Precisamos da ajuda de um líder religioso, um coveiro, um pai de santo, sei lá! Qualquer que seja, para termos ciência sobre com o que estamos lidando.
Mark pareceu não prestar muita atenção no que os outros dois rapazes balbuciavam; no entanto, pareceu valer a pena quando tomou sozinho a decisão de pesquisar o que tinha em mãos e procurar ajuda assim que saísse do hospital. No momento, não precisava ainda das gravações; só o trauma deixado o fazia lembrar de cada minuto preso em seu próprio trabalho com seus colegas e um psicopata com alguma merda no corpo.
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The Ritual Of Bones - Volume II
Horror"Como poderia eu, ir ao inferno e voltar? Como poderia eu, ser tão tolo em acreditar que essa tormenta irá passar? Não, eu não acredito em contos de fadas, muito menos em finais felizes" ...